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Por Bruno Imaizumi e Valmir Storti — Rio de Janeiro


Impossível iniciar o texto sem enviar solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul após a necessária pausa na Série A para que Grêmio, Internacional, Juventude e sua gente pudessem se reorganizar. Só quem vive a história a cada segundo consegue ter a real dimensão da tragédia. Que todos encontrem o apoio necessário para se reerguerem em um momento tão crítico.

Na retomada do Brasileirão, o São Paulo é o único dos seis primeiros colocados, que podem chegar aos 13 pontos do líder Athletico-PR, a atuar como mandante, o que permite ao clube começar a rodada sonhando mais fortemente com a liderança.

São Paulo x Cruzeiro: saiba tudo sobre o jogo da 7ª rodada do Brasileirão Série A 2024

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Atlético-MG x Bahia reúne as duas equipes mais bem colocadas na classificação. O Atlético-MG é o sétimo, e o Bahia, o segundo colocado, com os mesmos 13 pontos do líder, mas com menor saldo de gols.

Se a tabela de classifcação não representa o tamanho de Vasco x Flamengo, melhor para o megaclássico da rodada. Provavelmente apostando no jogo aéreo, o Vasco atuará como mandante no Maracanã em busca de se aproximar dos líderes. Se o Flamengo vencer, acaba com o sonho são-paulino de se tornar líder antes mesmo do início da partida na capital paulista. A ponta da tabela pode ter um novo Rubro-Negro ao final da rodada, a não ser que visitantes surpreendam.

— Foto: Esporte Info

Analisamos 104.343 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.231 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Bragantino

  • Após golear o The Strongest pela Libertadores, o Grêmio volta a mandar sua partida no Couto Pereira, em Curitiba. Em dois jogos em casa pelo Brasileirão, não levou gol, o que repetiu nessa vitória por 4 a 0. O conjunto defensivo será importantíssimo nessa realidade pós-tragédia climática em Porto Alegre. O Grêmio tem a maior média de finalizações em contra-ataques no Brasileirão, mas ainda não fez gol assim. O Bragantino já sofreu dois gols em contragolpes.
  • Desafiante, o Bragantino é o quinto visitante que mais finaliza neste início de Brasileirão, com média de 12,3 tentativas por jogo. Apenas como comparação (e porque o Grêmio estará longe de seu estádio), o Grêmio tem média de 4,5 finalizações por jogo fora de casa no Brasileirão. O Grêmio faz na terça-feira e no sábado seguinte dois jogos pela Libertadores e como ficou quase um mês sem atuar, precisará de sabedoria para dosar as energias pensando na recuperação para seguir na Libertadores.
  • Os dois times marcaram sete dos últimos dez gols trocando passes rasteiros, e nesse sentido é de se esperar que o Bragantino tenha mais dificuldades porque o Grêmio sofre mais com o jogo aéreo, tendo sofrido assim seis dos últimos oito gols. O Bragantino vem encontrando problemas para neutralizar esses ataques rasteiros, com seis dos últimos dez gols marcados assim.

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Vitória

  • Um jogo muito difícil porque os dois times já disputaram cinco jogos cada um, empataram um e perderam quatro. O Vitória até o treinador já trocou. As duas equipes começaram o Brasileirão sofrendo problemas defensivos: o Vitória está com a segunda defesa que mais permitiu finalizações dos adversários (17,2), e o Atlético-GO, a terceira que mais sofreu finalizações (16,2). O Vitória levou um gol a cada 7,8 conclusões contrárias (quinta pior marca), e o Atlético-GO tomou um gol a cada 10,1 conclusões contrárias (12ª resistência).
  • Há forte potencial para gol a partir de jogada aérea na partida. Os dois times sofreram assim seis dos últimos dez gols, e foi dessa forma que o Vitória marcou sete dos últimos dez gols. O Atlético-GO tem metade dos últimos dez gols marcados com passes rasteiros, mas dos últimos oito gols, cinco nasceram em jogadas aéreas.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fluminense

  • O Juventude volta a jogar 34 dias depois de sua última partida, empate em casa em 1 a 1 contra o Athletico-PR. Fisicamente, é difícil saber o que esperar da equipe a não ser muito comprometimento. Antes da parada, o Juventude havia vencido apenas um dos últimos oito jogos (1 V, 5 E, 2 D, 33%). O Fluminense passa por um bom momento, vindo de três vitórias consecutivas na Libertadores e na Copa do Brasil. Nos últimos oito jogos foram 5 V, 1 E, 2 D, 67%).
  • Será interessante acompanhar como os times vão se adaptar à marcação porque ambos sofreram seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, mas foi com o jogo rasteiro que fizeram mais gols: o Fluminense trocou passes rasteiros para fazer seis dos últimos dez gols, e o Juventude, oito.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

  • Cada uma das equipes só disputou quatro jogos até agora, e o Cuiabá não só perdeu seus quatro como ainda não conseguiu fazer gol no Brasileirão. Depois da chegada do técnico Petit, o Cuiabá fez gol em todos os cinco jogos em que disputou por Sul-Americana, Copa Verde e Copa do Brasil, mas o treinador português estreia no Brasileirão.
  • Depois de um mês sem atuar devido às enchentes em Porto Alegre, o Internacional voltará a campo três dias depois de perder para o Belgrano, pela Sul-Americana, em Barueri. O Inter volta a campo pela Sul-Americana na terça-feira e no sábado seguinte ainda com chances de ser segundo colocado em seu grupo, tendo de decidir quanta energia colocar em cada competição neste momento extremamente difícil para o clube gaúcho. Antes da paralisação do Brasileirão, o Internacional realizou a segunda melhor campanha visitante da temporada (8 V, 3 E, 2 D, 69%), o que indicava a consistência da equipe.
  • Os dois ataques marcaram metade dos últimos dez gols em trocas de passes rasteiros e metade a partir de jogadas aéreas, mas é de se esperar por gol após bola alta porque o Cuiabá sofreu assim seis dos últimos sete gols, e o Internacional, cinco dos últimos oito.

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Corinthians

  • Um confronto interessantíssimo: o Corinthians ainda não sofreu gol em casa como mandante no Brasileirão e em seis dos últimos sete jogos que disputou em seu estádio, uma evolução sob o comando do técnico António Oliveira. Com o também técnico português Arthur Jorge, o Botafogo só não fez gol fora de casa em dois dos sete jogos disputados. O Botafogo tem o melhor ataque do Brasileirão, com 12 gols marcados.
  • O Corinthians tem a segunda pior eficiência mandante no Brasileirão, um gol marcado a cada 15,0 tentativas um gol por jogo, sétima média, mas nos últimos três jogos em casa por Sul-Americana e Copa do Brasil, marcou sete gols. O Botafogo entre os visitantes sofreu um gol a cada 9,8 conclusões contrárias (11ª resistência defensiva no Brasileirão), com média de 13,0 finalizações sofridas por jogo fora de casa (sétima marca).
  • Os dois times têm obtido maior sucesso trocando passes rasteiros, o Corinthians construindo assim seis dos últimos dez gols, e o Botafogo, sete. É maior o potencial para gol rasteiro porque o Corinthians levou assim seis dos últimos oito gols, e o Botafogo, cinco dos últimos sete.

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-MG

  • O Atlético-MG tem mostrado organização defensiva, sendo o time que menos permitiu finalizações de adversários (7,8). Como comparação, o Bahia tem a oitava marca entre os 20 clubes da Série A (11,7), mas sofrendo um gol por jogo. O Atlético-MG tem média de um gol sofrido a cada 13,0 conclusões contrários, média de 0,60 por partida. Por jogo, o Atlético-MG tem permitido aos adversários em média 2,4 finalizações certas por partida. O Bahia sofre 5,5 certas por jogo, mais que o dobro.
  • É fortíssimo o potencial para gol do Atlético-MG a partir de jogada aérea porque a equipe marcou assim nove dos últimos dez gols, e o Bahia sofreu dessa maneira sete dos últimos dez. O Bahia tem potencial maior em jogadas rasteiras, origem de oito dos últimos dez gols, mesma influência rasteira dos gols sofridos pelo Atlético-MG.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Flamengo

  • Quando comparados os ataques, os desempenhos dos dois clubes são próximos neste início de Brasileirão. O Vasco é o terceiro que mais finaliza (14,5), e o Flamengo, o quarto (14,3). E a eficiência de ambos está baixa: o Vasco com um gol a cada 14,5 tentativas (16ª média), e o Flamengo com um gol a cada 12,3 chances (14ª).
  • Defensivamente é que vem se abrindo um abismo entre eles: o Flamengo tem a nona resistência defensiva, com um gol marcado a cada 13,2 tentativas (média de 11 por jogo, sétima marca), enquanto o Vasco tem a 18ª resistência, um gol sofrido a cada 7,5 conclusões contrárias (média de 13,8 por jogo, 15ª marca).
  • O Vasco deve tentar se impor a partir do jogo aéreo porque marcou dessa forma oito dos últimos dez gols, e foi dessa forma que o Flamengo levou seis dos últimos oito gols. Já o Flamengo deve buscar a vitória trocando passes rasteiros porque fez assim sete dos últimos dez gols, e foi como o Vasco sofreu seis dos últimos dez gols.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

  • O Criciúma tem apenas três jogos no Brasileirão, o que dificulta entender o que esperar da equipe, principalmente porque goleou o Vasco fora de casa por 4 a 0, mas depois atuou pela Copa do Brasil e perdeu as duas partidas contra o Bahia. Devido a essa goleada, o Criciúma tem a segunda melhor eficiência do Brasileirão, um gol a cada 4,8 conclusões, apesar de ser o terceiro ataque menos finalizou no Brasileirão, com média de 9,7 arremates em suas partidas.
  • Curiosamente, o Palmeiras vive um momento oposto no Brasileirão: está com a sexta melhor média de finalizações (14,0) por partida, mas com a segunda pior eficiência, um gol a cada 28,0 chances.
  • As duas equipes marcaram seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. O Criciúma sofreu dessa forma quatro dos últimos seis gols, mas o Palmeiras tem controlado bem seu espaço aéreo, sofrendo mais nas trocas de passes rasteiros, com cinco dos últimos sete gols sofridos em passes.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> São Paulo

  • O São Paulo vem em uma sequência muito impressionante sob o comando do técnico argentino Luis Zubeldía, com sete vitórias e dois empates (85%). Por uma coincidência, contando Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil, o São Paulo faz seu quinto jogo consecutivo como mandante, o que ajuda na recuperação do elenco pela ausência de viagens, mas é preciso lembrar que a equipe tinha feito como visitante seis dos sete jogos antes dessa sequência.
  • Tem tudo para ser uma grande partida porque o Cruzeiro vem de cinco vitórias consecutivas e só perdeu um jogo dos últimos dez (6 V, 3 E, 1 D, 70%), todos eles sob o comando do técnico Fernando Seabra.
  • É grande o potencial para o São Paulo fazer gol a partir de jogada aérea porque marcou dessa forma seis dos últimos dez gols, e o Cruzeiro sofreu dessa maneira os últimos seis gols (oito dos últimos dez). O Cruzeiro tem obtido mais sucesso trocando passes rasteiros, com seis dos últimos sete gols marcados assim. Só que o São Paulo em toda a temporada só levou em bolas rasteiras cinco dos 21 gols sofridos em jogadas. Será um grande desafio para o Cruzeiro.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Fortaleza

  • Que jogaço! O Fortaleza passa por um momento pra lá de estranho: perdeu apenas um dos últimos 17 jogos, mas empatou 9 deles (59%). Perdeu o estadual para o rival Ceará, mas na Sul-Americana se classificou em primeiro no grupo empurrando para a segunda colocação o Boca Juniors.
  • O Athletico-PR é o líder do Brasileirão, mas terá de superar a derrota em casa pela Sul-Americana que lhe roubou a classificação direta na competição. Nos últimos 17 jogos tem 12 V, 2 E, 3 D, 75%.
  • O Fortaleza fez oito dos últimos nove gols em jogadas rasteiras, mas o Athletico-PR sofreu cinco dos últimos seis gols (e seis dos últimos dez) a partir de jogadas aéreas. O Athletico-PR marcou seis dos últimos dez gols usando bolas altas, e o Fortaleza levou metade dos últimos dez gols após bolas altas e metade em bolas rasteiras.

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 104.343 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.231 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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