Vem aí um novo protagonista da base? Na vitória do Palmeiras por 2 a 0 sobre o Vasco, pela 8º rodada do Brasileirão, o garoto Estêvão brilhou e dá sinais que o clube pode contar com uma nova estrela vinda da base no time principal.
Abel Ferreira deu diversas pistas de como pretendia montar o time sem Endrick, que deixou o clube rumo ao Real Madrid. O esquema 4-2-3-1, mantido durante todo o ano, irá continuar. O que muda é a configuração do setor ofensivo. O desenho dos três meias e do atacante variou bastante nos últimos meses, seja por questões estratégicas ou por alternativas do treinador.
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Em jogos que o time precisa manter mais a bola, Rômulo pode entrar junto de Veiga e Estêvão e Flaco pode pintar no ataque. Rony é alternativa para a posição de centroavante, e Felipe Anderson e Dudu complementam o setor.
Palmeiras 2 x 0 Vasco | Melhores momentos | 8ª rodada | Brasileirão 2024
O que funcionou tão bem contra o Vasco foi justamente a combinação de funções desses jogadores de frente.
Quando tem a bola, o Palmeiras sempre forma uma linha de três atrás. Marcos Rocha joga junto dos zagueiros e o setor direito é ocupado por um jogador mais ofensivo. Se antes Mayke e até Veiga faziam essa função, quem teve liberdade para jogar por lá foi Estêvão. Ele buscou abrir o campo e receber a bola sempre para partir para cima. Não descia para buscar e ficava esperando.
Para tornar o time mais ofensivo, Abel usou Lázaro como um falso meia pela esquerda. Ele fechava aquele setor, mas com a bola, jogava ao lado de Veiga, formando quase que uma dupla de criação. O lado esquerdo ficou com Piqueréz. Com isso, Zé Rafael não precisava avançar muito e conseguia espaço para pensar o jogo de cabeça erguida, como na foto.
Essa combinação fazia o Palmeiras levar a bola com tranquilidade até a defesa do Vasco. Foram 25 finalizações, a maioria delas criada em jogadas pelos lados.
Na direita, Estêvão tinha muita liberdade para pegar a bola, conduzir, carregar...ele usava da velocidade para levar a jogada para frente. Enquanto isso, Rony e a dupla marcada em vermelho na figura acima podiam correr em x, buscar espaço para finalizar. A entrada do garoto como um ponta essencialmente ofensivo tornou o time mais agudo e rápido.
Pelo lado esquerdo, a bola corria de uma forma diferente. Havia muitas trocas de posição entre Lázaro e Piqueréz. O lateral uruguaio fazia o movimento de passagem não pela linha de fundo, mas por dentro, como um elemento surpresa dentro da área. O primeiro gol nasceu exatamente desse movimento. O inverso também podia acontecer, com Piqueréz na linha de fundo e Lázaro passando por dentro.
Se a falta de um centroavante com mais renome ainda é uma ressalva, o Palmeiras está tão bem servido de opções no setor ofensivo que Abel Ferreira tem mais de dois times para suprir a ausência de um nove que seja titular incontestável, ainda que Rony e Flaco façam suas funções e correspondam com gols.
No 4-2-3-1 com jogadores ofensivos pelas pontas, um centroavante e Raphael Veiga como dono da posição de meia central, dá para pensar em:
- Um time sem referência, com Felipe Anderson e Raphael Veiga centralizados e Estêvão pelo lado direito e Dudu pelo lado esquerdo.
- Uma linha de meias com Felipe Anderson, Dudu e Raphael Veiga e Lázaro mais centralizado, buscando o lado direito como Endrick fazia
- Felipe Anderson no lugar de Lázaro no time titular contra o Vasco, e o mesmo com Dudu
Com Copa do Brasil e os dois jogos contra o Botafogo na Libertadores, além do Brasileirão, Abel não pensa em um time titular em si, mas sim em variações dentro da mesma forma de jogar no esquema tático 4-2-3-1 do Palmeiras.
E novos protagonistas, de idades cada vez menores, o que se tornou uma constante nos últimos anos.