Atletismo: Valdileia Martins não consegue correr e não completa o primeiro salto na final nos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Lesionada desde as eliminatórias, Valdileia Martins abandonou a final do salto em altura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, no Stade de France, neste domingo (4). Ela sentiu o tornozelo esquerdo ao iniciar a corrida para fazer o primeiro salto da decisão, parou no início do movimento e informou estar sem condições físicas para continuar.
— Eu não consegui recuperar porque eu acho que deve ter alguma lesão séria. Eu estava com dificuldade de andar. A gente fez tudo que poderia para tentar saltar na final. Tentaram me poupar ainda, mas, quando você tem que usar o pé 100%, eu não consigo, colocando força ainda — explicou Valdileia em entrevista à TV Globo.
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Valdileia se classificou para a final superando a barra em 1,92m e, com isso, igualando o recorde brasileiro de 1989, de Orlane Maria dos Santos, que conquistou a marca em Bogotá, na Colômbia.
Ela passou com a 6ª melhor marca da bateria dela e a 11ª posição na classificação geral, o que a garantiu na decisão.
Durante as eliminatórias, Valdileia teve uma entorse no tornozelo esquerdo ao tentar saltar 1,95m.
— Eu gostei muito do resultado. A gente veio trabalhando bastante para que isso acontecesse aqui. Eu sabia que, para poder entrar na final, eu tinha que saltar acima de 1,90m. Então eu vim com a cabeça muito boa para poder fazer isso. Eu queria quebrar o recorde, acabei igualando. É um recorde muito antigo, de 1989. Eu estou satisfeita e sei que posso ir além.
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Antes da final, o médico André Guerreiro, da seleção brasileira de atletismo, informou que o trabalho de recuperação havia sido iniciado já na sequência da lesão e chegou a demonstrar confiança com a participação da atleta na prova.
Valdileia ainda teve de encarar o luto durante os Jogos Olímpicos. O pai dela, Israel Martins, morreu aos 74 anos na última segunda-feira (29), vítima de um ataque cardíaco.
— Foi bem difícil. Na segunda-feira minha irmã me ligou e falou que meu pai tinha falecido. Muito difícil, mas a minha família me deu força. Eles falaram para eu ficar e competir pelo meu pai. Eu sabia que seria a prova mais difícil do ano. Na sexta-feira eu fiz por ele, fiz em homenagem a ele. Eu sei que ele está feliz e contente. Agora é uma fase muito difícil, e eu sei que tenho que superar, porque meu pai é a minha motivação maior. Eu estou contente com tudo que eu estou vivendo, chegar a uma final olímpica. Não consegui saltar, mas eu estou contente com tudo.
A finalista olímpica contou com o apoio do pai para iniciar a carreira. Ela começou na modalidade com treinos em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e fez os primeiros saltos improvisando vara de pescar para saltar e sacos com palha de arroz ao invés de colchões.
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