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Com bom humor, o Japíbis entra em cena para torcer pelo Japão na Copa

Depois do Taití, na Copa das Confederações, o torcedores do Íbis vão incentivar
os japoneses no Mundial e, para isso, estão até aprendendo a cantar o hino

Por Recife

São quase 17 mil quilômetros de distância que separam o Recife de Tóquio. No entanto, fatos curiosos unirão essas duas capitais a partir do próximo dia 12 de junho, quando a bola rola para Copa do Mundo no Brasil. A capital pernambucana será o ponto de partida da seleção japonesa, que deverá receber o apoio de cerca de 10 mil torcedores ocidentais. O mais interessante, porém, será o apoio de três fiéis e orgulhosos torcedores do Íbis - o pior time do mundo.
Os pernambucanos, formados em comunicação social, Israel Leal, Nilson Filho e Márcio Constantino, criaram o 'Japíbis': união do Japão com o íbis e prometem agitar a capital pernambucana enquanto os samurais azuís estiverem presentes. Para isso acontecer com excelência foram personalizadas bandeiras, camisas, cartazes e até o hino nacional do país asiático está sendo treinado. Tudo, claro, com uma boa dose de humor. Como podem ser vistas os 'nomes dos jogadores' nas camisas: Sokaga Nakama, Oliver Tsubasa, Tachocho Nakama.

Mas o apoio local para a turma dos olhos puxados tem um propósito e não é pelo fato do Japão ser a pior equipe da Copa do Mundo. Pelo contrário. Nos escudos das equipes duas aves pretas chamam atenção. Porém, são apenas uma mera coincidência: o corvo de três patas presente na camisa da seleção nipônica em nada se relaciona com o pássaro preto exibido na do Íbis. E também não foi este o motivo que fez os torcedores do pior Time do mundo adotarem o Japão como torcida na Copa do Mundo. Embalados pelo lema ''nada pode ser pior'', os pernambucanos disseram que os desenhos animados japoneses foram determinantes para a torcida pelo Japão.

Japibis tocida organizada do Íbis para o Japão (Foto: Thiago Augustto)Pernambucanos acreditam que o Japão pode fazer um bonito papel na Copa do Mundo 2014 (Foto: Thiago Augustto)

- À princípio espero que o Íbis seja um diferencial para o Japão. Nós sempre somos muito azarados, mas dessa vez eu torço para que a gente dê sorte para a seleção japonesa ir longe. A decisão de apoiar eles veio de forma conjunta. Uma unanimidade, já que todos foram marcados pela infância dos filmes japoneses – o desenho supercampeões é um exemplo (inclusive, o jogador Oliver Tsubasa, personagem do desenho Super Campeões, é o dono da camisa 10 do 'Japíbis'). Então, vamos apoiar o Japão e esperamos ver uma final no dia 13 de julho entre o Brasil e o Japão – comentou Israel Leal. 

E a ideia de adotar uma seleção não é novidade. Na Copa das Confederações, disputada no ano passado, o Taití foi a escolhida. E protagonizaram uma campanha com o padrão Íbis de qualidade. Nos três jogos disputados foram três derrotas, 24 gols sofridos e apenas um marcado. Números que os torcedores japoneses esperam passar longe. 

- O Íbis e o Taití foram os piores do mundo, mas o Japão não é a pior seleção do mundo. Aposto que o Japão vai surpreender o Brasil e detonar nesta Copa do Mundo. Mas, mesmo assim, a torcida é válida. Muito obrigado íbis, Japão, boa sorte! – agradeceu o corretor de imóveis, Theo Hiramine, de 35 anos.

Japibis tocida organizada do Íbis para o Japão  (Foto: Thiago Augustto)Comunidade japonesa no Recife já aderiu a torcida do Japíbis (Foto: Thiago Augustto)

Mesmo não tendo muito a noção do que se trata, a comunidade oriental no Recife aceitou a torcida dos recifenses.

- Essa bandeira é da onde? De qual time? Não faço ideia. Parece, mas não é a do Japão! Deve ser de algum time do Brasil? - perguntou em Japonês  Toshio higashikawauchi, de 82 anos.

E para demonstrar que o entrosamento entre japoneses e pernambucanos está bem afinado, os recifenses pegaram algumas dicas para facilitar na hora da torcida.

- Para eu xingar o treinador de burro, como é? “Bacairo, bacairo!” - falaram descontraídos os "japoneses de Araque".

O Japão está no Grupo C na primeira fase da Copa do Mundo ao lado de Costa do Marfim, Colômbia e Grécia. O duelo diante dos africanos marcará o pontapé inicial da quinta participação dos asiáticos na história dos Mundiais. A primeira estreia dos orientais foi em 1998 e desde então marcou presença em todas as edições. O melhor resultado, porém, ainda esta longe de ser encantador – 9ª colocação, em 2002 e 2010.

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