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Por Redação do ge — São Paulo


Desenvolvedora responsável por games como League of Legends e Valorant, a Riot Games anunciou, nesta segunda-feira, que está demitindo 530 funcionários pelo mundo, o que representa 11% da sua força total de trabalho. Em nota, a empresa norte-americana justificou que os "custos cresceram a ponto de serem insustentáveis", somando-se a outras companhias que, em crise, têm precisado fazer demissões em massa no mercado de esportes eletrônicos.

Uma das mais importantes empresas da indústria de esports, a Riot tem 20 escritórios espalhados pelo mundo, sendo quatro nos Estados Unidos, onde está localizada a sede, em Los Angeles. O Brasil também tem um escritório. O comunicado da desenvolvedora não informa o número de demissões por país, de modo que não é possível saber quantos são os afetados em São Paulo.

— Durante a maior parte da nossa história, conseguimos evitar dias como este, mas esta decisão é crítica para o futuro da Riot. Isto não é para satisfazer os acionistas ou para atingir um número de lucros trimestrais - é uma necessidade — declarou a Riot em comunicado.

— Nos últimos anos, à medida que o número de funcionários da Riot mais que dobrou, espalhamos nossos esforços por cada vez mais projetos sem lâminas afiadas o suficiente para decidir o que os jogadores mais precisavam. Os ajustes que estamos fazendo visam nos concentrar nas áreas que têm maior impacto na sua experiência e, ao mesmo tempo, reduzir o investimento em coisas que não têm.

Em comunicado aos funcionários, também divulgado publicamente, a empresa norte-americana disse que certos "investimentos significativos" não têm dado retorno como esperado.

— Hoje, somos uma empresa sem um foco suficientemente nítido e, simplesmente, temos muitas coisas em andamento. Alguns dos investimentos significativos que fizemos não estão rendendo como esperávamos. Nossos custos cresceram a ponto de serem insustentáveis ​​e ficamos sem espaço para experimentação ou fracasso, o que é vital para uma empresa criativa como a nossa. Tudo isso coloca em risco o núcleo do nosso negócio.

A Riot sustentou que, ao longo dos últimos meses, tentou outras medidas, como controle de custos, aumento de receitas e congelamento de contratações, para tentar evitar as demissões. Entretanto, conforme o comunicado, a liderança da empresa chegou à conclusão de que as mudanças já adotadas não eram suficientes.

— Quero ser muito claro sobre uma coisa: esta é absolutamente a última coisa que queríamos fazer — escreveu o CEO da Riot, A. Dylan Jadeja, no comunicado aos funcionários.

Sede da Riot Games na Califórnia, nos Estados Unidos — Foto: Divulgação/Riot Games

De acordo com a empresa, a maior parte dos demitidos está em equipes fora do setor de desenvolvimento.

No comunicado, a desenvolvedora reiterou o compromisso com os games League of Legends, Valorant, Teamfight Tactics e Wild Rift.

Por outro lado, o jogo de cartas Legends of Runeterra e o estúdio de desenvolvimento de novos jogos Riot Forge estão sendo os mais impactados.

No caso de Legends of Runeterra, a equipe está sendo reduzida, já que, conforme a desenvolvedora, o game "enfrentou desafios financeiros desde o lançamento, custando significativamente mais para desenvolver e dar suporte do que gera [de receita]".

Já a Riot Forge, criada em 2019, era uma distribuidora de games que apoiava o desenvolvimento de jogos com o universo de LoL por empresas parceiras e será descontinuada.

Crise nos games e nos esports

O mercado de games e esports enfrenta uma crise, acompanhando a tendência observada nas empresas de tecnologia, as chamadas big techs. Segundo levantamento do site Kotaku, mais de 3,8 mil demissões foram anunciadas na indústria de videogame. No ano passado, diversas empresas fizeram dispensas em massa.

Neste ano, a plataforma de livestreaming Twitch demitiu 500 funcionários no mundo todo, o que representava 35% da força de trabalho da companhia. Em 2023 houve duas rodadas de demissão em massa, com a saída de mais de 400 profissionais. De acordo com a Bloomberg, a Twitch segue sem dar lucros, mesmo nove anos depois da aquisição da plataforma pela Amazon.

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