Um grupo ligado ao Fundo Público de Investimentos da Arábia Saudita (PIF) estuda a possibilidade de comprar um clube europeu, segundo o jornal britânico Independent. Os alvos são Valencia, da Espanha, e Olympique de Marselha, da França, por serem "semelhantes em tamanho" ao Newcastle, da Inglaterra, adquirido pelo PIF no final de 2021.
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Príncipe da Arábia Saudita diz que "não liga" para "sportswashing"
Segundo o jornal, o Fundo de Investimentos Público não tem planos de fazer qualquer compra agora. O PIF é sócio-majoritário do Newcastle, na Premier League, além de Al-Nassr, Al-Hilal, Al-Ittihad e Al-Ahli, todos da Arábia Saudita. Com isso, os intermediários ligados ao governo assumiram as negociações do assunto.
Valencia e Olympique chamam atenção, assim como o Newcastle, por terem um legado histórico, mas que não o refletem nos desempenhos atuais das equipes. O cenário, segundo o Independent, dá margem para investimentos. Adquirido há dois anos, o Newcastle está disputando a Liga dos Campeões, é líder do Grupo F e goleou o PSG na última rodada por 4 a 1.
Embora o Valencia seja o mais atraente dos investidores, por conta da posição do clube na Liga Espanhola, o dono Peter Lim está relutante sobre a venda do clube até que a equipe tenha um novo estádio. Assim, o processo seria mais fácil se optassem pelo time francês.
Especialistas ouvidos pelo ge analisaram esse novo movimento da Arábia Saudita no futebol.
- A maior parte dos que adquiriram posições majoritárias em clubes ingleses vai buscar posições em outras ligas europeias para a formação de uma rede de negócios global. É um negócio pautado não somente nos direitos de transmissão, bilheteria e licenciamentos dos clubes, mas também na valorização dos atletas, e essa depende da evolução deles, que nem sempre se dá com um "salto" direto para a principal e mais exigente liga do mundo. Ter clubes de diferentes níveis de exigência, seja pelas pretensões e histórico deles, seja pelos seus rivais locais, nas suas ligas, é importante para rentabilizar esse ativo específico, que é a vinculação com atletas - analisa Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil.
- Tudo isso vai ao encontro do plano de sediar uma Copa do Mundo. Vejo com bons olhos, pois é um dinheiro novo que até então não existia no mercado e forma parte de um círculo virtuoso dentro do futebol. Por isso, deixando de fora questões políticas, esse é um dinheiro que movimenta a indústria de uma maneira geral - explicou o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito desportivo.
Olympique de Marselha está na mira de compra da Arábia Saudita — Foto: Getty Images
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