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Por Redação do ge — Rio de Janeiro


Quando Roger Goodell, comissário da NFL, anunciou Caleb Williams como primeiro escolhido do Draft da liga em 2024, as esperanças de toda a torcida do Chicago Bears recaíram sobre os ombros do jovem quarterback de 22 anos de idade. As enormes expectativas, porém, não são novidade para o jogador nascido na capital dos EUA, Washington, DC. Elas o acompanham desde que tinha 17 anos.

Caleb Williams posa antes do início do Draft da NFL — Foto: Gregory Shamus/Getty Images

Com essa idade, Williams liderou sua escola de ensino médio, Gonzaga College, ao título distrital de Washington e foi eleito o jogador colegial do ano. A final do campeonato distrital teve sua primeira grande amostra de potencial, quando liderou uma virada após estar perdendo por 20 pontos. A vitória veio com um passe de 53 jardas para touchdown no último lance da partida.

Segundo seus companheiros de equipe e treinadores, as características que mais o impressionavam desde cedo não eram a força do braço do quarterback ou sua precisão. Suas maiores qualidades eram a dedicação ao estudo do jogo, o apoio aos colegas mesmo após erros e sua capacidade de superar rapidamente os momentos ruins numa partida sem se frustrar.

- Trabalhei com o Baltimore Ravens, com Ray Lewis, Ed Reed. Nenhum deles tem a vontade competitiva que ele tem. Não tem igual. Ele simplesmente não computa a derrota. Ele não aceita o fracasso - disse Mark McCain, um dos primeiros técnicos de Caleb na escola, ao site do grupo de mídia "NPR".

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Erro aos nove anos moldou caráter

Aliás, foi um passe errado na sua primeira oportunidade como titular num time de futebol americano, aos nove anos de idade e com McCain como treinador, que ajudou a moldar o futuro primeiro selecionado do Draft. Ele havia recebido a chance após acertar um passe de 40 jardas no treino, mas em seu primeiro passe do jogo, fez uma leitura errada e foi interceptado.

- Desde meus quatro anos de idade, quando eu perdia, eu chorava. Uma coisa que meus amigos sabem é que eu me importo mesmo, e vencer é a coisa mais importante para mim. Há um momento e um lugar para isso e entendendo, mesmo que seja emoção nua e crua, e ser capaz de controlar isso e segurar até chegar em casa - contou Williams ao podcast "The Pivot" sobre a lição que aprendeu naquele dia.

Três anos mais tarde, após ser substituído por uma sequência de erros, o quarterback se tornou um estudante ainda mais concentrado e passou a controlar ainda mais suas emoções em campo.

- Ele queria assistir aos vídeos do jogo logo que acabava. Ele não queria esperar até segunda ou terça-feira para conversar. Ele queria imediatamente ver as coisas que ele podia ter feito melhor e entender como fazê-las melhor. Foi assim que ele desenvolveu seu jogo - acrescentou McCain.

Caleb Williams em seus tempos como jogador de USC — Foto: Ric Tapia/Getty Images

Carreira assombrosa na universidade

Após se formar no ensino médio em 2020, Williams foi o quarterback mais bem avaliado de sua classe e acabou recrutado pela tradicional universidade de Oklahoma. Lá, como todo calouro, começou como reserva, mas surpreendeu e conquistou a posição durante a sexta partida da temporada, ao substituir o titular Spencer Rattler no meio do clássico contra o arquirrival Texas. Seu time estava atrás por 18 pontos, 35 a 17, mas uma atuação espetacular de Caleb liderou a reação até a vitória por 55 a 48.

Em sete partidas como titular, o quarterback liderou os Sooners a cinco vitórias e duas derrotas. Porém, logo após a temporada, ele pediu uma transferência para a universidade de Southern California, mais conhecida como USC, uma das potências do futebol americano universitário, para seguir sob o comando do treinador Lincoln Riley, que havia sido contratado pela equipe de Los Angeles.

Lá, Caleb Williams explodiu de vez. Em 2022, somou 4.537 jardas aéreas, 42 passes para touchdowns e apenas cinco interceptações, além de 10 touchdowns em corridas e uma campanha de 11 vitórias e três derrotas. Sem contar um sem número de jogadas espetaculares, com passes compridos e muita improvisação sob pressão. Por isso, Williams foi eleito o Jogador do Ano pela agência de notícias Associated Press e também recebeu o tradicional Heisman Trophy, dado ao melhor jogador do futebol americano universitário, já em sua segunda temporada.

Em 2023, Caleb jogou a temporada inteira sob grande expectativa de que seria o primeiro escolhido no Draft da NFL no ano seguinte, apesar de ter ainda um ano de elegibilidade como atleta universitário. USC não teve uma grande campanha, com apenas sete vitórias e cinco derrotas, mas Williams foi mais uma vez espetacular, com 31 passes para touchdown, cinco interceptações e 11 touchdowns corridos. Ao final do campeonato, ele confirmou as expectativas e saiu para a NFL, onde foi selecionado pelo Chicago Bears na primeira posição.

- Foi preciso muito sacrifício, apoio da minha família e amor pelo jogo (para chegar até aqui) - disse o jovem quarterback ao receber a camisa do novo time.

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