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Por Lucas Magalhães — Brasília


Com seis gols em cinco jogos, o lateral-esquerdo Michael Quarcoo, do Capital-DF, se tornou uma das sensações da edição deste ano da Copinha. Em um dado momento, o camisa 15 chegou a ser o maior artilheiro estrangeiro da história da competição, mas foi ultrapassado pelo boliviano Enzo, do Santos. Mas o jogador, de 19 anos, nem sempre contou com o apoio da família para tentar viver o sonho de ser profissional no futebol.

Michael Quarcoo, do Capital-DF, contra o Capivariano

Michael Quarcoo, do Capital-DF, contra o Capivariano

Quarcoo chegou ao Brasil há cerca de sete meses, depois de se destacar em uma competição em Accra, capital ganesa, onde ele vivia com a família. Por meio de empresários, que tinham contato com membros da comissão técnica do Capital, ele teve os lances mostrados ao time do DF, que se interessou pelos talentos do jogador.

Daí se iniciou o trabalho para que o jogador, que deixou em Gana a mãe e a irmã, pudesse desembarcar em Brasília para se juntar ao elenco sub-20 do Capital. Nos primeiros momentos, entretanto, a família de Quarcoo não queria que ele se tornasse jogador de futebol.

— Em Gana não é fácil, você tem que trabalhar. Minha família queria que eu trabalhasse e eu cheguei a ser garçom em um restaurante, mas sempre tive o sonho de ser jogador profissional. Minha avó foi quem me deu todo o apoio. Depois que meus pais viram o quanto ela me apoiou, eles pararam de ficar bravos quando eu ia treinar e jogar. Sou muito grato a ela — detalha.

Depois de atrair os holofotes na Copinha, o jogador se tornou alvo de equipes das Séries A e B do Brasileirão, além de ter recebido sondagens de um clube da Europa. A informação foi publicada pelo portal Distrito do Esporte e confirmada pelo ge.

O Capital guarda a sete chaves quais são os clubes interessados em Quarcoo, mas o presidente Godofredo Gonçalves afirma que a qualidade apresentada pelo jogador de 19 anos não o surpreendeu.

Michael Quarcoo está no Brasil há aproximadamente sete meses — Foto: Lucas Magalhães

O contato com familiares, aliás, é um dos empecilhos para o jogador. A família do jogador é humilde e não tem um celular capaz de realizar videochamadas. O jeito, então, é apelar para a ajuda de um amigo.

— Eu preciso ligar para um amigo para que ele vá até a casa da minha família e eu possa falar com eles pelo telefone desse amigo. Meu maior sonho é me tornar um jogador profissional para que eu possa cuidar da minha família, porque a família vem sempre primeiro — revela.

Início da carreira profissional

As boas atuações (e, principalmente, os gols) na Copinha atraíram os olhares do técnico Paulinho Kobayashi, treinador do time profissional do Capital. Tão logo retornou da competição de base, o ganês, assim como o atacante Rian Pablo, outro destaque da campanha, se apresentou ao elenco profissional do Capital.

O jogador inclusive foi relacionado para a partida contra o Gama, que terminou com vitória do Capital por 1 a 0. Ele, no entanto, não chegou a entrar em campo e a estreia como atleta profissional foi adiada por pelo menos mais uma rodada.

Presidente do Capital, Godofredo Gonçalves foi o responsável por conduzir a negociação de Quarcoo para o clube — Foto: Reprodução/TV Globo

— A gente viu que ele tinha força, técnica, habilidade. Fomos, fizemos uma proposta e ele prontamente aceitou, ficou extremamente contente de vir jogar no futebol do Brasil — conta.

Enquanto as sondagens não evoluem, Quarcoo segue nos planos do técnico Paulinho Kobayashi para o restante do Candangão. Até o momento, o Capital ocupa a vice-liderança da competição, com quatro pontos.

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