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Paulista de 18 anos, Gabriel é pupilo de Fernando Alonso, iniciou a trajetória no kart aos sete anos e disputa campeonatos de fórmula desde 2020, com passagens pela F4 italiana e pela Fórmula Regional Europeia (FRECA). Conheça mais abaixo!

Ao ge, o piloto paulista garantiu estar tranquilo diante da oportunidade de conquistar o título da F3 antecipadamente, em um circuito já conhecido por ele.

- Minha rotina tem continuado a mesma, não mudei absolutamente nada nessa última semana. Até porque não tem o que mudar no que está funcionando, acredito. (...) Sei que tenho chances de título esse fim de semana, não vou mudar estratégia para a corrida. Lógico que vou dar o meu melhor, e espero que seja suficiente para a gente alcançar pódio e vitória. Spa é uma pista que eu gosto muito, onde ganhei ano passado (na FRECA) - disse Bortoleto, que também relembrou a morte de Dilano Van't Hoff na FRECA, no início de julho:

- Infelizmente ocorreu uma fatalidade há pouco tempo (em Spa). O pessoal fica com receio, tem chances de chuva também, mas estou feliz por estar participando nessa pista de novo.

Gabriel entrou no mundo competitivo do kart, comum à maioria dos pilotos em início de carreira, em 2011. Já no ano seguinte, foi campeão do Open do Brasileiro de kart, vice-campeão do Brasileiro e do Paulista de kart, correndo na categoria Mirim.

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Prosseguindo na carreira, passou pela Cadete no Brasil antes de mudar-se de vez para a Europa, há cinco anos. Com foco em competições no Velho Mundo, destacou-se especialmente em 2018, quando ficou na terceira colocação no Mundial e no Europeu CIK-FIA (categoria OK Junior), além de ter sido campeão do Sueco de kart e vice na WSK Super Master Series.

A migração para carros de fórmula veio em 2020, quando Bortoleto disputou a F4 italiana. Pela Prema, equipe também presente na F2 e na F3, o brasileiro correu ao lado de Dino Beganovic, Sebastian Montoya e Gabriele Minì - e, com o quinto lugar no campeonato, foi o terceiro melhor carro do time, atrás do campeão Minì e do terceiro Beganovic. Ao longo da temporada, o paulista conquistou uma vitória e quatro pódios.

No ano seguinte, Gabriel seguiu para a Fórmula Regional Europeia (FRECA), juntando-se à FA Racing - equipe do bicampeão mundial de F1 Fernando Alonso. Bortoleto ficou com a 15ª colocação geral, a quinta melhor marca dentre os 25 calouros na categoria.

Em 2022, houve uma breve mudança de ares: Bortoleto seguiu na FRECA, mas migrou para a R-Ace GP, equipe campeã da temporada anterior. A bordo do carro francês, o jovem brasileiro conquistou duas vitórias - em Spa-Francorchamps e no circuito de Barcelona-Catalunha - e cinco pódios, que lhe renderam o sexto lugar geral no campeonato.

Sem conhecer Fernando Alonso, Bortoleto procurou a FA Racing, que vinha de duas participações na Fórmula Renault Eurocup, em busca de uma vaga. As partes chegaram a um acordo e Gabriel assumiu o cockpit da equipe para a FRECA 2021, primeiro ano após a fusão do campeonato com a FR Eurocup.

Os dois se encontraram pessoalmente em algumas ocasiões, mas a relação evoluiu mesmo em 2022. De um lado, Gabriel buscava evoluir a carreira para a Fórmula 3. Do outro, Alonso tinha acabado de lançar a A14 Management, agência de gerenciamento de pilotos, com outros dois sócios. Os interesses afins prevaleceram e, em setembro, a empresa anunciou que passaria a cuidar da carreira do brasileiro.

Os bons resultados na FRECA aproximaram Bortoleto da F3 e o brasileiro assinou com a Trident, última vice-campeã, para debutar na categoria de acesso à F1 neste ano. O cartão de visitas foi positivo: logo no fim de semana de estreia, Gabriel venceu a corrida 2 no Bahrein sob olhares orgulhosos do mentor Alonso.

A relação com o bicampeão de F1 gerou bons frutos na etapa seguinte, na Austrália, quando Gabriel venceu novamente a corrida 2. Com direito a conselhos prévios do piloto da Aston Martin, Bortoleto triunfou largando da pole e chegou a 58 pontos na tabela, abrindo vantagem de 20 pontos sobre o então rival Gregoire Saucy.

Bortoleto seguiu na briga pelo título e disparou com o segundo lugar na Áustria, no RB Ring. Em uma corrida 2, com o também brasileiro Caio Collet em terceiro, o piloto da Trident chegou à marca de 111 pontos contra 75 de Josep Maria Martí.

Na Inglaterra e na Hungria, o brasileiro subiu ao pódio duas vezes - em ambos os casos, conquistou o segundo lugar na corrida 1 (sprint). Mesmo com duas vitórias a menos que o atual vice-líder Zak O'Sullivan, a constância na zona de pontuação deu ao brasileiro 43 pontos de vantagem no topo e um match point antecipado pelo título, já na Bélgica.

Caso o caneco se confirme, Bortoleto seria o primeiro brasileiro a conquistar um título da Fórmula 3. A categoria nasceu com o atual formato em 2019, mas mesmo sua antecessora, a GP3 Series, nunca teve um piloto do país campeão - apesar da passagem de nomes como Pedro Piquet, Pedro Nunes e outros.

Curiosamente, o automobilismo europeu já contou com outros campeonatos batizados de Fórmula 3. O tricampeão Ayrton Senna, por exemplo, foi campeão em 1983 no Reino Unido e Alain Prost na França, em 1979. Esses campeonatos, porém, eram regionais e não constituíam uma classe de categorias de base institucionalizada pela Federação Internacional do Automobilismo (FIA), como é hoje.

Gabriel está inserido no programa de desenvolvimento da KTF Sports desde 2017, ano de fundação da equipe brasileira - que é comandada pelo irmão de Gabriel, Enzo. Os dois são filhos de Lincoln Oliveira, presidente de uma companhia de telecomunicações desde 2012, que patrocina tanto a KTF Sports quanto a carreira de Bortoleto.

Em meio à disputa da FRECA em 2021, Bortoleto conseguiu retornar ao Brasil para se aventurar na Stock Light (hoje chamada de Stock Series), que serve de acesso à Stock Car. Na etapa de Curitiba, sua estreia na categoria, Gabriel largou da pole após a desclassificação de Lucas Kohl e correu tranquilamente até o triunfo na corrida 2.

No ano passado, o brasileiro disputou ainda a Corrida de Duplas da Stock Car, em Interlagos. Correndo ao lado de Gaetano di Mauro, chegou em sexto na corrida 1 em Interlagos e em 22º na corrida 2.

Mais de dez anos separam a morte de Ayrton Senna no GP de San Marino e o nascimento de Gabriel, em outubro de 2004. Mesmo assim, o impacto do tricampeão fez com que Senna se tornasse, "sem dúvidas" - nas palavras de pessoas próximas a Bortoleto -, o maior ídolo do jovem piloto no esporte.