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Com o negócio, Vini Jr. virou dono da LOUD, ao lado do influenciador Bruno "PlayHard" e dos empresários Jean Ortega e Matthew Ho - o trio que criou a organização de esports.

— Como gamer de longa data, eu vejo o impacto positivo que o videogame tem na vida e na identidade dos jovens brasileiros. A parceria com a LOUD é um fit perfeito. Juntos, vamos produzir ótimos conteúdos e desenvolver vários projetos, incentivando os jovens a priorizarem os estudos e apoiando a próxima geração de atletas, seja no campo ou nos games — declarou Vini Jr. em comunicado à imprensa.

Segundo PlayHard, mesmo sendo sócio, Vini Jr. não trabalhará na administração da organização, ao menos neste começo. Ele atuará como embaixador da equipe.

— O Vini entra como sócio da empresa, mas não como operador. Ele não vai trabalhar no dia a dia tomando decisão no time, não tem nenhum impacto na operação da LOUD. Ele possui ações da empresa, e a ideia é trazer mais o papel de embaixador da marca junto com o trabalho dele. Ele propagando a nossa marca, participando dos nossos conteúdos e nos levando para o futebol. Isso vale mais do que tudo — contou PlayHard em entrevista ao ge.

O empresário explicou que a rotina de Vini Jr. como jogador de futebol, hoje no Real Madrid e atacante da seleção brasileira, o impossibilita de participar do dia a dia da LOUD.

— Ele é um cara altamente competitivo e vive para a alta performance. O objetivo dele é ser o melhor e vencer naquilo que está proposto a fazer. Claro que fazem parte da rotina as parcerias comerciais e a utilização da imagem dele para alavancar outros negócios. Só que seria inviável, impossível e até pedir demais querer que ele viesse para a nossa mesa, entendesse sobre tudo e opinasse. É claro que a gente espera que, no futuro, organicamente, isso aconteça.

Em publicação no X (antigo Twitter), Vini Jr. ressaltou a participação dele na diretoria da LOUD, para além do papel como embaixador.

— Contrato assinado, camisa personalizada e pingente brilhando. Não chego apenas como um embaixador mas também para participar da diretoria. O plano é representar a torcida e trabalhar duro para alcançar outro patamar! — escreveu o jogador.

Em meados deste ano, a LOUD montou uma equipe de futebol society, capitaneada pelos influenciadores Victor "Coringa" e Ricardo "Piuzinho", com a produção de vídeos que têm rendido milhões de visualizações no YouTube.

Conforme PlayHard, a LOUD FUT7 faz parte da estratégia da organização de aproximar os esports do futebol, já pensando na entrada de Vini Jr. Essa aproximação já tinha iniciado antes, com vídeos de partidas envolvendo influenciadores e a contratação de Iran "Luva de Pedreiro" como influenciador.

Em dezembro do ano passado, a direção da LOUD começou a mapear personalidades do futebol que pudessem virar sócias, com o objetivo de "trazer uma pessoa que representa tão bem o Brasil, que é tão ídolo da nova geração e que tenha valores semelhantes ao que a LOUD quer pregar", segundo descreveu PlayHard. Foi Vini Jr. o primeiro nome considerado. Já naquele mês a LOUD fez o contato inicial com a estafe do atleta.

— Eles já eram conectados a games. Foi bem fácil de contar o que é a LOUD e mostrar o valor da oportunidade. Eles se sentiram muito animados — contou o dono da equipe.

— O Vinicius Junior, para nós, é referência hoje. É um cara que traz uma competitividade e uma mentalidade de alta performance que são muito semelhantes ao que a gente tenta pregar na LOUD nos nossos times. Ele tem valores de causas sociais e combate ao racismo, tudo isso é muito importante, na visão da LOUD, para as próximas gerações. Para nós fazia todo sentido. É claro que, no início, parecia ser um sonho muito grande, mas a verdade é que games já são 'mainstream'.

O acordo, segundo PlayHard, está assinado há cerca de seis meses, mas só está sendo anunciado agora em razão da necessidade de conciliação de agenda para a produção do vídeo de anúncio e do desejo de que a notícia não coincidisse com o calendário de competições da LOUD.

PlayHard e os influenciadores Coringa e João "oCastrin" viajaram a Madri, na Espanha, para gravar ao lado de Vini Jr., em outubro.

Embaixador do EA SPORTS FC Mobile, game de futebol para celular, e com colaboração com a PlayStation, Vini Jr. se junta a um grupo de jogadores que também são donos de times de esports, como Casemiro, Lucas Paquetá e Ronaldinho Gaúcho.

De acordo com PlayHard, a LOUD estudou todos os clubes fundados ou ligados a jogadores de futebol para definir o melhor modelo de negócio com Vini Jr.

— Na nossa parceria, o que a gente quer fazer é realmente trazer uma verdade. Eu não quero que o Vini Jr. esteja inserido em algo que não é natural para ele, para a imagem dele e para os gostos dele, da mesma forma que a LOUD não vai entrar e se apropriar de algo que é realmente só do universo do Vini Jr. e não faz sentido para nós. A gente quer construir momentos e fazer experiências e conteúdos, misturando o que a LOUD tem no ecossistema com o que o Vini tem no ecossistema — disse o executivo.

Ele não quis explicar o modelo de negócio adotado pela LOUD, nem revelar o valor envolvido na entrada de Vini Jr., por se tratarem de questões contratuais, mas destacou que a estafe do jogador também levará oportunidades de negócios, como patrocínios e eventos, para a LOUD.

— O nosso modelo a gente vai acabar construindo enquanto estiver rolando a parceria, entendendo o que é o interesse dos dois lados. Mas, no final do dia, tudo é muito benéfico para o crescimento do esporte eletrônico.

— Para mim, só fazia sentido fazer uma parceira desta com uma celebridade, com uma grande estrela, se ela estivesse realmente envolvida e tivesse realmente comprado a ideia do projeto, para não ser só mais uma parceria que une os nomes, faz um barulho e, no final do dia, não ativa de uma forma interessante, não se conecta à comunidade — avaliou PlayHard, antes de falar dos benefícios do negócio para os dois lados.

— É uma vitória para os dois lados. Ele ser sócio da empresa, participar dos nossos conteúdos, ser embaixador da marca e levar isso para a bolha dele, que é uma bolha muito maior do que a nossa. Ao mesmo tempo, a LOUD tem uma comunidade muito forte, de apaixonados por games e esports, e a gente consegue inserir o trabalho dele no futebol ainda mais, com essa 'fan base' super fiel que a gente tem, e traçar conversas que misturam os dois universos.

Para além das oportunidades de negócio e da criação de conteúdo, há uma outra vertente a ser muito explorada pela LOUD: o Instituto Vini Jr., vencedor do Prêmio Sócrates no Bola de Ouro de 2023. O projeto social tem como proposta usar o futebol para inovar no processo de ensino de crianças e jovens, em colaboração com escolas públicas, e capacitar professores em práticas pedagógicas antirracistas.

— Ele quer muito alavancar esse projeto, é uma das prioridades de vida dele. Para a gente, se conecta muito bem — apontou PlayHard.

— A gente pode trazer o olhar de games para essa molecada, como games podem ser benéficos como ferramenta de ensino e treinamento cogntivo e para relacionamentos e amizades da parte social do jovem. A gente conversou muito sobre isso e é algo que a gente espera, nos próximos anos, conseguir alavancar. O Instituto Vini Jr vai ser uma prioridade para a LOUD.

Fundada em 2019, a LOUD é uma das principais organizações de esports do Brasil. Ela explodiu em popularidade graças à produção de conteúdo na internet e ao Free Fire, jogo de celular febre durante o auge da pandemia de Covid-19, mas se notabilizou em outras modalidades, como no Valorant e no League of Legends.

Nos últimos anos, a LOUD conquistou três títulos do Campeonato Brasileiro de LoL (CBLOL), se tornando a única equipe da história a obter três troféus consecutivos, venceu duas edições da Liga Brasileira de Free Fire (LBFF) e ganhou o título mundial no Valorant Champions de 2022.

Mas o sucesso da LOUD vai muito além do desempenho esportivo e é apoiado também em influenciadores de peso. A LOUD tem 11,5 milhões de seguidores no Instagram e 12,5 milhões de inscritos no YouTube, onde possui quase 2,5 bilhões de visualizações de vídeos.