Ex-capitã da seleção brasileira e hoje gerente de competições da CBF, Aline chorou ao lembrar das pioneiras e das dificuldades que elas sempre tiveram que enfrentar para simplesmente jogar futebol.

– No campo eu não ganhei, fui vice-campeã. Então, para mim, isso é maior do que qualquer final. A gente não tem consciência, não tem noção da importância dessa Copa do Mundo para o futebol das mulheres. Para quem jogou na rua, para quem jogou com os meninos, para quem não tinha campeonato para jogar.

Ela própria é um produto dessa dificuldade – primeiro para conseguir jogar, para driblar a censura inicial do pai (que se tornaria um grande incentivador) e finalmente para se estabelecer como dirigente após ter encerrado a carreira no campo.

– Uma Copa do Mundo no Brasil, na América do Sul, é algo muito poderoso. São meninas e mulheres de todo um continente que vão ter suas histórias contadas. Vamos poder alavancar muito o futebol feminino sul-americano, em todas as idades, em todas as categorias.

A estrutura de organização da Copa do Mundo de 2027 ainda não foi desenhada pela Fifa. Mas será natural o protagonismo de Aline Pellegrino, ex-coordenador de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol e hoje dirigente da CBF.

Quem também não quer estar longe da Copa, de nenhuma maneira, é Formiga. Única atleta a ter disputado sete Copas do Mundo, ela também estava em Bangkok para a escolha da sede do Mundial de 2027. A exemplo de Aline, com quem jogou mundiais e olimpíadas, Formiga também lembrou das pioneiras do futebol feminino no Brasil.

– É a realização de um sonho. Para exaltar o trabalho de quem começou tudo isso, para as novas gerações terem ideia e crescerem sabendo que conseguimos algo tão importante. Estamos cheias de talento que precisam de talento e inspiração. Agora eu pretendo estar envolvida, quero participar, não faz sentido estar fora desse processo.