O torneio de vôlei dos Jogos Pan-Americanos mudou as regras na metade. Enquanto as mulheres jogaram com o sistema de desafio, em que podem recorrer à câmeras para rever uma decisão da arbitragem, os homens estão jogando sem o “VAR” do vôlei.
Darlan ataca em partida do Brasil no Pan de Santiago — Foto: Alexandre Loureiro/COB
A mudança foi comunicada aos países na véspera da estreia masculina, quando a competição feminina já havia acabado. O problema é que o sistema contratado pela organização do Pan em Santiago não é homologado pela Federação Internacional de Voleibol. Assim, após reclamações durante a competição entre as mulheres, vencida pela República Dominica sobre o Brasil, foi decidido que o torneio entre os homens seria sem o desafio.
- Nós fomos informados durante a reunião técnica do masculino que o sistema usado no feminino não tinha homologação da federação internacional de voleibol e que tinha apresentado problemas, então optaram por não utilizar no masculino. Nesse nível de disputa que a gente está, é realmente é difícil, porque, em alguns momentos os erros são a favor e em alguns, contra. Não tem um cenário justo para um lado ou pro outro. Sei que é igual o risco para os dois lados. Mas sem dúvida está distante do melhor modelo. É ruim não ter. Impossibilita a verificação justa de bolas duvidosas. Temos que jogar e fazer o nosso melhor, ponto a ponto. Jogo a Jogo. Da nossa parte nos resta competir – explica o diretor técnico da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), Jorge Bichara.
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Caio Maciel e Marcel Merguizo comentam vitória do vôlei do Brasil sobre Cuba no Pan
Ao portal UOL, o dominicano Cristóbal Marte, presidente da Norcega, entidade que gere o vôlei na América do Norte e Central e também organiza a parte técnica do Pan, disse que houve um esforço para melhorar o sistema contratado, incluindo mais câmeras. Mas, segundo o dirigente, “os pixels das imagens não permitiam dizer se uma bola tocou ou não no bloqueio". Na decisão entre Brasil e República Dominicana, por exemplo, os desafios não foram mostrados no telão do ginásio, o maior de Santiago. Esse sistema não é o mesmo usado nas competições internacionais, como a Liga das Nações ou Jogos Olímpicos, e nem da mesma fornecedora da Superliga brasileira de vôlei.
- Na reunião, o Cristóbal, presidente da Norcega, nos avisou que não haveria o “Challenger” no masculino. Eu disse a ele: vamos voltar ao voleibol romântico, quando a gente confiava no árbitro? No outro dia, todo mundo com problema. O “Challenger” é uma realidade. É algo impessoal, mas não tem volta. Veio para esculhambar o árbitro. Os jogadores olham para o banco e pedem para eu resolver tudo. Todo ponto eles olham. Eu preferia então que voltassem os bons árbitros. Mas não vai voltar. O “Challenger” é caro, é investimento, mas é preciso, para tratar todo mundo com seriedade – disse ao ge o técnico brasileiro da seleção masculina da Colômbia, Jorge Schmidt, o Jorginho.
Brasil x República Dominicana final vôlei Pan Santiago — Foto: Reuters
Consultados, nem a Panam Sports nem a organização de Santiago 2023 responderam ao ge.
A Colômbia, assim como o Brasil, está classificada para as quartas de final do Pan de Santiago. E resta aos jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores confiarem nos árbitros nessa reta final dos Jogos.