— Acho que quase tudo é o Mister. Ele é um cara muito top de treinador, mas cobra muito da gente. É exigente durante o jogo. Maluco, maluco mesmo. Louquinho. E nem argentino é, imagina se fosse argentino, seria doido. Igual ao Sampaoli. Doidinho. Mas também tem um pouco do grupo. Aqui foi o melhor que eu já passei, de grupo. Das pessoas, de ser bem tratado...

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Savinho explica que a "loucura" do treinador de 48 anos consiste na forte cobrança. Segundo o brasileiro, o técnico espanhol não aceita erros de passes e desperdício de posse de bola. O atacante conta que se diverte com as reações do comandante... quando não está em campo.

— Ele fica maluco quando erramos passes bobos. É muito engraçado. Mas eu não acho engraçado não, porque quando estou jogando de titular ele fica me xingando muito. Eu fico p***. Fico maluco. Na Copa do Rei eu estava sendo poupado e fiquei dando muita risada dele xingando os caras. Fico pensando: “Pô, nada a ver... tá xingando o cara por quê? Maior sacanagem”. Mas acho que ele quer te ajudar também. Não quer deixar você no conforto — reconhece Savinho.

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O atacante de 19 anos pertence ao francês Troyes e está emprestado ao Girona desde o início da temporada. Os dois clubes pertencem ao Grupo City, que tem como principal time o Manchester City. Savinho revela que tem como meta trabalhar no time de Pep Guardiola, que, segundo a imprensa europeia, tem interesse no jogador.

— Até hoje não tive nenhuma proposta do Manchester City e nenhum contato. Fico feliz de sair na internet, mas estou focado no Girona. Desde que fui contratado pelo Grupo City, tenho um objetivo final que é chegar no Manchester City. Mas cada jogador vai passar pelo seu processo, pela sua tempestade dentro do futebol que é normal e tem que passar. Lá na frente você vai saber por que passou aquilo — diz o atleta.

Focado no Girona, Savinho tem seis gols e sete assistências na atual temporada. O bom rendimento da equipe não chega a surpreender o atacante brasileiro, que faz elogios à equipe. No entanto, ele admite que não esperava brigar no topo da tabela com os principais clubes no futebol espanhol.

— Eu falo isso para todo mundo. Acho que as pessoas nem devem acreditar em mim. Quando eu cheguei aqui no Girona, no meu primeiro treino, eu fiquei impressionado com a qualidade dos jogadores, com a exigência do Mister... Eu falei para meus representantes e minha família que eles eram muito bons. Lógico, brigar com Real Madrid, Atlético e Barcelona eu não esperava, mas esperava sim fazer um bom campeonato.

Título espanhol

— Pensar a gente não pensa, mas sonhamos (com o título). O que a gente mais fala é pensar jogo a jogo. Não daqui a dois meses. Pensamos jogo a jogo e deixamos que a coisas vão passando. É continuar com a mesma pegada que estamos.

"Momento difícil" no PSV

— No PSV eu costumo dizer que foi aprendizado, momento difícil que me fez fortalecer e crescer para fazer o que eu estou fazendo no Girona. Tive que lidar com lesão, frio e língua. Primeira temporada na Europa. Não joguei muito no Atlético-MG, poucos minutos. Tem gente que sai do Brasil já jogando, eu não tive muitos minutos. Fui para um lugar mais difícil de viver. Isso me fortaleceu muito. Me mantive focado. Precisei passar por isso primeiro.

"Quanto mais demora a sair do Brasil, mais difícil vai ser"

— Eu acho que quanto mais demora a sair do Brasil, mais difícil vai ser depois. Saindo com 21 anos, vai demorar para se adaptar e quando vê já tem 23, 24 anos. Se achar que vai ficar mais dois anos no Brasil para ir mais preparado para a Europa, não vai. É totalmente diferente. É melhor chegar aos 18 anos, pegar um, dois anos de experiência para se adaptar e depois começar a fazer as coisas certas. Para mim, é mais fácil vir mais novo para sofrer mesmo e aprender as coisas e começar a desenvolver dentro de campo.

A importância do Mundial Sub-20 em 2023

— Eu fiquei sem jogar quatro meses no PSV. Tive uma lesão no sul-americano. Fiquei muito tempo sem jogar. Depois disso só tinha o Mundial. No PSV vi que não teria muita oportunidade. Tinha o objetivo de jogar bem, fazer gol e assistência para achar algum time para me querer. Consegui. Joguei bem e veio o Girona.

Quando surgiu a proposta do Girona

- Eu estava meio balançado, porque como joguei bem o Mundial, tinha outras propostas também. Estava quase fechando mais um ano com o PSV. Fiquei pensando: “Já conheço todo mundo no PSV, esse ano de aprendizado, tem brasileiro lá, treinador me ligou”. E eu tinha falado com a minha esposa que se algum time da Espanha me ligasse, eu iria escutar, pois era um sonho. Quando o Mister me ligou e falou do projeto do time. Pesquisei também da história do time. Fiquei encantado e já dei a resposta. Pensei no projeto para mim e para a minha família. Creio que eu acertei.