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Por Rafael Lopes

Comentarista de automobilismo do Grupo Globo

Voando Baixo — Rio de Janeiro

McLaren Automotive

Nas celebrações dos 30 anos do legado de Ayrton Senna, Bruno Senna fez uma homenagem em um dos palcos mais icônicos da carreira do tricampeão: o circuito de Donington Park, em Castle Donington, na Inglaterra, local da melhor primeira volta da história da Fórmula 1. Com um hipercarro McLaren Senna, ele foi à pista e deu algumas voltas rápidas no autódromo. A melhor delas em 1min30s5, novo recorde de volta não-oficial para um carro de produção no mesmo traçado usado no GP de 1993.

- Em um carro superleve e com alta pressão aerodinâmica como o McLaren Senna, você pode realmente sentir o incrível fluxo e a mudança de elevação. E, claro, a velocidade. Os nomes McLaren e Senna estão fortemente interligados. Ter esse trabalho conjunto para lançar o McLaren Senna, um carro que com certeza deixaria Ayrton extremamente orgulhoso, é uma grande conquista. Donington é uma pista divertida e é claro que o clima pode influenciar aqui, mas hoje foi bem diferente da corrida de 1993 - disse Bruno Senna.

VOANDO BAIXO: Bruno Senna homenageia o tio com um McLaren em Donington Park

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Realizada em 11 de abril de 1993, o GP da Europa foi palco daquela que é considerada a obra-prima da carreira de Ayrton Senna com o McLaren-Ford MP4/8. Além da melhor primeira volta da história, o brasileiro dominou a corrida de forma absurda, colocando pelo menos uma volta de vantagem sobre todos os carros menos o segundo colocado, o inglês Damon Hill, da Williams - que chegou 1m23s199 atrás do tricampeão.

Além disso, a primeira volta foi marcada por quatro ultrapassagens espetaculares com pista molhada, reafirmando mais uma vez o apelido de Rei da Chuva de Ayrton Senna. Ele largou mal, foi superado por Michael Schumacher, mas recuperou a posição logo na sequência. Em seguida, passou o austríaco Karl Wendlinger, da Sauber. Na sequência, foi a vez de Damon Hill. E por último, a cereja do bolo: uma arrojada manobra para superar o arquirrival Alain Prost. A volta foi batizada pelos ingleses de Lap of the Gods ("Volta dos Deuses", em português).

Bruno Senna acelerou o McLaren Senna no circuito de Donington Park, na Inglaterra — Foto: McLaren Automotive

- Naquela primeira volta em Donington Park, em 1993, Ayrton estava em outro planeta, em uma dimensão diferente até para os pilotos de elite. Foi uma conquista incrível realizar tal pilotagem em condições tão difíceis e complicadas e contra carros mais competitivos. Para mim, é uma daquelas corridas que não se pode esquecer, como a de Portugal em 1985 e do Brasil em 1991 - completou Bruno.

Outro detalhe incomum foi um dos troféus dados ao vencedor: uma escultura do personagem de videogame Sonic the Hedgehog, uma das principais criações da empresa de entretenimento Sega, que patrocinou a corrida de 1993. A McLaren mantém este troféu até hoje.

Ayrton Senna Donington Park 1993 — Foto: Norio Koike/Instituto Ayrton Senna

A corrida de Donington Park foi exatamente o tipo de desempenho que consolidou Ayrton Senna como um piloto com habilidades notáveis, que poderia ir além do melhor da competição por meio do comprometimento total para extrair o máximo de seu talento e de seu carro repetidas vezes – um espírito no qual a McLaren continua inspirada três décadas depois.

O McLaren Senna é o McLaren de rua mais extremo já construído e o mais voltado para as pistas da série Ultimate. Destaca-se não apenas pelo incrível nível de desempenho, mas pela capacidade de criar uma conexão inata entre carro e motorista, totalmente apropriada a um automóvel esportivo inspirado no estilo de direção de Ayrton Senna.

Bruno Senna acelerou o McLaren Senna no circuito de Donington Park, na Inglaterra — Foto: McLaren Automotive

Com peso de apenas 1.198 kg (sem combustível), possibilitado por seu chassi e painéis de carroceria Monocage III, de fibra de carbono, e um motor 4.0 V8 biturbo de 800 cv, o McLaren Senna tem uma relação peso-potência de 668 cv por tonelada. O pacote aerodinâmico voltado para as pistas inclui elementos ativos dianteiros e traseiros, capazes de gerar até 800 kg de downforce, enquanto os freios derivados do automobilismo proporcionam um poder de frenagem sem precedentes: a 200 km/h são necessários apenas 100 metros até a parada total.

Bruno Senna acelerou o McLaren Senna no circuito de Donington Park, na Inglaterra — Foto: McLaren Automotive

Perfil Rafael Lopes — Foto: Editoria de Arte/GloboEsporte.com

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