O antigo estádio Governador José Fragelli, conhecido como Verdão, saía de cena para o surgimento da moderna Arena Pantanal. Foram quatro anos da demolição, em 2010, à entrega. O engenheiro cuiabano João Paulo Curvo trabalhou nas obras e alimenta até hoje uma relação especial com o local que passou por suas mãos.

- Foi realmente muito importante, eu sou cuiabano, tenho uma ligação com com futebol desde pequeno. Meu pai era árbitro assistente da Federação Matogrossense de Futebol na década de 1980, então tinha uma ligação com o Verdão. Hoje posso dizer para meus filhos que fiz parte desse projeto. Tenho a certeza que tudo o que passamos dedicados à essa Arena trouxe grande felicidade e orgulho. Depois de dez anos, pode ser considerado como um empreendimento que deu certo - disse.

O teste inicial ocorreu em 2 de abril de 2014. O empate em 0 a 0 entre Mixto e Santos, pela Copa do Brasil, abriu o caminho do estádio para jogos oficiais. O primeiro gol saiu no fim do mês, na vitória por 2 a 1 do Luverdense sobre o Vasco, na Série B daquele ano. O autor? Reinaldo, ex-atacante com passagem por clubes como Flamengo, São Paulo e Santos.

- Sem dúvida nenhuma foi um momento muito marcante na minha carreira, fazer o primeiro gol da Arena Pantanal, que sediou Copa do Mundo. Um momento muito emocionante, muito marcante - declarou o atual técnico do Maricá-RJ.

13 de junho de 2013. A data que entrou para a história. Chile e Austrália eram responsáveis pelo debute da Arena Pantanal na Copa e colocavam o estádio no mapa do futebol mundial. As arquibancadas foram tomadas por mais de 40 mil torcedores, em sua maioria chilenos, que comemoraram a vitória por 3 a 1. Outros três jogos foram disputados no palco mato-grossense: Nigéria 1 x 0 Bósnia, Japão 1 x 4 Colômbia e Rússia 1 x 1 Coreia do Sul.

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Nesta década, a Arena Pantanal foi a grande protagonista do esporte local. Jefferson Neves, à época, era técnico de natação e viveu intensamente o Mundial. Tornou-se posteriormente secretário de Esporte, Cultura e Lazer, função que ocupou até este mês, e tomou importantes decisões para que o estádio continuasse na rota de grandes eventos.

- Viver isso em casa, viver a alegria do nosso povo recebendo um grande evento foi muito diferente. A gente já teve aqui de quatro a cinco eventos acontecendo ao mesmo tempo, a final do Brasileiro Feminino A3 no campo, o circuito nacional de vôlei de praia na parte de fora, o Centro-Oeste de skate do outro lado.

A vinda da Copa do Mundo e a construção da Arena Pantanal deram sobrevida a um time que na época disputava a terceira divisão do futebol brasileiro. Em 2009, o Cuiabá era só um projeto, que anos mais tarde se tornaria referência no estado.

- Foi o que nos motivou, ali meu pai (Manoel Dresch) teve a ideia de comprar o Cuiabá. Se não tivesse ocorrido a Copa do Mundo na nossa cidade, talvez o time nem existisse mais, não sei se teriam outras pessoas com a ideia de comprar o clube - contou Cristiano Dresch, atual presidente do Dourado.

A Arena é o coração do projeto, é o coração do Cuiabá - completou.

Desde a inauguração, a Arena Pantanal sediou mais de 445 partidas oficiais, entre competições nacionais e internacionais. Incontáveis momentos marcantes, como o título do Mixto no Brasileiro Feminino A3, primeira conquista nacional a nível profissional de Mato Grosso, o Brasil nas Eliminatórias da Copa de 2026, Copa América 2021 e Supercopa do Brasil 2022, entre Atlético-MG e Flamengo.