A assistência é o fundamento que consagra os jogadores mais cerebrais e solidários. E, no Cartola, a recompensa vem com 5.0 pontos na conta, para coroar um passe na medida, um cruzamento impecável ou um lançamento milimétrico que deixa o companheiro na cara do gol. Só que cartoleiro raiz está careca de saber que nem todo lance que termina em gol vem de uma assistência cristalina, que não dá brecha para discussão. É do jogo.
Lançamento perfeito de Bruno Henrique para o gol de Enner Valencia, do Internacional: assistência clássica
Desvios pelo caminho, sejam de um adversário ou de um companheiro de quem fez o passe, podem dificultar a análise sobre o lance: foi ou não foi assistência? E a resposta nem sempre é tão simples. A dificuldade aparece em casos de:
- desvio de um adversário após o último passe/cruzamento/lançamento
- desvio de um companheiro após o último passe/cruzamento/lançamento
- rebatida de bola que pega num adversário e sobra para finalização em gol
As situações acima, sem exceção, exigem um grau de interpretação na análise. Assim, por mais que se estabeleçam padrões e critérios, é possível haver lances parecidos com avaliações diferentes devido a um mínimo detalhe. Parecido não significa igual.
Portanto, este tutorial traz exemplos que ilustram os casos apontados acima e, na sequência, diferentes tipos de lances que não caracterizam assistência pelos critérios do Cartola.
Vale lembrar que os scouts do Cartola e do futebol da Globo são fornecidos pela empresa Footstats e que lances específicos que venham a acontecer e não estejam previstos neste tutorial serão analisados caso a caso, em conjunto, entre a Footstats e a equipe editorial do Cartola.
Hulk, do Atlético-MG, foi líder de assistências da última edição do Cartola, ao lado de Luis Suárez, ex-Grêmio — Foto: Pedro Souza
1) DESVIO DE UM ADVERSÁRIO APÓS O ÚLTIMO PASSE
- será computada a assistência se o desvio do jogador adversário for considerado leve e pouco alterar a trajetória do último passe; no vídeo abaixo, repare que há um desvio discreto no defensor do Bahia, que praticamente não muda a direção do passe para o gol do Coritiba.
Aos 1 min do 1º tempo - gol de dentro da área de Sebastian Gómez do Coritiba contra o Bahia
- NÃO será computada assistência se o desvio for considerado acentuado e alterar de maneira significativa a trajetória do último passe ou amortecer a bola para a finalização em gol; casos em que o desvio é determinante para que a bola chegue ao autor do gol, como no vídeo abaixo (compare com o lance acima e veja a diferença)
Gol do Cuiabá! Lucas Ramon cruza, zaga desvia e bola chega em Rafael Gava que bate para fazer o terceiro, aos 8 do 2º tempo
2) DESVIO DE UM COMPANHEIRO APÓS O ÚLTIMO PASSE
Este tipo de lance costuma gerar as maiores dificuldades na análise. Para que a assistência seja computada para o autor do desvio, é fundamental que haja uma ação que configure assistência por parte deste jogador; isto é, o desvio, por si só, precisa caracterizar uma assistência para que ela seja computada para o jogador que interfere no passe ou no cruzamento.
Se este desvio não for claro quanto à ação de assistência, seja por perda de posse, domínio errado, toque involuntário, duas hipóteses são possíveis:
I) assistência para o autor do cruzamento ou passe anterior, desde que o desvio não altere demais a trajetória da bola nem a sequência do lance
II) gol sem assistência, se esta ação de desvio gerar uma sobra de bola, caracterizando um segundo lance, que passa a existir a partir desta interferência do companheiro, mudando acentuadamente a trajetória da bola após o passe/cruzamento
Portanto, é importante deixar claro que:
Nem sempre o último toque na bola antes da finalização que virou gol será considerado assistência
3) DESARME QUE VIRA ASSISTÊNCIA x SOBRA DE BOLA APÓS REBATIDA
- interceptações de passe ou desarmes que deixem o companheiro na cara do gol serão considerados assistência desde que esta ação também seja computada como desarme (veja o exemplo abaixo, principalmente no último replay, que a ação de desarme é bem clara).
Gol do Flamengo! Renê intercepta o passe, Pedro aproveita e manda para as redes, aos 49 do 2º
Mas se a bola apenas bater no jogador e sobrar pro companheiro, sem ação de desarme, aí não tem assistência (exemplo abaixo).
Aos 33 min do 1º tempo - gol de dentro da área de Léo Baptistão do Santos contra o Botafogo
Além das situações acima, não custa lembrar que, mesmo nos lances em que o autor do gol cria praticamente sozinho as condições para fazê-lo, o companheiro que lhe passou a bola receberá a pontuação da assistência independentemente da distância entre esse último passe e o local onde o gol de fato aconteceu (veja abaixo).
Gol do Goiás! Em contra-ataque Michael recebe no meio-campo, passa pela defesa e amplia, aos 26' do 2º tempo
OUTROS CASOS QUE NÃO CARACTERIZAM ASSISTÊNCIA ⛔ ⛔ ⛔
SOBRA DE FINALIZAÇÃO BLOQUEADA
Aos 44 min do 2º tempo - gol de dentro da área de Praxedes do Bragantino contra o Avaí
REBOTE DE FINALIZAÇÃO NA TRAVE
Gol do Santo André! Alexiel aproveita o rebote de bola na trave e amplia aos 36 do 1º tempo
FINALIZAÇÃO, PASSE OU CRUZAMENTO PARA GOL CONTRA (a confirmar pela súmula da partida)
Gol contra! Gabriel Vareta desvia para o próprio gol e Vasco faz 3 a 1
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