- Muito feliz por essa oportunidade, pelo reconhecimento e pela projeção da direção do clube de ver o futebol feminino crescendo junto comigo e com as ideias que eu consegui trazer para o grupo. Nosso desejo é seguir buscando melhorar a nossa equipe para seguir brigando sempre por títulos – disse Tatiele.

O trabalho de Tati vem se consolidando no Chile. A treinadora vê o momento que está vivendo como uma recompensa de todos os anos em que buscou qualificação. Segundo ela, os resultados mostram que as ideias fazem sentido. Por isso, ela tenta a cada dia motivar as atletas para manter a invencibilidade.

- Quando a gente entra em um patamar de conseguir um êxito por um período longo, o meu desafio é exatamente motivar e desafiar a minha jogadora dentro do nosso grupo. Isso que é legal. Trazer essa competitividade dentro do nosso trabalho. A nossa semana em alto nível vai nos levar para outra possibilidade de vitória. É ter os pés no chão, saber que o futebol é um trabalho de formiguinha todos os dias. Qual é o jogo mais importante? O próximo. A gente não pode pensar em defender um título se nós não cumprimos a nossa meta semanalmente – afirmou.

Em julho do último ano, quando a treinadora aceitou o convite do Colo-Colo, o objetivo principal era de romper fronteiras e internacionalizar a carreira. Um sonho antigo de Tati. Mas conhecer melhor o futebol sul-americano e desenvolver cada vez mais a modalidade feminina no país também estava nos planos.

- A ideia do Colo-Colo era de melhorar, de profissionalizar e de trazer uma nova metodologia. Eu teria a possibilidade de trazer minhas ideias e de colocar em prática, respeitando a cultura do clube. Eles buscavam o novo, a profissionalização e a experiência. Acho que acabou casando bem o meu desejo e o desejo do clube de realmente trazer uma mudança e de olhar mais para o futuro – comentou a treinadora.

Oportunidade que não costuma ser muito comum quando se trata de mulheres no mercado de treinadoras de futebol. Mesmo para quem tem títulos no currículo, como é o caso de Tatiele Silveira. A técnica conquistou o Campeonato Brasileiro com a Ferroviária em 2019 e, na ocasião, se tornou a primeira técnica mulher campeã brasileira no feminino. O feito se repetiu em alguns meses no Chile com a conquista do Campeonato Chileno. Ela se tornou a primeira treinadora mulher do Colo-Colo a levantar a taça do torneio nacional.

Em 2023, o time chileno também voltou a disputar a Libertadores após três anos, mas foi eliminado nas quartas de final pelo Internacional. O clube vem investindo para resgatar o protagonismo que as meninas tiveram quando foram campeãs da América em 2012 e vice em 2011, 2015 e 2017.

- Ano passado, a ideia da Libertadores foi exatamente entender onde nós conseguíamos colocar a nossa equipe a nível internacional. E nós tivemos uma resposta muito positiva. Esse ano nós queremos subir um nível nessa nossa escadinha. Temos ambições dentro do cenário sul-americano. Nós temos ambições dentro da Copa Libertadores e esse ano nós temos a ambição de colocar o Colo-Colo entre os quatro melhores times sul-americanos - disse a treinadora.