+ Confira a tabela da Eurocopa de 2024

A Itália estreia na Euro-2024 contra a Albânia, neste sábado, às 16h (de Brasília).

A festa em Wembley em julho de 2021 encerrou uma espera de quase 50 anos por um segundo título de Eurocopa (o primeiro foi em 1968). Também coroou uma campanha com grandes atuações, desde as eliminatórias — com 100% de aproveitamento —, passando pela fase de grupos, até a final contra os ingleses.

Aquela seleção italiana estava há mais de 30 jogos sem perder um jogo oficial. Só foi novamente derrotada em outubro, na semifinal da Liga das Nações contra a Espanha. Vingança da semi na Euro-2020.

A Itália detém o recorde mundial de invencibilidade entre as seleções: 37 jogos.

+ Itália sobe degrau entre campeões da Euro; veja a lista

Poucos nomes do time titular ou do banco naquela decisão permanecem na seleção. Bonucci e Chiellini se aposentaram. Emerson Palmieri deixou de ser convocado, assim como Insigne e Immobile. O goleiro Donnarumma, o lateral-direito Di Lorenzo, os meio-campistas Jorginho e Barella, além do atacante Chiesa, seguem no grupo.

Mas talvez a saída mais emblemática tenha sido a do técnico Roberto Mancini — a menos de um ano da disputa da Eurocopa de 2024. Ele estava no comando da equipe desde maio de 2018. Foram 61 jogos oficiais (37 vitórias, 15 empates e nove derrotas).

Apesar do título na Euro-2020, do recorde de invencibilidade e de levar o time a duas semifinais de Nations League, o trabalho de Mancini não sobreviveu ao segundo fracasso seguido rumo à Copa do Mundo. Sendo mais preciso: nas eliminatórias para a Copa. A seleção italiana não se classificou para o Mundial de 2022, assim como em 2018.

Luciano Spalletti assumiu a seleção da Itália em agosto do ano passado, credenciado pelo título do Napoli na Serie A. Sua intenção era tirar um ano de férias na Toscana. Não foi o que aconteceu.

Ele teve o desafio de, em curto espaço de tempo, recuperar o ânimo do grupo, reabilitar pilares como Donnarumma, lidar com a suspensão de Tonali, introduzir jovens e classificar o time para a Eurocopa. A vaga veio na última rodada das eliminatórias, no empate com a Ucrânia.

— Eles precisam ganhar a confiança do resto do time e dos torcedores italianos. Porque quando você está jogando pela seleção, todo mundo espera que você apresente a mesma qualidade que mostra no clube. Quando um grande torneio como a Euro chega, e como atuais campeões, todo mundo quer reviver aquela energia, mas você tem que trabalhar para isso — declarou Spalletti, em entrevista à Uefa.

O atacante Eder, hoje no Criciúma, trabalhou com Spalletti em 2017 e 2018, por volta da mesma época em que o brasileiro naturalizado defendeu a seleção italiana. Ele disputou a Eurocopa de 2016, com direito a golaço contra a Suécia, que classificou a equipe para as oitavas.

Eder disputou ao todo 26 jogos pela Itália e marocu seis gols. Ele acredita que o atual time pode surpreender nesta Euro. Mas isso vai depender de como o grupo, com vários jovens, vai lidar com a pressão.

— É uma Itália que chega forte. Pode talvez não ter grandes nomes. É uma revolução que o Spalletti está fazendo, chamou muitos jovens. Alguns até com poucos minutos no Italiano. Se ele chamou, é porque consegue tirar o máximo desses jogadores. Se o grupo for unido, a seleção tem chances de fazer uma grande Eurocopa. Temos que ver como vão absorver e suportar essa pressão — disse Eder, ao ge.

Há jogadores da Itália, mas não tantos, que chegam nesta Eurocopa após ótima temporada por seus respectivos clubes. Como o lateral-esquerdo Dimarco, da Inter de Milão, ou o atacante Scamacca, da Atalanta.

Essa seleção está em reconstrução e tem muitas questões em aberto. A defesa pouco testada dará conta do recado? Como funcionará o meio-campo sem Verratti? Quem assumirá o papel de homem gol, na ausência de Immobile? O que não dá é para duvidar da capacidade da Itália. A história já ensinou isso várias vezes.

A seleção da Itália está no Grupo B da Euro, junto de Albânia, Croácia e Espanha.