A defesa, que era uma peneira e foi a mais vazada em 2023, agora é a menos vazada do campeonato. Contratações como o zagueiro Shinnosuke Nakatani e o goleiro Jun Ichimori (que, aliás, tem sido o goleiro mais seguro da J1) ajudaram a dar mais estabilidade ao setor, além da evolução do lateral Riku Handa. A forma de jogar, sem se expor tanto e sem cometer tantos erros no campo de defesa também influenciou.

O ataque tem feito poucos gols (nove das dez vitórias até agora foram por um gol de diferença), mas aí está a maior mudança em relação ao ano passado: Takashi Usami. O atacante, que vinha tendo temporadas discretas desde o último retorno da Europa em 2019, virou até reserva em 2023 e parecia no caminho para ter um destino parecido com o de Yoichiro Kakitani, ídolo do rival Cerezo Osaka que era outro jogador com um talento fora do comum, mas que vem tendo um fim de carreira frustrante.

Poyatos conseguiu o feito de reviver o futebol de Usami montando o setor ofensivo ao redor dele, tendo uma formação 4-2-3-1 como base que dá total liberdade ao capitão e camisa 7, que ora atua como um 10, ora atua como um falso nove, revezando na função com a revelação Isa Sakamoto. Com o time armado em função dele, Usami voltou a jogar em um nível que não jogava desde 2014, justamente quando ele foi o protagonista do último título do Gamba Osaka na J.League. Decidindo um jogo atrás do outro, Usami é no momento o melhor jogador do campeonato em termos de desempenho e surge como candidato a MVP (prêmio que em 2014 foi para Yasuhito Endo, atual assistente de Poyatos, mas que poderia muito bem ter ido para Usami) caso mantenha o nível das atuações até o final. Quem diria que, aos 32 anos, Usami voltaria a jogar como se estivesse no auge. Uma ressurreição de carreira que lembra até a de Akihiro Ienaga, que só chegou ao auge depois dos 30.

Usami marcou um golaço em jogada individual neste domingo, o Gamba chegou à quarta vitória seguida ao bater o Kashiwa Reysol por 2x1 e mantém a perseguição ao líder Machida Zelvia, que está quatro pontos à frente. Até mesmo a "maldição do Suitão" ficou para trás. O Panasonic Stadium Suita pegou fama de "zicado" porque o Gamba tinha mais resultados negativos que positivos lá, além de nunca mais ter ganhado um título desde a inauguração do estádio, mas este ano o time está entre os melhores mandantes da J1, com 19 de 24 pontos possíveis conquistados em casa.

Nas próximas semanas, teremos uma ideia melhor da força das credenciais de novo candidato ao título que o Gamba Osaka vem apresentando. Os quatro próximos jogos são só pedreiras: Vissel Kobe (casa), Kashima Antlers (fora), Machida Zelvia (casa) e Yokohama F-Marinos (casa).