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Por Guilherme Amaro — São Paulo, SP


O Brasil tem uma rivalidade entre organizadores de torneios ao vivo de poker. Tanto o BSOP (Brazilian Series of Poker) quanto o KSOP (Kings Series of Poker) consideram as suas respectivas temporadas como Campeonato Brasileiro. Os líderes dos rankings no final da última etapa são declarados campeões brasileiros.

BSOP abre a temporada 2024 nesta quarta-feira, em São Paulo — Foto: Divulgação/BSOP

Essa rivalidade começou há anos e envolve principalmente dois personagens. De um lado está Igor Federal, o homem-forte do poker no país que é fundador do BSOP e a Confederação Brasileira de Texas Hold'em (CBTH), além de atualmente presidir a Confederação Panamericana de Poker Desportivo (CPPD) e a World Poker Federation (WPF). Do outro lado está Moisés Moraes, CEO do KSOP, franquia que cresce a cada ano e que organizou o torneio de poker mais caro da história do Brasil.

Os dois empresários viram no poker um mercado gigantesco a ser explorado. Igor Federal foi pioneiro e é considerado um dos maiores personagens do esporte da mente no Brasil. Mas, se antes o BSOP dominava o cenário de eventos ao vivo no país, hoje o KSOP incomoda e tem até mais etapas do que o seu "rival". O BSOP surgiu em 2006, enquanto o KSOP passou a rodar o país e se autointitular como "Campeonato Brasileiro" em 2018.

Nesta quarta-feira, o BSOP abre a temporada 2024 com a primeira etapa disputada em São Paulo, até 5 de março. A franquia tem mais quatro etapas: em Natal (30 de maio a 4 de junho), São Paulo (23 a 31 de julho), Rio de Janeiro (2 a 9 de outubro) e São Paulo (15 a 29 de novembro).

O KSOP, por sua vez, começou no mês passado com a etapa South America, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 24 de janeiro e 7 de fevereiro. A franquia ainda conta com mais quatro etapas confirmadas neste ano: em Fortaleza (3 a 9 de abril), São Paulo (5 a 11 de junho), Itajaí (21 a 31 de agosto) e Rio de Janeiro (28 de outubro a 6 de novembro).

O KSOP fez sua maior edição no Rio de Janeiro, com cem torneios, inclusive o Ultra High Roller, o mais caro já realizado na história do Brasil, com buy-in de R$ 100 mil - no BSOP, por exemplo, o buy-in mais caro é de R$ 50 mil. Por outro lado, a última temporada do BSOP, chamada de "Millions", sempre é o maior evento de poker disputado na América do Sul.

KSOP South America foi realizado no Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro — Foto: Divulgação/KSOP

Como o KSOP tem mais etapas em diferentes estados do país, Moisés Moraes justifica que "nada mais justo o vencedor do ranking ser considerado campeão brasileiro". Ele e Igor Federal romperam relações há anos, com acusações de boicotes de torneios, entre outros conflitos relacionados ao mundo do poker.

A disputa entre os principais eventos de poker no Brasil também movimenta os patrocinadores. Enquanto o PokerStars patrocina o BSOP, a GGPoker virou a parceira oficial do KSOP desde o ano passado. Os dois sites são considerados os maiores para jogar poker online, em um mercado que cresce ano após ano.

Por conta disso, até mesmo alguns jogadores patrocinados por determinada empresa não podem disputar um torneio promovido pela concorrente. Ou seja, os embaixadores da PokerStars não jogam o KSOP. Já a GGPoker não proíbe seus embaixadores, tanto que Felipe Mojave, a estrela do site no Brasil, se aventurou durante o BSOP Millions 2023. No entanto, eles também não colocam o BSOP como prioridade ao longo da temporada.

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