Ex-Cruzeiro, Athletico-PR, Juventus, Fiorentina, Lazio e ainda em atividade aos 37 anos na Série C do Campeonato Brasileiro com a camisa do Athletic, Rômulo foi convocado pela seleção em 2014 e quase jogou a Copa do Mundo disputada no Brasil.

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Depois de ver a Itália ficar fora dos mundiais de 2018 e 2022 e conquistar a última Euro, o volante espera uma competição desafiadora para o time italiano em 2024 por causa da juventude do elenco, mas enxerga um futuro promissor, com uma geração talentosa.

— A seleção italiana não é muito madura. Pelo contrário, ela está sendo bem reformulada pelo Luciano Spalletti. São muitos jovens, com poucos jogadores experientes. Um deles, um grande amigo meu, Jorginho. Jogamos juntos por um ano no Hellas Verona. Ele saiu, foi para o Napoli, depois eu acabei saindo e indo para a Juventus. O outro é o Donnarumma, que é um parceiro que tenho, jogamos várias vezes um contra o outro. É uma seleção jovem, mas com grandes talentos e que eu acho que vai fazer uma boa Eurocopa. Não sei se a Itália tem chances de título, embora tenha uma força a mais, o peso da camisa sempre vale. Mas é uma seleção que está em reformulação, em transição.

“Tenho certeza que os próximos anos dessa seleção vão ser bem interessantes pelo grupo que está sendo formado, pelos jogadores que estão sendo preparados, jovens, e que daqui a dois, três anos, estarão bem maduros. Seleção Italiana vai voltar com muita força”.

Fã do trabalho de Luciano Spalletti, principalmente pela conquista do Scudetto pelo Napoli na temporada 2022/2023, Rômulo acompanhou os trabalhos que antecederam ao do novo treinador da Azzurra.

Neste período, o torcedor italiano teve uma alegria e duas grandes tristezas. Apesar da seleção ter erguido o título da Eurocopa diante da Inglaterra em 2021, o time ficou fora das duas últimas edições de Copa do Mundo em 2018 e 2022, após eliminações para a Suécia e Macedônia, respetivamente.

De acordo com o volante brasileiro, a Itália era melhor que os dois adversários, mas não fez valer aquela superioridade em campo e acabou superada pelos oponentes.

— Nesses oito anos a Itália tinha um bom time. Em um deles com o Roberto Mancini, que é um ótimo treinador, fez um excelente trabalho, inclusive ganhando Eurocopa. Por isso que eu digo: não sei se foi uma queda de rendimento ou uma fatalidade que acontece.

Rômulo deixou o Brasil em 2011 rumo ao futebol italiano, mas não poderia imaginar que faria tanto sucesso no Calcio a ponto de ser convocado para a seleção italiana.

Com boas passagens por Fiorentina e Hellas Verona, o volante chegou a Juventus e integrou a equipe que foi campeã do Campeonato Italiano na temporada 2014/2015. Porém, o ponto alto naquele primeiro ciclo no futebol italiano foi a convocação para a Azurra que disputaria a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.

Porém, antes mesmo da divulgação da lista, uma conversa em um estádio de futebol foi decisiva para que o nome de Rômulo figurasse entre os convocados. Suspenso da partida entre Hellas Verona e Genoa, o jogador foi com a esposa ao estádio para assistir à partida.

Naquele momento, um segurança que estava no estádio foi até Rômulo para busca-lo, já que o técnico da seleção da Itália, que também assistia ao jogo, queria conversar com ele. A reação foi a mais natural possível, segundo o jogador.

— Eu não acreditei na hora, confesso. Fui meio desconfiado. Quando eu estava me aproximando, o Cesare Prandelli me olha, se levanta e vem ao meu encontro. De verdade, as minhas pernas ficaram bem trêmulas, minha mão começou a suar frio. Ele me chamou e me fez a seguinte pergunta: “Rômulo, se eu te convocar para seleção italiana, tu vai ficar feliz? Vai ser uma honra para ti ou vai ser só marketing?" — declarou Rômulo, que prontamente aceitou o convite.

“Olha, fui direto para o banheiro chorar e agradecer a Deus por aquele sonho realizado. Poucos dias depois veio a convocação oficial. Saiu na televisão, e a minha esposa e eu estávamos assistindo, ansiosos, né? Aí quando o meu nome apareceu na televisão, eu e a minha esposa nos abraçamos, ajoelhados, agradecendo a Deus. Choramos muito, ligamos para todos os familiares, recebi inúmeras ligações da Itália, do Brasil. Foi algo marcante para mim”.

Em razão de uma pubalgia, Rômulo acabou cortado da relação e não defendeu a Itália na Copa do Mundo no Brasil. Porém, ele participou da preparação junto com o elenco e se lembra de detalhes ao lado daquele grupo, que contava com estrelas mundiais.

— Foi algo único, eu jamais vou me esquecer. A gente fez um amistoso contra a Irlanda do Norte, na Inglaterra. Então, ter treinado com a seleção italiana, com grandes nomes, como Buffon e Pirlo. Fazer toda a preparação do jogo, viajar para Londres com toda a delegação, de avião, chegar no hotel, ver aqueles fãs da seleção italiana nos esperando, participar do pré-jogo, ir para o estádio, vestir a camisa da seleção italiana, que eu tenho guardada com muito carinho.

— Foi algo único mesmo. Sem contar os 30 dias que a gente ficou em Coverciano, lá em Florença, fazendo toda a preparação para o Mundial foi algo incrível — contou o jogador, que viu os colegas serem eliminados daquele mundial na primeira fase, em um grupo que contava com Costa Rica, Uruguai e Inglaterra. Os times das Américas do Sul e Central avançaram.

Depois da convocação e do título do Campeonato Italiano pela Juventus, Rômulo conquistou a Copa Itália pela Lazio em 2018/2019. Ele também defendeu as cores de Hellas Verona, Genoa e Brescia antes de retornar ao Brasil.

Um dos líderes do Cruzeiro nas edições de 2021 e 2022 da Série B — o time celeste foi campeão na segunda delas e retornou á Série A —, Rômulo chegou a dar um tempo no futebol como jogador.

Após o término do vínculo com a Raposa, Rômulo não atuou por outros clubes e decidiu investir na carreira fora do campo, ao fazer cursos de gestão e tirar licenças da UEFA, Confederação Brasileira de Futebol e Associação Argentina de Futebol.

No entanto, em março de 2024, Rômulo acertou com o Athletic para a disputa da Série C do Brasileirão. Campeão do Troféu Inconfidência, que conferiu ao time de São João del Rei vaga na Copa do Brasil de 2025 pelo terceiro ano seguido, o Esquadrão investiu em via tripla para contar o jogador.

A boa relação com Vinícius Diniz, presidente da SAF e um dos donos do clube, e Fabio Mineiro, gerente de futebol do Alvinegro, foi crucial para que a negociação fosse concluída. No entanto, a presença da Tiberis Holding, grupo italiano que detém 21,5% das ações da Sociedade Anônima do Futebol, também pesou.

— Está sendo uma experiência muito legal. O Athletic é um clube de tradição, que está em pleno crescimento, vai ser um dos grandes clubes do Brasil, sem dúvida alguma. Tem um objetivo bem importante pela frente e a gente está colocando o nosso tijolinho aí para que isso possa se concretizar.

— É um projeto muito interessante. O Athletic precisa o quanto antes estar entre os 40 principais clubes do Brasil e contavam comigo. O clube já é o maior do interior de Minas e em breve estará entre os 40 principais clubes do Brasil. O projeto de expansão de construção do novo CT é muito arrojado, é bem agressivo. Então, fico feliz de fazer parte dessa construção.