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Por Marcel Merguizo — São Paulo

Jonne Roriz/Exemplus/COB
Geração 2000: Conheça o futuro promissor do esporte brasileiro

Geração 2000: Conheça o futuro promissor do esporte brasileiro

Atleta e... vlogger? Temos! Essa nova geração, que não desgruda das telinhas, virou destaque no esporte nacional. Teve até uma Olimpíada só pra ela em 2018. Os Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, foram um marco para os nascidos nos anos 2000. O Brasil ganhou 15 medalhas. E o André Calvelo, de 18 anos, foi um dos destaques nos revezamentos e levou duas pratas na natação. Curioso é que ele encontrou no esporte a "cura" para um transtorno cada vez mais comum nos jovens desta geração.

- Fui fazer natação porque fui o único esporte em que eu me encontrei. Como tenho Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, eu ficava distraído. A única coisa que dá para fazer na água é nadar, não dá para conversar, não dá para me distrair muito, então me encontrei na natação – explica Calvelo.

Coincidentemente, quem também foi diagnosticado com TDAH na adolescência foi Michael Phelps. Assim como o multicampeão olímpico, Calvelo também se viu livre dos remédios para TDAH. Ficou livre para nadar. E também para gravar seus vídeos loucos.

- Eu tenho que levar na brincadeira, se levar na seriedade acaba se chateado e vira bullying. Eu curto ser o "Calvelo Crazy" – diz.

Essa é uma das marcas dessa geração: receber muita informação e ter muita opinião.

- O que eles têm de diferente é a facilidade com a qual eles podem entrar num mundo que tem todo tipo de informação. Eles podem ter informação por onde eles quiserem, pelas redes sociais, pela Internet, pelos sites específicos. É uma geração que tem um grande poder de informação, mas que precisa ser muito orientada para poder selecionar o quanto essas informações refletem positivamente na vida deles – afirma Alessandra Dutra, psicóloga do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

O Lucas Rodríguez, por exemplo, encontrou o esporte por causa de uma dessas muitas telas com informação.

- Eu entrei no atletismo mais por curiosidade. Vi uma corrida do (Usain) Bolt, no Rio de Janeiro, na praia de Copacabana. Vi pela TV mesmo, na Globo. Achei ele legal, eu já tinha ouvido falar em Usain Bolt, mas foi mais curiosidade mesmo. Eu tinha 14 anos – recorda o velocista, hoje com 17 anos.

Três anos depois, Lucas Rodrigues estava correndo os 100 metros na Olimpíada da Juventude. Ficou na décima colocação. Mas sempre com aquela marra.

- É estilo mesmo. Eu gosto de usar e fica bonitinho... Tenho brinco, anel, cordão e relógio, só para estilo mesmo, colocar uma marinha. Tem que ter estilo, tem que ter aquela marra, aquela postura de atleta – diz, aos risos.

E tem algo mais parecido com o Bolt, além dessa marra? A altura. Com 17 anos, o garoto carioca já tem 1,92 metro. Pode chegar ao 1.95 metro em breve, a mesma altura do astro jamaicano.

- Muito parecido, né. Só falta ter o talento dele, aí é outra coisa – brinca.

Nerisnelia Sousa, do salto triplo, treina no CT do COB — Foto: Jonne Roriz/Exemplus/COB

Agora, anote este nome: Nerisnélia. Isso mesmo, Nerisnélia dos Santos Souza. Ela também chamou à atenção na Olimpíada da Juventude, na Argentina. Ficou na oitava colocação do salto triplo e podia ter ido ainda mais longe. Nas redes sociais ela também se destaca com seu carisma. Nascida na pequenininha São João do Caru, no Maranhão, ela mudou de vida quando descobriu o atletismo em Sorriso, no Mato Grosso. Mudou mesmo.

- Quando eu comecei a treinar em Sorriso, eu tinha certidão de nascimento apenas. E a certidão de nascimento ficava com a minha mãe, por isso eu nunca tinha visto. Aí eu competi o estadual e fui classificada para os Jogos Escolares. Lá eu ia precisar de uma identidade. Fui fazer o documento de identidade e meu professor falou: "Como é seu nome?". Eu disse: “Neurisnelia”. Aí ele falou: “Não, é Nerisnélia”. Foi aí que eu descobri que eu falava errado meu próprio nome, com 13, 14 anos. Sim, eu falava errado meu nome. Porque era assim que minha mãe me chamava, ela falava que era assim o meu nome. Minha mãe não sabe ler. Aquele era meu nome mesmo, eu não sabia... – conta Nerisnélia.

Fica tranquila, solta o sorriso. Agora o nome Nerisnélia está na TV, na web, nos celulares... Ninguém vai esquecer. Afinal, é da geração 2000, que chegou para deixar sua marca.

Lucas Rodríguez, do atletismo — Foto: Arquivo pessoal

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