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Por Redação do ge — Pequim, China


No terceiro dia de competição nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim, o gaúcho André Barbieri encerrou a sua participação na prova de snowboard cross. O brasileiro, que compete na classe LL1 para pessoas com deficiência em uma ou ambas as pernas, parou nas quartas de final ao terminar sua bateria na última colocação.

- Achei que ia melhor, estava focado, mas não deu. Os caras são sinistros, mas já estou feliz de estar aqui. Agora vou focar na prova do banked slalom no próximo sábado - disse André Barbieri.

André Barbieri é o segundo brasileiro a competir no snowboard paralímpico — Foto: Ale Cabral/CPB

No snowboard cross, cada atleta realiza três descidas em uma pista com diferentes saltos e obstáculos. O melhor tempo dentre os três é utilizado para determinar a colocação na próxima etapa, que dividirá os melhores para uma competição em formato head-to-head (eliminatório). Os ganhadores avançam para as próximas fases, até que um vencedor seja definido.

- Para mim é muita emoção! Esse esporte [snowboard] quase me custou a vida e perdi a minha perna. Estar aqui, na maior arena esportiva do mundo, é uma vitória. É uma vitória representar o meu país e a minha família - contou o brasileiro, logo após participar das quartas de final.

Em fevereiro deste ano, André Barbieri foi destaque ao quebrar o recorde brasileiro e conquistar uma prata e um bronze na Copa do Mundo de Para Snowboard de Kelowna, no Canadá. Em 2011, ele quebrou o fêmur da perna esquerda após cair enquanto praticava snowboard, em Mammoth Mountain, na Califórnia, nos EUA. Depois de quatro operações para reconstruir sua perna, o membro afetado precisou ser amputado.

Antes de se dedicar aos esportes na neve, o gaúcho competia em provas de triatlo. O sonho era participar dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, mas ele acabou batendo na trave. A realização de representar o Brasil veio seis anos depois, aos 40 anos, com a convocação para os Jogos de Pequim.

André Barbieri perdeu a perna após acidente praticando snowboard — Foto: Iris Correia

Para o debut na capital chinesa, ele precisou se adaptar à sua nova prancha, um pouco mais rígida do que a habitual, e à prótese especial com amortecedores no joelho e no pé.

- É uma questão de passar um tempo com a prótese e repetir os exercícios. Somente assim vou conseguir pegar confiança, o que aumenta as chances de sucesso nas provas. O inventor da prótese que eu uso é um dos meus concorrentes: o bicampeão paralímpico Mike Schultz, dos Estados Unidos - contou André Barbieri.

O brasileiro volta a competir no banked slalom no sábado (12/03). Na prova, cada atleta realiza três descidas em uma pista com barreiras, é preciso contornar a parte interna de cada obstáculo. O atleta com menor tempo entre as três descidas é declarado vencedor.

A primeira competição nacional de snowboard paralímpico foi organizada Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) em agosto de 2012. Desde então, o Brasil passou a participar de provas internacionais da modalidade. O paulistano André Cintra foi o pioneiro e participou de duas Paralimpíadas de Inverno: Sochi 2014 e Pyeongchang 2018.

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