O Náutico foi condenado a pagar aproximadamente R$ 800 mil ao técnico Hélio dos Anjos, demitido "por justa causa" pelo clube, em fevereiro de 2022. A juíza Maria Carla Dourado de Brito, da 10ª Vara do Trabalho do Recife, porém, não reconhece que o treinador teve conduta inadequada para ser dispensado pelo clube nos moldes expostos pela direção alvirrubra.
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A informação foi divulgada primeiramente pelo radialista Wellington Araújo e confirmada pelo ge na tarde desta quinta-feira.
"Não restou comprovada a prática de qualquer falta grave pelo Reclamante capaz de legitimar a aplicação de penalidade máxima prevista pelo Legislador, pelo que declaro a nulidade do ato demissional da parte autora, em face da desconstituição dos fundamentos utilizados para a justa causa aplicada pelo Reclamado", escreveu na sentença publicada no último dia 7 de junho, a juíza Maria Carla Dourado de Brito.
O Náutico foi condenado ao pagamento das seguintes verbas rescisórias, nos limites do pedido, em relação ao contrato de trabalho que perdurou de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022 pelos seguintes pontos:
- Gratificação natalina proporcional de 2022 (1/12 avos);
- Salário relativo ao mês de janeiro de 2022;
- Férias gozadas de 01/12/2021 a 30/12/2021, de forma simples, acrescidas do terço Constitucional;
- Multa do art. 479, da CLT, em face da rescisão antes do termo estipulado para o término do contrato de trabalho;
- Para fins de liquidação, considere-se como última remuneração do Autor o montante de R$ 102.345,00, já considerada a integração salarial do “direito de imagem” reconhecida anteriormente.
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- Trata-se de ação em que se busca a nulidade da dispensa por justa causa aplicada injustamente pelo clube ao treinador, o que foi deferido na decisão. Além disso, requer-se o pagamento de salário atrasado, 13º salario, FGTS, verbas rescisórias, multa pela rescisão antecipada do contrato, indenização por danos morais etc - resumiu a advogada de Hélio, Manoella Moron.
A fim de sustentar a legalidade da demissão, o Náutico argumenta nos autos, que no dia 9 de fevereiro de 2022, após o jogo Náutico x Retrô, Hélio dos Anjos teria comandado os atletas ao conflito com a torcida, "liderando a saída do vestiário para contrapor um único torcedor que estava gritando na área externa, gerando um conflito de grandes dimensões na área comum do Estádio dos Aflitos".
A juíza, no entanto, a partir de depoimento colhido por uma testemunha, que o motivo da saída do treinador foi a “animosidade” entre Hélio dos Anjos e Diógenes Braga, então presidente do clube - fato que a seguir se tornou público.
Através do departamento de comunicação, o Náutico informou que "aguarda uma notificação judicial para poder tomar qualquer decisão". Atualmente, o clube atravessa um processo de Recuperação Judicial.