Valieva alega que sobremesa de morango pode ser responsável por doping

Defesa da patinadora russa levanta hipóteses para ingestão acidental de substância proibida, mas CAS descarta todas elas

Por Redação do ge — Lausanne, Suíça


A Corte Arbitral do Esporte (CAS) divulgou os argumentos de defesa de Kamila Valieva em julgamento por doping. A patinadora russa alegou que a contaminação por trimetazidina pode ter acontecido ao comer uma sobremesa de morango, preparada no recipiente em que o avô da atleta triturava remédios. A justificativa, no entanto, não convenceu o CAS, que suspendeu Valieva por quatro anos – valendo a partir de dezembro de 2021 – e cancelou resultados, como um ouro olímpico em 2022.

Kamila Valieva está suspensa por quatro anos — Foto: Catherine Ivill/Getty Images

Outras hipóteses levantadas pela defesa da patinadora foram: uso de um copo com resíduos de remédios do avô, ingestão de um suplemento ou medicamento acidentalmente contaminado e sabotagem.

De acordo com decisão divulgada pelo CAS, a entidade não pôde confirmar que a ingestão de trimetazidina foi acidental. A Corte também não conseguiu determinar se o avô de Valieva realmente fazia uso da substância quando o doping foi detectado – em dezembro de 2021.

De acordo com o CAS, por conta da gravidade do caso envolvendo Valieva, a patinadora foi julgada sem distinção de idade. Ela tinha 15 anos quando testou positivo para trimetazidina. Agora, está com 17.

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A Agência Mundial Antidoping (Wada) concordou com a decisão do Tribunal Arbitral do Esporte, mas pediu também investigações sobre outras pessoas possivelmente envolvidas no doping de Valieva, como médicos e membros da comissão técnica.

O Comitê Olímpico Russo, por sua vez, anunciou que vai recorrer da punição à atleta. A reação se dá, especialmente, porque os russos viram o ouro conquistado pela equipe do país nos Jogos de Inverno de Pequim, em 2022, virar bronze. Valieva participou da prova e, por conta do doping, teve seu resultado desconsiderado.

Entenda o caso

No fim de janeiro, o CAS suspendeu Kamila Valieva por quatro anos – valendo a partir de 25 de dezembro de 2021, quando a patinadora testou positivo para trimetazidina (substância usada em tratamentos cardíacos e proibida para atletas) em exame antidoping do Campeonato Russo. O CAS ainda anunciou que todos os resultados conquistados por Valieva desde então serão anulados. No período, a russa participou das Olimpíadas de Inverno de Pequim 2022 e ganhou o ouro por equipes.

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Por conta da punição a Valieva, o Comitê Olímpico Russo perdeu a medalha de ouro conquistada em Pequim, passando a ficar com o bronze. A entidade recorre da decisão.

Valieva também perdeu o ouro conquistado no individual feminino do Campeonato Europeu de 2022.