As memórias são da final da competição de 2016. A Argentina vivia o jejum de títulos, que durou até 2021, e estava traumatizada com os vices da Copa do Mundo de 2014, contra a Alemanha, e o da Copa América de 2015, contra o mesmo Chile, nos pênaltis.

No ano seguinte ao vice-campeonato de 2015, na edição centenária da competição, a final entre os argentinos e chilenos se repetiu e foi para os pênaltis mais uma vez. Messi abriu as cobranças, assim como fez no ano anterior, mas isolou a bola. Na sequência, o Chile se sagrou bicampeão.

Após a partida, Messi, ainda muito abatido, admitiu o momento difícil e garantiu que não atuaria mais pela seleção.

— É incrível, mas não dá. Não passamos outra vez nos pênaltis. É a terceira final seguida. Nós buscamos, tentamos. É difícil, o momento é duro para qualquer análise. No vestiário pensei que acabou para mim a seleção, não é para mim — disse o craque, que completou:

— É o que sinto agora, é uma tristeza grande que volto a sentir. Foram quatro finais, infelizmente não consegui. Era o que mais desejava. É para o bem de todos. Por mim e por todos. Muitos desejam isso. Não se conformam com chegar a final, nós também não nos conformamos. Perdemos outra vez nos pênaltis.

Ainda bem para os argentinos que Messi não cumpriu a palavra. O craque da seleção conquistou a Copa América de 2021 e a Copa do Mundo de 2022. Mas a saída do camisa 10 em 2016 não se devia apenas à frustração da derrota contra o Chile.

A AFA atravessava um período de profunda crise institucional e foi administrada por uma comissão reguladora da Fifa até as eleições em junho de 2017. O descontentamento era geral e passava também pelo técnico Tata Martino, que ficou meses sem receber salários.

Na época, Maradona não ajudou Messi. Pego pelo microfone aberto, o ídolo histórico argentino afirmou a Pelé que faltava liderança a Messi, o dono da braçadeira. Antes da final, Diego disse em um programa de TV argentino: “se não ganharem, que nem voltem ao país”.

O vice para o Chile em 2016 foi por muito tempo considerado a maior derrota da carreira de Messi, pela forma que foi protagonista negativamente no revés. Tudo se acertou após as conquista do craque pela seleção argentina.

Apesar de ter ganhado da Argentina nas duas finais da Copa América, o Chile não vence os rivais desta terça-feira desde 2008, válido pela— os jogos de 2015 e 2016 terminaram empatados e foram decididos nos pênaltis.

Em 2019, Argentina e Chile se enfrentaram na disputa de terceiro e quarto lugar, na Neo Química Arena. Os argentinos levaram a melhor, mas o jogo ficou protagonizado pela expulsão de Messi e Medel, que aconteceu ainda no primeiro tempo, aos 37 minutos.