O artilheiro da última edição da Copa Africana de Nações foi punido pela Fifa por atuar onze anos de forma irregular. Emilio Nsue nasceu na Espanha e atuou pelas seleções de base no país, mas, depois de adulto, quis assumir a nacionalidade do pai e teve a mudança de seleção negada pela entidade máxima do futebol. Desde 2013, o atacante atua por Guiné Equatorial sem a autorização da Fifa.
Os onze anos de atuação irregular de Nsue por Guiné Equatorial passaram batidos pela Fifa por um bom tempo. Porém, em 24 de maio, o comitê disciplinar da entidade anunciou que o jogador está suspenso por seis meses de atuar no futebol internacional e não poderá mais jogar pela seleção de Guiné Equatorial.
A federação de futebol de Guiné Equatorial também foi punida no mesmo dia pela Fifa. Segundo comunicado oficial, a multa aplicada será de 150 mil francos suíços (cerca de R$ 890 mil na cotação atual).
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Entenda a polêmica
Nascido e radicado na Espanha, Emilio Nsue López é filho de mãe espanhola e pai equato-guineense. Ele começou a carreira como jogador de futebol profissional no país europeu. O primeiro clube foi o Mallorca. Hoje ele atual pelo Intercity, da terceira divisão espanhola.
Enquanto estava nas categorias de base, Nsue foi convocado e atuou pela seleção espanhola. O jogador inclusive representou a Espanha durante o Mundial Sub-20 de 2009.
Já adulto e jogador profissional, Nsue pediu para mudar de seleção, pois gostaria de jogar por Guiné Equatorial, país natal do pai. O pedido, porém, foi rejeitado pela Fifa, porque ele só conseguiu a nacionalidade equato-guineense depois de atuar pela seleção espanhola. O correto seria ter já a dupla nacionalidade antes de vestir a camisa da Espanha.
Apesar da negativa, ele começou a jogar por Guiné Equatorial em 2013. Depois de estrear em um amistoso, Nsue jogou duas partidas contra Cabo Verde pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014 e marcou um hat-trick na vitória por 4 a 3 em casa.
A federação de futebol do país africano foi punida com a mudança dos resultados para 3 a 0 e multada por essa infração em 2014. Nsue foi declarado inelegível para defender Guiné Equatorial. Mas isso não impediu o atacante de continuar jogando pela seleção equato-guineense até esse ano.
Depois de ser artilheiro da Copa Africana de Nações 2023 com cinco gols em quatro jogos, Nsue virou alvo da Fifa e foi punido mais uma vez. A participação do jogador em partidas das eliminatórias da Copa de 2026 gerou duas derrotas por desistência para a seleção de Guiné Equatorial.
— Depois de considerar todos os elementos apresentados, o Comitê Disciplinar da FIFA ficou confortavelmente convencido de que o jogador era inelegível e, consequentemente, decidiu declarar os jogos da competição preliminar da Copa do Mundo da FIFA 2026™ em que o jogador estava em campo (ou seja, Guiné Equatorial x Namíbia e Libéria x Guiné Equatorial, disputados em 15 de novembro de 2023 e 20 de novembro de 2023, respectivamente) perdidos por desistência para a Guiné Equatorial (por um placar de 3-0) — diz trecho do comunicado da Fifa.
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