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Por Lucas Espogeiro — Rio de Janeiro


O Brasil conquistou três títulos nas provas adultas do primeiro dia do Pan-Americano de canoagem slalom, que acontece no Parque Radical de Deodoro, no Rio de Janeiro. Ana Sátila levou a melhor na disputa feminina da canoa (C1). No masculino, Kauã da Silva faturou o título do C1, e Pepê Gonçalves, que já tinha conseguido vaga olímpica na quinta-feira, ganhou o ouro no caiaque (K1).

Ana Sátila é campeã no Pan-Americano de canoagem slalom — Foto: Lucas Espogeiro

– Eu fiquei muito surpresa com o meu desempenho. Realmente não esperava, porque estou em uma fase da preparação bem diferente, focando nos Jogos Olímpicos de Paris e não no Pan-Americano. Então, eu imaginava que seria bem mais difícil fisicamente e também na questão técnica, por não ter recebido essa lapidação final – disse Ana Sátila, em entrevista ao ge.

Depois do primeiro dia de competições, o Pan-Americano de canoagem slalom ainda promete emoção. No fim de semana, haverá disputas do caiaque cross – nova modalidade olímpica – dentro do Verão Espetacular. O sportv3 transmitirá as qualificatórias no sábado, e o Esporte Espetacular mostrará as finais masculinas e femininas ao vivo, no domingo.

Ana Sátila vence na canoa

Pela manhã, Ana Sátila mostrou domínio na canoa feminina. A atleta marcou tempo de 104s70 nas semifinais e ficou 12 segundos à frente da irmã, Omira Estácia, que terminou em segundo. Apesar da dobradinha, apenas uma representante do Brasil poderia avançar à decisão, e Ana ficou com a vaga. Outra brasileira nas semis, Beatriz da Motta fez o sexto tempo.

Na final, o domínio de Ana Sátila se manteve. Ela melhorou sua marca, fechando em 101s77, e ficou nove segundos à frente da canadense Lois Betteridge.

– Fiz exatamente o que planejei na pista, e é difícil isso acontecer. Então, estou muito feliz – celebrou Ana.

Ana Sátila no Pan-Americano de canoagem slalom — Foto: Lucas Espogeiro

Com um ouro garantido, Ana voltou a competir à tarde. Nas semifinais do caiaque, também avançou em primeiro lugar, com tempo de 94s34, mais de cinco segundos à frente da segunda colocada. Outra brasileira na disputa, Omira Estácia ficou em terceiro e não pôde ir à decisão, porque a cota do país já estava preenchida pela irmã.

Última a fazer a descida na final, Ana Sátila encerrou o percurso com o melhor tempo, mas recebeu penalizações por erros durante a prova e ficou na quarta posição. A vencedora foi a tcheca Katerina Bekova. No entanto, por se tratar de uma atleta convidada, o resultado da europeia não pôde ser considerado para a premiação. Com isso, a brasileira herdou a terceira colocação e levou o bronze.

Ana ainda competirá no caiaque cross, no fim de semana. Mas já faz planos para depois, de olho nas Olimpíadas. A brasileira está classificada para três provas dos Jogos de Paris: C1, caiaque (K1) e canoagem slalom extremo.

– (Planejo) Muito treino e contato com a minha equipe multidisciplinar (nos próximos meses). Estamos focados em vários objetivos a serem cumpridos até os Jogos. Teremos um período bem grande na pista olímpica, e acho que esse vai ser o principal treinamento. Quero estar na água, todo dia dando o meu melhor para alcançar as metas – afirmou a atleta.

Kauã e Pepê também triunfam

Kauã da Silva reagiu para conquistar o título na canoa masculina. O brasileiro teve o quarto melhor tempo das semifinais (103s77), mais de quatro segundos atrás do líder, o canadense Alex Baldoni. Avançou, porque os conterrâneos Charles Correa e Henrique Souza ficaram na quinta e oitava posições, respectivamente.

Na decisão, porém, Kauã baixou bastante seu tempo, não cometeu faltas durante o percurso e fez 97s38. Assim, não deu chances aos adversários e ficou mais de dois segundos à frente do vice-campeão, o argentino Sebastian Rossi. Líder das semis, Baldoni terminou apenas na quinta posição.

Pepê Gonçalves vai disputar as Olimpíadas pela terceira vez

Pepê Gonçalves vai disputar as Olimpíadas pela terceira vez

À tarde, foi hora de outros brasileiros entrarem em ação no K1. Pepê Gonçalves, Mathieu Desnos e Guilherme Mapelli representaram o Brasil nas semifinais. Com o melhor tempo entre os três (89s52), Pepê foi quem avançou à decisão. Ele só ficou atrás do tcheco Jakub Krejci (86s74), atleta convidado para a disputa do Pan.

Quando chegou a final, a estrela de Pepê brilhou. Sem erros, o brasileiro melhorou o tempo das semis e completou a descida em 85s54. Ficou quase dois segundos à frente do tcheco e garantiu mais um título para o Brasil na sexta-feira.

Pepê Gonçalves no Pan-Americano de canoagem slalom — Foto: Lucas Espogeiro

Depois da prova, Pepê conversou com o ge e falou sobre a dificuldade de competir no dia seguinte à seletiva olímpica, quando garantiu vaga em Paris 2024:

– A seletiva era a prova mais importante da vida. Até mais do que os Jogos Olímpicos, porque, sem a seletiva, você nem está nos Jogos. Eu pedi para o meu corpo dar tudo na quinta-feira, e ele deu. Tive uma descida fantástica. Atingi meu objetivo. E aí, no dia seguinte, eu acordo e peço mais um pouco. Só que eu e meu corpo nos entendemos. Sou ariano ruim, gosto de competir. Em casa (no Brasil), não dá para deixar passar, né? A concentração hoje foi para o meu corpo não ficar desativado. Consegui fazer uma semifinal muito boa e uma final incrível. Isso mostra como a parte mental está boa.

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