O treinador foi suspenso preventivamente pela Federação Mineira de Handebol (FMH). A Polícia Militar (PM) informou ao g1 que Francisco Júnior não foi detido por não haver flagrante. O caso teria ocorrido há alguns dias. O advogado do treinador se manifestou por meio de nota. A Polícia Civil investiga o caso.

No ano passado, o agressor foi indiciado pelo crime de injúria racial. Ele ofendeu um estudante de Sete Lagoas que fez comentário sobre o placar de uma partida dos Jogos Escolares de Minas Gerais.

Francisco é treinador da Associação Esportes Solidários Gustavo Elias (Aesge) que disputa o Campeonato Mineiro de base de handebol. A PM esteve no local da agressão, no entanto, quando chegou ao alojamento, o adolescente agredido já havia deixado o local e não foi encontrado.

Outros 13 adolescentes foram encontrados na moradia e alguns deles disseram ter sido vítimas de agressão física, importunação sexual e assédio por parte do treinador.

Os adolescentes foram encaminhados ao abrigo do município de Pompéu sob responsabilidade do Conselho Tutelar. A PM destacou que o suspeito poderá responder por importunação e agressão.

O Conselho Tutelar providenciou a retirada dos meninos do alojamento e o retorno de todos eles às suas cidades junto à Secretara de Desenvolvimento Social.

O órgão informou ainda que requereu escuta especializada com uma psicóloga para os jovens, "além de pedidos de esclarecimentos ao Conselho Municipal de Direitos das Crianças e Adolescentes acerca da autorização para o funcionamento de referida Associação, bem como o envio de oficio da notícia ao Ministério Público para providências de praxe. Por fim, informamos que o caso seguirá em sigilo, tendo em vista do público em que é assegurada tal garantia".

Não é a primeira vez que o Francisco Júnior Corrêa Mota aparece nas páginas policiais. No ano passado, o técnico de handebol já tinha sido indiciado pela Polícia Civil por crime de injúria racial.

Na ocasião, Francisco foi acusado de injúria racial após enviar áudio insultando um estudante de 15 anos durante uma etapa dos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg).

Os advogados do treinador se manifestaram por meio de nota. Leia abaixo.

"Atendendo a contato feito, nos colocamos à disposição do trabalho jornalístico isento e comprometido com a apuração de fatos, através do seguinte pronunciamento: 1. Na circunstância de um momento extremamente inicial, nosso posicionamento é no sentido de ponderar que qualquer interpretação e conclusão sumariamente tomada a respeito de qualquer ocorrência policial que seja, pode se revelar uma medida um tanto quanto prematura e precipitada. 2. O que podemos assegurar, é que Francisco Júnior, assim como seus defensores, se colocam à inteira disposição das Autoridades oficiais, para proporcionar uma regular elucidação dos fatos denunciados", assinam os advogados, Paulino Gontijo Queiroz Cançado, Alexandre Simão de Araújo e Leonardo Gontijo Azevedo.

A FMH informou nas redes sociais que suspendeu preventivamente Francisco Júnior depois de receber mais de 130 denúncias dos casos de agressão do treinador. O presidente da federação, Luiz Fernando Andrade informou que um Procedimento Disciplinar Administrativo foi instaurado.

Confira a nota da Federação Mineira de Handebol

BASTA!!! O HANDEBOL MINEIRO NÃO COMPACTUA COM ATITUDES ANTIDESPORTIVAS!!!

"Na manhã de hoje, após receber mais de 130 denúncias do caso de agressão física envolvendo o treinador da Associação Esportiva Gustavo Elias - AESGE da cidade de Pompéu - Francisco Júnior Corrêa Mota, e o atleta G.M.S.S. de 15 anos, a Federação Mineira de Handebol, através de seu Presidente - Luiz Fernando Andrade, instaurou um Procedimento Disciplinar Administrativo para apurar os fatos, e SUSPENDEU PREVENTIVAMENTE como Medida Cautelar o então técnico Francisco Júnior Correa Mota.

Ainda segundo a Medida Cautelar, “Fica determinado a SUSPENSÃO IMEDIATA do Treinador - FRANCISCO JÚNIOR CORREA MOTA da cidade de Pompéu, pelo período inicial de 60 dias dos Campeonatos Mineiros de Handebol e de todos os eventos promovidos pela Federação Mineira de Handebol em todo o âmbito do estado de Minas Gerais, sendo eles presenciais ou on-line. Fica ainda determinada a convocação de uma Comissão Disciplinar para homologação da decisão e sanções administrativas subsequentes.”

A decisão também determina que “Além disso, fica por fim determinado a comunicação da Confederação Brasileira de Handebol, do Conselho Regional de Educação Física, da Polícia Civil da cidade de Pompéu e da Procuradoria Municipal de Pompéu para conhecimento dos fatos, e providências subsequentes.”

Atitudes assim não são compactuadas por esta entidade. Devemos sempre zelar pela moralidade, pela ética profissional, e princípios de cada um dos atletas, pois o meio esportivo jamais tem espaço para atitudes banais como esta que circula aos nossos olhos.

A Federação Mineira de Handebol através de seu Presidente finaliza que não cessará os trabalhos até a responsabilização dos autores, e informa a fins de transparência, que além da denúncia de agressão física, também chegou a esta entidade outras denúncias sobre o mesmo treinador, o qual serão encaminhadas imediatamente aos órgãos competentes para apuração e responsabilização cívil e criminal."

Prefeitura de Pompéu

A Prefeitura de Pompéu também se manifestou por meio de nota. O Poder Executivo informou que o treinador não coordena nenhum dos projetos esportivos no município.