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Por Bárbara Mendonça e Bruna Rodrigues — São Paulo


Max Verstappen já é tricampeão desde o GP do Catar, mas segue com fome de vitórias, pontos e recordes. O holandês venceu o GP de São Paulo na tarde deste domingo e já estabeleceu novas marcas incríveis ao se tornar o primeiro piloto a ultrapassar os 500 pontos em uma temporada - ele bateu 524! - e garantir o maior domínio da história da modalidade: ao fim das 22 etapas, ele terá ao menos 77,2% de vitórias, superando os 75% de Alberto Ascari em 1952. E mais: chegou a 52 vitórias na carreira, se tornando o quarto maior vencedor da história, ultrapassando Alain Prost e ficando a apenas uma vitória da terceira posição, de Vettel. Isso tudo no dia seguinte à vitória na sprint, sua sétima, também um recorde.

Max Verstappen comemora vitória no GP de São Paulo de F1 no pódio com Alonso — Foto: Reuters

- A largada é sempre muito importante. Depois é simplesmente cuidar dos pneus. O carro estava bom, consegui abrir em relação ao Lando, depois fiquei muito forte. Tudo parecia muito bom, mas aqui a degradação dos pneus é grande, precisamos nos concentrar para cuidar dos pneus - disse o campeão.

Pois é, pensou que o O GP de São Paulo de F1 pudesse ser sem muita emoção, já que o título é de Verstappen? Pensou errado! Além dos novos recordes do piloto da RBR, houve acidente antes da largada, acidente na largada, pneu rodando na pista, ultrapassagem na chegada (veja no vídeo abaixo) e mais um capítulo da briga entre Sergio Perez e Lewis Hamilton pelo vice-campeonato para eletrizar a corrida e o público que lotou as arquibancadas de Interlagos. Ah, Perez levou a melhor: terminou em quarto e abriu 32 pontos em relação ao heptacampeão, que acabou em oitavo. Veja aqui a tabela de classificação do campeonato.

As emoções começaram antes mesmo do início da corrida, quando Charles Leclerc bateu ainda durante a volta de apresentação e disse adeus à prova. Depois, na largada, um acidente envolvendo Kevin Magnussen e Alexander Albon soltou detritos e um pneu pela pista, atingindo Ricciardo e Piastri e interrompendo o GP por alguns minutos.

No finzinho da prova, outro grande momento levantou o público: Sergio Perez, que vinha em quarto, ultrapassou Fernando Alonso na penúltima volta. O carro da RBR estava claramente mais veloz do que da Aston Martin, mas o espanhol conseguiu dar o troco. Na reta final, o mexicano abriu a asa móvel e colocou ao lado do carro do bicampeão mundial, mas Alonso conseguiu garantir o lugar no pódio, passando apenas a 0,053 segundos de vantagem. Norris ficou com a segunda colocação.

Foto da chegada do GP de São Paulo de F1 — Foto: Fórmula 1

- Para mim foi como 30 voltas de pressão. Quando ele (Perez) me passou a duas voltas, pensei que não teria chance. Foi um resultado incrível para a equipe, sofremos nas últimas duas corridas, então o pódio hoje é para todos os que lutaram até o final. Estamos aprendendo sobre o carro, eles são tão complexos. Estávamos experimentando muitas coisas para o ano que vem, mas não podemos esquecer que estamos competindo ainda este ano - celebrou Alonso.

A temporada de F1 segue para sua penúltima prova de 2023 em Las Vegas, no dia 19 de novembro.

- Uma pista muito diferente, muito mais frio, vamos ver o que a RBR faz em uma pista de rua. Vai ser muito bom, teremos muitas surpresas - disse Verstappen.

Resultado

Resultado final do GP de São Paulo — Foto: Reprodução Twitter F1

  1. Max Verstappen (RBR), em 1h26min07s136
  2. Lando Norris (McLaren), a 8s277
  3. Fernando Alonso (Aston Martin), a 34s155
  4. Sergio Pérez (RBR), a 34s208
  5. Lance Stroll (Aston Martin), a 40s845
  6. Carlos Sainz Jr. (Ferrari), a 50s188
  7. Pierre Gasly (Alpine), a 56s093
  8. Lewis Hamilton (Mercedes), a 62s859
  9. Yuki Tsunoda (AlphaTauri), a 69s880
  10. Esteban Ocon (Alpine), a 1 volta
  11. Logan Sargeant (Williams), a 1 volta
  12. Nico Hülkenberg (Haas), a 1 volta
  13. Daniel Ricciardo (AlphaTauri), a 1 volta
  14. Oscar Piastri (McLaren), a 2 voltas

*George Russell (Mercedes), Valtteri Bottas (Alfa Romeo), Guanyu Zhou (Alfa Romeo), Kevin Magnussen (Haas) e Alexander Albon (Williams) não completaram. Charles Leclerc (Ferrari) bateu na volta de apresentação e não largou.

Momentos-chave

Acidente na volta de apresentação

Charles Leclerc bate na volta de apresentação em Interlagos — Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP

Antes mesmo de a corrida começar, ainda na volta de apresentação, Charles Leclerc perdeu o volante de sua Ferrari, rodou sozinho e bateu no muro. O piloto inicialmente achou que havia tido um problema hidráulico, mas depois teve outra explicação, ainda não divulgada, de sua equipe.

- Eu perdi o volante e fui reto, basicamente. Agora sei que não foi (uma falha) hidráulica, mas não posso entrar em muitos detalhes - disse.

Largada acidentada

Kevin Magnussen e Alexander Albon batem na largada do GP SP de F1, em Interlagos — Foto: Mark Thompson/Getty Images)

O lugar ao lado de Verstappen estava vazio. Leclerc tinha feito o segundo melhor tempo no treino de classificação e assegurado um lugar na primeira fila do grid, mas não conseguiu voltar para a prova após o acidente na volta de apresentação. Assim que foi dada a largada, Norris pulou de sexto pra segundo e Hamilton de quinto para terceiro. Mas a alegria durou poucos segundos.

Mais um acidente aconteceu, grave a ponto de interromper a prova ainda na primeira volta. Alexander Albon foi tocado de leve por Nico Hulkenberg e perdeu o controle do carro, encostando na roda de Magnussen. Com o choque, a Willams de Albon e a Haas de Magnussen rodaram e soltaram detritos por toda a pista. Um pneu de Albon se soltou e bateu na asa de Ricciardo, que foi muito prejudicada. A asa de Piastri também foi atingida por detritos.

Bandeira vermelha, fiscais e limpeza na pista. Para Albon e Magnussen, foi fim de prova. Mas Piastri e Ricciardo aproveitaram a paralisação para levar seus carros para os boxes, onde os mecânicos de McLaren e AlphaTauri trabalharam rapidamente. Os dois puderam voltar para a prova, mas, pelos ajustes que foram feitos, tiveram que largar do pit lane.

Nova largada

A nova largada aconteceu às 14h34. Hamilton se tornou alvo fácil de Norris ao frear e travar os pneus antes da curva 1. Norris passou para vice-líder da corrida, tendo largado em sexto lugar originalmente. Outro que largou bem foi Alonso, que ultrapassou Hamilton por dentro, roubando o terceiro lugar, atrás apenas do líder Verstappen e de Norris.

Pressão em Verstappen

Max Verstappen no GP de São Paulo 2023 — Foto: Pool via REUTERS

Nas primeiras voltas, Lando Norris colocou pressão séria em Verstappen. O piloto da McLaren deu calor no tricampeão e chamou a atenção do público. Max se defendeu bem e, em pouco tempo, mostrou ter mais carro e mais braço, abrindo volta a volta e se mantendo tranquilamente na liderança até o fim da prova.

Norris também não teve problemas para se manter na segunda posição, sendo pouco ameaçado durante a corrida. A briga mesmo foi pelo terceiro lugar, entre Perez e Alonso, e teve um final incrível.

- Foi muito boa (a corrida), não poderia ir muito melhor. Consegui um ritmo muito bom, assim como ontem. Hoje larguei melhor, fui de sexto para segundo, larguei muito melhor. Na segunda largada, fui mais agressivo. Foi o melhor que pudemos fazer. Max parece sempre ter algo a mais. A segunda colocação foi um belo resultado - comentou Norris.

Pneus da Mercedes

A fritada de pneus de Hamilton na largada foi o prenúncio de um problema que afetou as duas Mercedes. Os carros não renderam com pneus macios e também não conseguiram extrair o necessário dos pneus médios, após a parada para trocas na 20ª volta. Na volta 35, Hamilton reclamou que os pneus já estavam ruins depois de apenas 15 voltas. A falta de rendimento dos carros nas retas também era visível. No fim, o heptacampeão segurou o oitavo lugar a muito custo, enquanto seu companheiro de equipe não conseguiu nem terminar a corrida porque abandonou no meio da prova.

Ultrapassagem incrível na última volta

No pelotão da frente, tudo parecia tranquilo e resolvido, com Verstappen na liderança, Norris em segundo e Alonso em terceiro. Mas Sergio Perez não estava satisfeito, e começou a perseguir Alonso. O espanhol se defendia como podia, com o mexicano a menos de um segundo de distância, botando pressão. O piloto da RBR então partiu para cima de Alonso na penúltima volta, ultrapassando o bicampeão e fazendo valer a força da equipe campeã do Mundial de Construtores. Mas Alonso não ia vender aquele pódio fácil não... O bicampeão mundial retomou a terceira posição na última volta, quase na chegada, com uma ultrapassagem espetacular, digna do grande piloto que é.

Alonso comemora o pódio no GP de São Paulo de F1 — Foto: Reuters

Foi o nono pódio de Alonso no Brasil, mas o primeiro nos últimos dez anos: em 2013, correndo pela Ferrari, ele também ficou na terceira colocação, com vitória de Vettel e Webber na segunda posição. Este ano, ele comemorou muito com os membros de sua equipe e com a torcida.

A F1 retorna na madrugada do dia 19 de novembro com o GP de Las Vegas, nos Estados Unidos, às 3h (horário de Brasília). O ge acompanhará todas as emoções in loco e em tempo real. É a penúltima etapa da temporada 2023, que se encerra no dia 26 de novembro em Abu Dhabi. Veja aqui o calendário.

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