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Por Guilherme Renke

Médico endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e Médico do Esporte Titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte

Rio de Janeiro


Existe um interesse crescente em encontrar padrões alimentares e suplementos que possam trazer maior longevidade, maior qualidade vida e uma composição corporal melhor. Estudos recentes demonstram benefícios especialmente relacionado com dois tipos distintos de padrões alimentares: o jejum intermitente e a dieta mediterrânea.

A dieta mediterrânea pode reduzir o risco de diabetes, colesterol alto, demência, perda de memória, depressão e câncer de mama — Foto: Istock Getty Images

Jejum intermitente - Dois tipos

Avaliar o efeito do jejum na saúde e no tratamento do sobrepeso foi destaque de algumas revistas cientificas recentemente. Os resultados de um total de 130 ensaios clínicos mostram que o jejum intermitente pode ajudar a reduzir peso, índice de massa corporal (IMC), gordura corporal, colesterol LDL "ruim", açúcar no sangue em jejum e pressão arterial. Dois tipos específicos de jejum intermitente foram associados a uma significativa perda de peso e outros benefícios à saúde:

  1. O primeiro, denominado jejum de dias alternados modificado, envolve alternar um dia de alimentação normal com consumir não mais do que 600 kcal no dia seguinte;
  2. O outro, chamado de "Dieta 5:2", é semelhante, mas envolve dois dias por semana de alimentação com zero ou muito baixas calorias e cinco dias de alimentação normal.

O jejum intermitente pode ajudar a reduzir peso, índice de massa corporal (IMC), gordura corporal, colesterol LDL "ruim", açúcar no sangue em jejum e pressão arterial — Foto: iStock Getty Images

Menos benefícios resultaram de refeições com restrição de tempo, envolvendo jejum de 12 a 24 horas por dia, e "jejum de zero caloria em dias alternados", em que nenhum alimento é consumido em dias alternados.

Dieta mediterrânea

Já a dieta do Mediterrâneo foi, pelo quinto ano consecutivo, considerada um dos melhores padrões alimentares a se seguir de acordo com as classificações anunciadas recentemente pelo U.S. News & World Report.

Em revisão recente o padrão alimentar mediterrâneo foi considerado:

  1. A dieta mais fácil de seguir;
  2. A melhor dieta para uma vida saudável;
  3. A melhor dieta para o diabetes.

Dieta mediterrânea: à base de plantas, com a maior parte de cada refeição focada em frutas e vegetais, grãos integrais, feijão e sementes, nozes e azeite de oliva extravirgem — Foto: Istock Getty Images

De fato, numerosos estudos descobriram que a dieta mediterrânea pode reduzir o risco de diabetes, colesterol alto, demência, perda de memória, depressão e câncer de mama. A dieta, que é mais um estilo alimentar do que uma dieta restrita, também tem sido associada a uma maior longevidade.

O padrão alimentar mediterrâneo apresenta uma culinária simples à base de plantas, com a maior parte de cada refeição focada em frutas e vegetais, grãos integrais, feijão e sementes, com algumas nozes e uma forte ênfase no azeite de oliva extravirgem. Gorduras além do azeite, como manteiga, são consumidas raramente. Já o açúcar e os alimentos refinados são reservados para ocasiões especiais.

A carne vermelha é usada com moderação, geralmente apenas para dar sabor a um prato. O consumo de peixes ricos em ômega 3 é incentivado, enquanto ovos, laticínios e aves são consumidos em porções muito menores do que na dieta ocidental tradicional.

Fundamental reforçar que mudanças alimentares devem ser feitas com acompanhamento e orientação do nutricionista. Indivíduos com doenças e comorbidades devem sempre ter a orientação do médico especialista.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do ge / Eu Atleta.

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