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Por André Ribas e Laura Rezende — Belo Horizonte


O Atlético-MG tem um nome como 'plano A' para substituir Felipão: Gabriel Milito. O argentino é um dos nomes que estão na lista do clube. Nenhum deles é brasileiro.

4 técnicos estrangeiros estão na lista da direção do Atlético

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Assim que a decisão pela saída de Felipão foi tomada, a cúpula alvinegra começou a discutir possíveis nomes. O de Milito foi bem avaliado. A ideia do clube é contactar o staff do treinador até o fim da semana e dar início as tratativas, conforme apurou o ge.

O perfil traçado pelo Atlético é claro: um futebol mais ofensivo, que envolva o adversário. Uma ruptura se for comparar com o que era proposto pelo Felipão.

Gabi Milito, técnico do Argentino Juniors — Foto: AFP

Ex-zagueiro, Milito tem 43 anos, é argentino e teve trabalhos em quatro clubes como técnico. Treinou o Estudiantes em duas ocasiões (2015 e, depois, 2019-2020), comandou o Independiente em 2016, o O’Higgins, do Chile, em 2017-2018 e o trabalho de mais destaque continental foi com o Argentinos Juniors, entre 2021 e 2023.

Como jogador, Independiente, Zaragoza e Barcelona. Na Espanha, levou três Supercopas da Espanha, uma da Uefa, uma Copa do Rei, dois Campeonatos Espanhóis, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes.

Gabriel Milito em jogo de despedida — Foto: EFE

Milito é irmão mais novo de Diego Milito, também ex-jogador de futebol. Ambos vestiram a camisa da seleção argentina. Gabriel, inclusive, disputou a Copa do Mundo de 2006.

Construção com participação do goleiro; jogo de posse

Em ideias, Milito costuma montar times que procuram propor o jogo e com uma construção mais elaborada, com trocas de passes desde a defesa. O goleiro tem papel ativo nesse primeiro passe. A saída de bola tem como padrão ter três jogadores e dois no apoio mais adiante. Muita vezes, utiliza laterais ou meias na linha defensiva para facilitar na construção.

Uma das formações que adotou no último trabalho foi com três zagueiros ( 3-4-1-2 ). Nela, tem variações para um meio mais preenchido ou atuando com só um homem na frente. Na mais frequente, ele deixa os alas na linha do meio, dois homens por dentro, e um mais avançado, próximo dos dois atacantes.

Formação base usada por Milito no último trabalho — Foto: Wyscout

Milito gosta de jogadores dinâmicos e trabalha muito com trocas de posição. Uma das ideias é o meia, mais próximo dos atacantes, recuar para ajudar na situação de ataque.

Enquanto todos estão bem posicionados na região da bola, ele costuma deixar um jogador aberto do lado oposto para oferecer largura e uma opção para desafogar.

Outra jogada tradicional é a troca de passes por dentro, acionando o atleta mais aberto para explorar o um contra um pelo corredor. Nessas situações, suas equipes buscam o cruzamento quanto estão, pelo menos, em igualdade numérica com o adversário na área.

Marcação agressiva para recuperar a bola

A atitude de seus times também passam pelo sem bola. Quando está na marcação, procura pressionar desde o ataque. A ideia é forçar uma construção pela lateral do adversário. Assim, fechar as opções de passe pelo meio e tentar recuperar a bola.

Quando não consegue evitar essa saída, adota uma linha de cinco atrás. Mesmo assim, o time mantém uma postura agressiva para não deixar o adversário trabalhar a bola.

Na bola parada, tem como base uma marcação tendo o espaço como referência - e não o adversário. Ela costuma ser mista nesse tipo de jogada.

Marcação agressiva na saída de jogo do adversário. — Foto: Reprodução Tyc Sports

Gabriel Milito é um técnico que não abre mão das suas convicções em qualquer trabalho. O maior desafio será enfrentar um cenário de pressão por títulos, como Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.

Em entrevista ao jornal 'La Nacion' - em dezembro de 2023 - o treinador respondeu se abriria mão de suas convicções para conquistar títulos.

- Relaciono o ato de vencer com a convicção, e é muito difícil convencer um grupo se você não estiver convencido. Você convence através da paixão, e as coisas pelas quais você é apaixonado são as que você sente: as genuínas. Aquelas que geram uma emoção em você. Aí, um dia ou num jogo, temos que abrir mão das coisas que pensamos..., porque o futebol não é linear.

- Tem dias que você quer desenvolver algo e não dá certo, ou o rival te controla bem, ou te domina. Pois bem, nesse dia tentaremos levar o jogo adiante da melhor maneira que pudermos. Da maneira mais conveniente. Se o jogo mostrar que erramos antes do jogo, bom, temos que ter alternativas.

Perguntado na época sobre propostas que recusou, o técnico foi direto: busca um projeto.

- Quero trabalhar, mas não sou obcecado em trabalhar. Tem que ser um projeto, como nasceu o Argentinos. Eu tenho que sentir isso. Claro que quero trabalhar, mas tem que ser algo que realmente me mova. Pode ser na Argentina ou no exterior, lá não acontece.

Gabriel Milito Argentinos Juniors — Foto: Divulgação/ Argentinos Juniors

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