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Por Guilherme Roseguini e Marcel Merguizo — São Paulo


A poucos dias do início dos Jogos Olímpicos, a atenção dos atletas do mundo todo está em Paris. No entanto, o foco nas disputas, nas vitórias, na medalha, é preciso ser ajustado a cada segundo, a cada ponto, a cada jogo. E os melhores esportistas do planeta sabem disso.

No segundo episódio da série "O Cérebro dos Atletas", do Fantástico, o tema é justamente foco e atenção. Atletas brasileiros que vão às Olimpíadas de Paris, como Hugo Calderano, Ingrid Oliveira e Rosamaria Montibeller mostram como é possível manter a mente imune a todas as distrações do ambiente para chegar ao máximo desempenho em quadra, na piscina ou na mesa.

Entenda como atletas de elite conseguem manter a concentração em momentos decisivos

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- É uma das coisas mais importantes do esporte em geral: focar no que tem que focar, no que precisa fazer - afirma Hugo Calderano, atualmente sexto colocado do ranking mundial de tênis de mesa e candidato a medalha nos Jogos Olímpicos de Paris.

O mesa-tenista provou ter uma capacidade espetacular de concentração e foco, muito acima da média, ao ao atingir o nível máximo, 100 pontos, em um teste de estabilidade e fixação proposto pelo Fantástico.

- Manter os olhos estáveis é uma habilidade complexa, falando do pontos de vista neurológico e motor. A simples capacidade de inibir as informações que eu não preciso neste momento para sustentar o meu foco já é um trabalho muito grande e que muitas pessoas têm dificuldade - diz o optometrista Fernando Nassif, que aplicou os exames em Calderano.

Hugo Calderano, do tênis de mesa, em exame de optometria — Foto: Jonathan Santos

Ingrid Oliveira, dos saltos ornamentais, assim como Calderano, também vai disputar a terceira edição dos Jogos Olímpicos. E segue melhorando a capacidade de atenção que precisa ter para saltar de uma plataforma de dez metros de altura.

- Nosso esporte é perfeccionista, a gente tem que almejar tirar o dez sempre - diz Ingrid, finalista mundial nos saltos ornamentais, que passou por testes com sensores em um capacete que mede a capacidade de cada região do cérebro durante momentos em que a atleta esteja vendo e pensando em imagens diferentes.

- Quando ela começa a pensar no movimento, no salto, na plataforma, a atividade cerebral se desloca para a região anterior do cérebro, onde se planeja, é como se tudo apagasse e ela ficasse totalmente focada nos movimentos que ela precisa fazer no salto - explica o neurologista Renato Anghina

Ingrid Oliveira, dos saltos ornamentais, em exame neurológico — Foto: Flávio Henrique

A mesma atenção visual dos atletas é possível perceber com a audição. A jogadora de vôlei Rosamaria explicou como o foco em um jogo passa também pela competição sonora que há entre o que acontece dentro de quadra e o que rola na torcida. E a vice-campeã olímpica consegue reduzir ruídos periféricos, criar o que os especialistas chamam de túneis sonoros, por onde passam apenas o que ela precisa ouvir, para manter um hiper foco na quadra.

- É surreal, parece que a gente entra em uma bolha e tem aquele "cancelador" de ruído. Aí você está escutando apenas o que suas companheiras tão falando ou o que o técnico tá direcionando, mas nem sempre é fácil - revela Rosamaria.

Eficiência. Prestar atenção no que interessa. Mobilizar forças para o que precisa ser feito e não dar ouvido ao que atrapalha no caminho até a medalha. Esse é o cérebro dos atletas.

Rosamaria, da seleção brasileira de vôlei — Foto: Luis Fernando Soncini

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