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Por Redação ge — Rio de Janeiro


NA PONTA DOS DEDOS: Rafael Lopes e Luciano Burti falam das regras de 2026 e preveem GP da Espanha

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Agora é oficial: Flavio Briatore está de volta à F1 quase 16 anos depois do Singapuragate, escândalo de manipulação no GP de Singapura de 2008 que o tirou da categoria quando chefiava a Renault. Novo consultor executivo da Alpine, o empresário italiano chegou a ser banido da categoria, mas seu retorno recebeu apoio da Ferrari e Mercedes, além de ser defendido pela própria Alpine.

Flavio Briatore no GP da Espanha de F1 em 2024 — Foto: Joan Valls/Urbanandsport /NurPhoto via Getty Images

- Precisamos dar a ele a chance de se recuperar da situação. Conheço Flavio como um homem de negócios extremamente inteligente. Ele tem muito know-how na Fórmula 1. Acho que todos merecem a oportunidade de voltar - declarou o chefe da Mercedes, Toto Wolff.

Briatore foi julgado e banido de forma vitalícia pelo Singapuragate - episódio no qual Nelson Piquet Jr, piloto da Renault, bateu de propósito para trazer um safety car que culminaria na vitória de Fernando Alonso e a perda da liderança do pole position Felipe Massa.

Fiscais removem Renault batida de Nelson Piquet Jr no GP de Singapura da F1 2008 — Foto: PA Images

Sua pena, porém, foi removida pelo Tribunal de Grandes Instâncias de Paris na França, que considerou a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) ilegal, assim como o banimento do diretor-técnico da equipe francesa, Pat Symonds, por cinco anos. Vale lembrar: a Renault e a Alpine são a mesma equipe, porém, ela foi rebatizada em 2021.

- Não me importo com o passado, estou sempre olhando para o futuro, para o que podemos fazer para melhorar nossa equipe. Flavio tem 40 anos de experiência na Fórmula 1, ele sabe como operar uma equipe vencedora. Ele tem um histórico muito bom, com vários títulos mundiais, e trará essa experiência e esse espírito de luta para a equipe. Ele conhece muitas pessoas e tenho certeza de que nos ajudará. O conhecimento, a rede de contatos e a influência de Flavio são um trunfo, e estamos usando todos os recursos disponíveis para tornar a equipe mais forte - declarou Bruno Famin, CEO da Alpine.

Flavio Briatore e Pat Symonds trabalharam juntos por muitos anos na Benetton e na Renault — Foto: Paul Gilham/Getty Images

Desde então, o italiano não assumiu nenhum cargo, mas passou a ser visto algumas vezes no paddock da F1. Ele também manteve-se como empresário de Alonso e já gerenciou as carreiras de Mark Webber, Heikki Kovalainen, Jarno Trulli e Nelson Piquet Jr - que bateu intencionalmente no GP de Singapura em 2008 e deixou a F1 no fim do ano seguinte.

- Não quero fazer nenhum comentário sobre o que aconteceu em outra equipe, mas, no geral, acho que é provavelmente como o Bruno (Famin) disse: Se é um passo à frente para a equipe deles, então é bom para a F1 que a Alpine volte à briga. Conhecemos a história e acho que ele pagou o preço por isso. Agora ele tem permissão para voltar, então ele pode voltar - opinou Frederic Vasseur, chefe da Ferrari.

A crise da Alpine vem se acentuando desde o fim do ano passado, primeira temporada sem Alonso após dois anos de parceria; foram demitidos o então diretor-executivo Laurent Rossi, o chefe de equipe Otmar Szafnauer, o diretor-esportivo Alan Permane e o diretor-técnico Pat Fry.

Flavio Briatore foi banido da Fórmula 1 depois do Singapuragate — Foto: Getty Images

No começo de 2024 a situação piorou; o time abriu o campeonato sem pontuar e, ainda no fim de semana do GP do Bahrein, recebeu os pedidos de demissões do diretor-técnico Matt Harman e o chefe de aerodinâmica Dirk de Beer.

Como consequência, o time se reestruturou com Joe Burnell, David Wheater e Ciaron Pilbeam assumindo cargos de chefia técnica, respectivamente, nas áreas de engenharia, aerodinâmica e desempenho - subordinados ao CEO e chefe de equipe interino Bruno Famin.

Atual chefe da Alpine, Bruno Famin conversa com Stefano Domenicali no paddock de Miami — Foto: Song Haiyuan/MB Media/Getty Images

Em maio, mais uma baixa: o diretor de operações Rob White deixou o time após 20 anos de atuação na Renault (marca que controla a Alpine e foi, antes, uma equipe de F1).

Nas pistas, o cenário seguia ruim; só no GP de Miami, sexta corrida da temporada, Pierre Gasly conquistou um décimo lugar e o primeiro ponto da montadora francesa; hoje, ele e seu colega e declarado desafeto Esteban Ocon, possuem cinco ao todo.

A relação entre os pilotos também não contribui com o quadro geral na Alpine: no fim do último mês, Ocon foi punido pela F1 após causar uma colisão com Gasly na largada do GP de Mônaco. Depois do episódio, a equipe anunciou que não renovaria o contrato do francês - que já não possui uma relação amistosa com o compatriota mesmo antes de correrem juntos na categoria.

Flavio Briatore ao lado de Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1, no paddock do GP de Mônaco de 2022 — Foto: Clive Rose/F1 via Getty Images

Briatore já iniciou sua carreira empresarial com polêmica: em 1984, foi multado e condenado a um ano e seis meses de prisão; depois, em 1986, mais três anos, por fraude e por liderar uma quadrilha que fraudava jogos de azar com cartas falsas de baralho.

A sentença foi reduzida para um ano e dois meses, mas Briatore se refugiou nas Ilhas Virgens até as condenações prescreverem.

Como chefe da Renault, Flávio Briatore comandou bicampeonato de Fernando Alonso em 2005 e 2006 — Foto: Getty Images

Migrando para o setor de vestuário, tornou-se diretor comercial da Benetton e pavimentou o caminho da marca dentro da F1, atuando como diretor esportivo. Era o italiano quem comandava o time quando Michael Schumacher conquistou o campeonato mundial de pilotos em 1994.

Ele foi afastado do cargo mas retornou em 2001. No ano seguinte, a equipe tornou-se Renault; em 2004 e 2005, conquistou o bicampeonato de pilotos com Fernando Alonso.

Infos e horários do GP da Espanha da F1 2024 — Foto: Infoesporte

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