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Por Jonathas Gabetel — Cuiabá


O atacante Flávio Caça-Rato assumiu a função de porta-voz no Cacerense e expôs a situação vivida pelo elenco. O experiente jogador revelou falta de pagamento da folha salarial referente a fevereiro e das passagens para que os atletas voltem às suas casas.

Flávio Caça-Rato defendeu o Cacerense no Mato-grossense — Foto: Gil Gomes/@gilgomesfoto

- Falaram que iam pagar o salário e as passagens para irmos embora depois do jogo do Cuiabá e até agora nada. Deixaram todo mundo largado, não apareceu ninguém e sumiram com o dinheiro. Estamos esperando, doidos pra receber e ir embora - disse Caça-Rato em contato com a reportagem do ge, antes de continuar:

- Estamos numa casa que está pra cortar a energia, cortou a internet. Não sabemos o que fazer. Pedimos ajuda pra torcida, porque a diretoria nada.

Ainda de acordo com Caça-Rato, a diretoria prometeu utilizar a renda com bilheteria do jogo contra o Cuiabá, no último sábado, para os pagamentos ao elenco, algo que não aconteceu. O Carecense foi derrotado por 1 a 0 no confronto, válido pela última rodada da primeira fase do Mato-grossense, e acabou rebaixado.

- Ficou determinado que a renda do jogo contra o Cuiabá e a rifa de uma moto que fizeram aqui seriam juntados para pagarem a folha e as passagens. Chegou no outro dia, fizeram uma reunião e sumiram com o dinheiro. Apareceu R$ 10 mil para dividirmos com o grupo todo, mas isso não existe. Fizeram essa sacanagem.

Caça-Rato fez 8 jogos pelo Cacerense e não marcou nenhum gol — Foto: Gil Gomes/@gilgomesfoto

A folha mensal está orçada em cerca de R$ 75 mil. Aos 36 anos, o jogador garantiu que nunca passou situação semelhante em mais de uma década de carreira.

- Depois de 14 anos de profissional, nunca passei por essa situação. Não só eu, como outros atletas que têm carreira longa. Já tive situação de não ter alimentação boa, mas igual aqui nunca. Nem animal merece ser tratado desse jeito. Estou muito decepcionado com todos, diretoria, comissão técnica. Sempre falei que ia dar merda desde o começo, mas nunca imaginei que seriam tão sacanas. Tenho 36 anos, passei por times grandes e pequenos, mas nunca imaginei que aconteceria.

O outro lado

Ao ge, o presidente do Cacerense, Paulo Leite, refutou a versão do jogador, uma vez que teria até o dia 10 para arcar com a folha. Apesar disso, admitiu que a situação do clube é delicada, já que o rebaixamento impediu acordo com patrocinadores para angariar verba.

Leite também revelou que busca acordo para pagamento parcial dos vencimentos neste primeiro momento, em torno de 20% a 30%, mas a sugestão não foi aceita pelo elenco.

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