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Por Bruno Cassucci — Orlando, Estados Unidos


Estados Unidos 1 x 1 Brasil | Melhores momentos | Amistoso internacional

Estados Unidos 1 x 1 Brasil | Melhores momentos | Amistoso internacional

Embora se diga mais satisfeito do que preocupado, Dorival Júnior admite que há muito o que melhorar na seleção brasileira para buscar o título da Copa América. Um dos pontos de atenção após os quatro primeiros jogos sob o comando do treinador é o setor defensivo, vazado seis vezes nas quatro partidas disputadas em 2024.

Tal dificuldade, porém, não é de agora. Desde Mundial do Catar, o Brasil já foi vazado 20 vezes em 13 partidas, média de 1,53 por jogo. Já no ciclo de Copa anterior, levou quase um quarto disso: 22 gols em 55 jogos, média de 0,4.

Dorival pondera que metade dos gols em sua gestão saíram de cobranças de bola parada em infrações contestadas pela Seleção: dois pênaltis contra a Espanha e uma falta contra os Estados Unidos.

Ainda assim, o técnico reconhece que o desempenho está aquém do desejado:

– É natural que ainda estejamos distante do que queremos. Para mim, o futebol parte de um equilíbrio e você tem que ser efetivo. Sem a posse, você precisa estar um pouco mais atento e com os compartimentos mais próximo – afirmou Dorival, que disse ver evolução.

Na data Fifa de março o Brasil teve uma série de desfalques no setor de defesa, a começar pelo gol, que não contou com Ederson e Alisson. Na zaga, Marquinhos e Gabriel Magalhães foram cortados, e o técnico escalou uma dupla inédita, formada por Fabrício Bruno e Beraldo.

Porém, Dorival entende que os problemas não têm relação só com os jogadores que jogam na primeira linha.

– Temos um meio-campo consistente. Estamos jogando com dois pontas bem ofensivos, com atacante com liberdade de movimentação, e a recomposição é importante. Estamos cobrando tudo isso. Diferente do que jogavam em suas equipes, mas tendo uma certa obrigação de retorno. Até encontrarmos equilíbrio, precisamos um pouco mais desses jogadores individualmente no sentido defensivo para que, daqui a pouco, tenham mais liberdade. O equilíbrio ainda não existe. São duas partidas, ninguém é mágico, não acontece. Vamos encontrar essa condição com mais jogos, treinamentos, muito trabalho – analisou.

Beraldo e João Gomes marcam Pulisic em Brasil x Estados Unidos — Foto: Mark Thorstenson/ISI Photos/USSF

O volante Douglas Luiz, que disputa a posição de titular com João Gomes, também apontou a importância dos jogadores de frente para uma maior solidez defensiva:

– Acho que a gente tem que ser um pouco mais inteligente de ficar um pouco mais com a bola no ataque. A gente é um time que tem muita qualidade, então tem que marcar com a bola no pé, poder rodar mais, ter um pouco mais de paciência. Assim a gente vai ficar mais com a bola e vai sofrer menos.

Titular na última Copa, o zagueiro Marquinhos fez sua primeira partida com a Seleção no ano na última quarta-feira, no empate em 1 a 1 com os Estados Unidos. Mesmo tendo atuado ao lado de Beraldo, companheiro dele no Paris Saint-Germain, o zagueiro entende que é preciso de mais tempo para que os jogadores se entendam melhor:

– A gente sabe que ainda falta muita coisa, principalmente entrosamento. Por mais que o time se conheça bastante, é um novo estilo de jogo, novas funções dentro de campo. A gente vem do clube com algumas funções diferentes, chega aqui e tem que se adaptar o mais rápido possível – declarou Marquinhos, que ainda completou:

– A gente vai levar isso como objetivo: não tomar gol. A gente sabe que a qualidade que temos principalmente no ataque, um golzinho a gente vai fazer. Muitas chances a gente vai criar, a gente confia muito na molecada ali na frente. Então, se a gente conseguir manter essa estrutura para não tomar gols, com certeza as coisas vão facilitar pra gente. É um novo momento da Seleção, um novo treinador que vem chegando agora. Foi meu primeiro jogo com o Dorival. São muitas informações que a gente vem tentando colher e penso que, com o passar do tempo, cada vez mais a gente vai se entendendo e melhorando.

Após folga na quinta-feira, a Seleção volta aos trabalhos nesta sexta para fazer os ajustes necessários para a Copa América. Serão oito sessões de treinos até a estreia, dia 24, contra a Costa Rica, na Califórnia.

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