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Por Marcel Merguizo — São Paulo


A novidade veio dar à praia, pistas e paredes um sinal de liberdade. Como sereias olímpicas que apareceram às margens de uma ilha secular, breaking, surfe, skate, bmx estilo livre, escalada esportiva e caiaque cross são novidades dos últimos anos que embelezam e assustam o panteão.

Brasileiro Giovanni Vianna no skate street — Foto: Skate: jonne Roriz / COB

Festa olímpica estranha com gente esquisita? Eu tô legal! Acredito que a renovação do público, tão desejada e propagada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), está ocorrendo. Afinal, tem uma festa legal e eles querem se divertir. Basta conversar com os (também jovens) atletas. Boa parte deles vai tentar a vaga olímpica neste fim de mês, em Budapeste. De 20 a 23 de junho (Dia Olímpico), 150 garantirão o carimbo no passaporte rumo a Paris lá na capital da Hungria, no maior pré-olímpico do ciclo, gringamente apelidado de Olympic Qualifier Series (OQS).

Gustavo Bala Loka na final do BMX no Pan de Santiago — Foto: Alexandre Loureiro/COB

Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem reunida. Mas agora você é olímpico. Esse é o clima do OQS, que teve a primeira etapa mês passado na moderna Xangai, na China. Agora, no velho continente, jovens como Gustavo Bala Loka e Giovanni Vianna podem garantir a vaga nos Jogos que começarão menos de um mês depois. Bala pode ser o primeiro brasileiro da história do BMX freestyle a se classificar para as Olimpíadas. A modalidade das pequenas bicicletas que voam em estilo livre estreou em Tóquio, mas, sem representantes do Brasil, passou despercebida do lado de cá. Giovanni está em busca de sua segunda participação olímpica no skate street, esporte que conquistou os agora seguidores de Rayssa Leal e companhia.

O artista Eduardo Kobra, a esgrimista Nathalie Moellhausen e o prefeito Saint Ouen Karim Bouamrane em frente ao mural feito pelo brasileiro, em referência a Marianne, no quadro "A liberdade guiando o povo" — Foto: Lúcio Fonseca

Se nossos ídolos ainda são os mesmos das últimas Olimpíadas, também há uma nova consciência e juventude nos Jogos. Bala Loka, por exemplo, poucos anos atrás, nem sequer imaginava que a diversão que se tornou profissão nas pistas de terra ao lado da Cohab 2 de Carapicuíba poderia fazê-lo voar pelo mundo. Giovanni só queria andar de skate na pista de Santo André quando descobriu que uma medalha olímpica um dia entraria na lista de sonhos. Hoje, em seu segundo ciclo olímpico, ele acredita que já existe até uma geração de atletas, como a do japonês Ginwoo Onodera, de 14 anos, que enxerga o skate como competição e não como diversão.

Inclusão de esportes novos ajuda o COI a atrair público mais jovem para as Olimpíadas

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Metade deusa Maia metade um grande rabo de baleia. Os novos esportes olímpicos, seja entre fãs ou dirigentes, dividem e se dividem assim. Há quem ame. Há quem odeie. E há Gustavos e Giovannis, Woos e Rayssas, que aos 14 ou 16, 21 ou 23 anos, param para assistir essa novidade que é escalar paredes, surfas ondas, voar sobre bikes e skates, enfim, radicalizar as paredes de mármore do Estádio Panatenaico em busca da glória. Ou apenas em busca de liberdade, guiando o povo, como uma Marianne esportista grafitada em um mural na França.

Às sextas-feiras, Marcel Merguizo escreve crônicas olímpicas no ge

Blog Olímpico Marcel Merguizo — Foto: Reprodução

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