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Por Mateus Freitas Teixeira

Cardiologista e médico do esporte, é diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro e coordenador médico da Clínica Fit Center

Rio de Janeiro


Os transtornos do espectro do autismo (TEA) são um grupo diversificado de condições sobre os quais um artigo da World Heath Organization (a OMS, Organização Mundial da Saúde) nos apresenta alguns pontos interessantes e que devemos estar atentos. Uma ampla gama de intervenções, desde a primeira infância e ao longo da vida, pode otimizar o desenvolvimento, a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas autistas.

O acesso oportuno a intervenções psicossociais baseadas em evidências precoces pode melhorar a capacidade das crianças autistas de se comunicarem de forma eficaz e interagirem socialmente.

Crianças participam de corrida — Foto: iStock

Os TEA são caracterizados por algum grau de dificuldade de interação social e comunicação. Outras características são padrões atípicos de atividades e comportamentos, como dificuldade de transição de uma atividade para outra, foco em detalhes e reações incomuns às sensações.

As habilidades e necessidades das pessoas autistas variam e podem evoluir com o tempo. Embora algumas pessoas com autismo possam viver de forma independente, outras têm deficiências graves e necessitam de cuidados e apoio ao longo da vida.

O autismo muitas vezes tem impacto na educação e nas oportunidades de emprego. Além disso, as exigências sobre as famílias que prestam cuidados e apoio podem ser significativas. As atitudes sociais e o nível de apoio prestado pelas autoridades locais e nacionais são fatores importantes que determinam a qualidade de vida das pessoas com autismo.

Pessoas autistas podem necessitar de cuidados e apoio ao longo da vida — Foto: iStock

As características do autismo podem ser detectadas na primeira infância, mas muitas vezes o autismo só é diagnosticado muito mais tarde. Pessoas com autismo geralmente apresentam condições concomitantes, incluindo epilepsia, depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, bem como comportamentos desafiadores, como dificuldade para dormir e automutilação.

Muitas vezes, também apresentam sedentarismo e obesidade além de transtornos alimentares. O nível de funcionamento intelectual entre pessoas autistas varia amplamente, estendendo-se desde uma deficiência profunda até níveis superiores.

Estima-se que em todo o mundo cerca de uma em cada 100 crianças tenha autismo. Esta estimativa representa um valor médio e a prevalência relatada varia substancialmente entre os estudos.

Crianças autistas se beneficiam de acompanhamento multidisciplinar — Foto: iStock

As necessidades de cuidados de saúde das pessoas com autismo são complexas e requerem uma gama de serviços integrados, que incluem promoção da saúde, cuidados e reabilitação; ou seja, é importante garantir que eles possam praticar atividades física e esportes, fornecendo a possibilidade de socialização e os benefícios inerentes dos exercícios.

A colaboração entre a saúde e outros setores, particularmente a educação, o emprego e a assistência social, é de grande importância. As intervenções para pessoas com autismo e outras deficiências de desenvolvimento precisam ser concebidas e realizadas com a participação de pessoas que vivem com estas condições, e os cuidados, acompanhados de ações a nível comunitário e social para maior acessibilidade, inclusão e apoio.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do ge / Eu Atleta.

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