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Por Fabio Grijó, Guto Rabelo e Sinclair Jr — Kobe, Japão


O Brasil começa o Mundial de atletismo paralímpico, na reconstruída Kobe, no Japão, em busca de pavimentar a equipe para as Paralimpíadas de Paris, de 28 de agosto a 8 de setembro. O Mundial seria realizado em 2021, mas foi adiado por causa da epidemia de Covid. Com isso, será disputado a pouco mais de 100 dias para os Jogos Paralímpicos. Serão 46 atletas brasileiros e 10 guias em ação na pista do Kobe Universiade Memorial Stadium.

O sportv3 transmite a primeira sessão do Mundial de atletismo paralímpico nesta quinta, a partir das 21h (de Brasília).

Kobe Universiade Memorial Stadium, a sede do Mundial de atletismo paralímpico — Foto: Fabio Grijó

A meta para parte da equipe é se aproximar de Paris. A janela de classificação termina em junho. Os campeões mundial ano passado, em Paris, e os que se tornarem, agora, em Kobe, estarão garantidos nas Paralimpíadas. Em 2023, na capital francesa, o Brasil teve o melhor desempenho em Mundiais, com 47 medalhas (14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes). Os brasileiros ficaram em segundo no quadro de medalhas, com dois ouros a menos que a China - mas um total de pódios que superou os chineses em dois (47 a 45).

O Brasil chega a Kobe com cinco estreantes. Entre eles, Giovanna Boscolo, que vai competir no arremesso de peso e no lançamento de club F32 (paralisados cerebrais).

- A expectativa é alta, de conhecer as adversarias, conhecer o ambiente internacional. Vou em busca do índice para Paris, que está perto - disse Giovanna.

Petrúcio Ferreira figura no Guiness Book 2024 com recorde nos 100 metros rasos

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Recordista

Entre os expoentes, Beth Gomes, campeã paralímpica do lançamento de disco em Tóquio 2020 e dona de três ouros em Mundiais. Ela já quebrou 35 recordes mundiais. Beth compete na categoria F53, para cadeirantes.

- Minha meta é fazer um bom resultado, tudo aquilo que venho treinando. Nosso objetivo, uma medalha, da cor que for, mas eu vou brigar pela douradinha - afirmou Beth, que, em Pequim 2008, competiu no basquete em cadeira de rodas mas, depois, migrou para o atletismo.

Petrúcio Ferreira é um dos grandes nomes do Brasil no Mundial de Kobe — Foto: Fabio Grijó

Petrúcio Ferreira, o paralímpico mais rápido do mundo, bicampeão dos Jogos nos 100m T47 (atletas com deficiência nos membros superiores), é um outro brasileiro favorito em Kobe. Ele é o recordista mundial da prova, com 10s29.

- Estou muito ansioso pra chegar o dia da prova, treinei bastante. Esse Mundial tem um sabor, um teste para os Jogos Paralímpicos de Paris - disse o velocista. - Duas grandes competições com intervalo curto, tem que fazer preparação intensa para duas competições. Tenho essa marca de 10s29, pretendo baixar não sei se neste ano.

Os brasileiros que estreiam nesta quinta são, além de Petrúcio e Washington Nascimento Júnior nas eliminatórias dos 100m T47, Cícero Nobre (lançamento de dardo F57), Jardênia Félix, Zileide Cassiano e Débora Lima (salto em distância T20, valendo medalha), Yeltsin Jacques e Júlio César Agripino (na final dos 5000m T11), Kesley Teodoro (nas classificatórias dos 100m T12) e Vinicius Marques (na final dos 100m T72).

Parte do porto de Kobe que foi destruída pelo terremoto de 1995 — Foto: Fabio Grijó

O Mundial de atletismo paralímpico segue até o dia 25 de maio numa cidade que se reconstruiu após quase 30 anos. Em 17 de janeiro de 1995, um terremoto de 7,2 graus atingiu Kobe - localizada a três horas de Tóquio. O sismo devastou a cidade, matando 6.400 pessoas. Há uma imagem da destruição no porto da cidade, junto a um memorial que homenageia os mortos. Ao lado, a modernidade do porto recriado não deixa esquecer a tragédia.

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