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Por Ricardo Gonzalez

Comentarista dos canais sportv


Um dos melhores duelos desta 12ª rodada do Brasileirão, que eu vou comentar feliz da vida para o canal Premiere, terá como palco o estádio Heriberto Hulse, em Criciúma. Será um interessante jogo de xadrez entre os argentinos Chacho Coudet e Gabriel Milito, à frente do mandante Internacional e do visitante Atlético-MG. Dois baita treinadores, que se conhecem muito bem e que gostam de montar times estruturados e de futebol vistoso. Não me atrevo a apontar um favorito, embora o Colorado de Coudet viva um momento mais favorável - até porque o excesso de desfalques para ambos é outra marca deste duelo. Detalhe curioso: neste jogo o Inter é mandante, e na próxima rodada, neste fim de semana, o time volta ao Heriberto Hulse, mas como visitante, enfrentando o Criciúma. Efeitos colaterais de um calendário apertado e da tragédia climática que assolou a população do Rio Grande do Sul.

Internacional x Atlético-MG: saiba tudo sobre o jogo da 12ª rodada do Brasileirão Série A

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Eu admito minha dificuldade em entender como é possível o Colorado - e, de resto, Grêmio e Juventude - administrar o sofrimento pelo que aconteceu em seu Estado e a difícil logística do retorno ao futebol. Claro que é uma dificuldade menor do que a dos que perderam parentes, casas, e têm de recomeçar a vida do zero. Mas não é para qualquer um trabalhar, jogar, durante mais de um mês, e ao fim do dia não voltar para casa, para a família, filhos, pets... O desgaste é absurdo, e falo com a propriedade de quem, entre outros eventos, cobriu in loco três Copas do Mundo, passando quase 50 dias longe de casa. A paciência diminui, a tolerância com a equipe diminui, e qualquer contratempo vira uma dificuldade intransponível.

Mas o fato é que o Inter vem resistindo, classificou-se aos play-offs da Sul-Americana e vem de uma vitória sempre importante no Gre-nal. Apesar de ter montado um time ofensivo, as circunstâncias tornaram o Inter um time muito seguro na defesa - começou a rodada como o menos vazado da Série A, com apenas 5 gols. Na frente, a eficiência não tem sido a mesma, é o segundo pior ataque, com 8 gols. Para o jogo contra o Galo, os tais desfalques citados no início deste post: além dos convocados - Rochet, Borré e Enner Valencia, o que não é pouco - Coudet ainda não terá nomes importantes exatamente no sistema defensivo: Bustos e Fernando. Alan Patrick deve ser poupado, pois ainda não está na plenitude da forma.

Do lado do Galo, que desde o início do Brasileiro é apontado como um dos favoritos (tese reforçada pela boa campanha da Libertadores), o time atravessa o primeiro momento de instabilidade com Milito. São três jogos sem vencer, com duas derrotas difíceis de digerir (um 4 a 0 para o Palmeiras em casa, e o 4 a 2 para o Vitória). Por opção própria ou por desfalques, o comandante argentino já utilizou 17 formações diferentes, o que é um bom sinal, significa que o sistema funciona independentemente de quem joga - mas sempre se corre o risco de uma ou duas formações não funcionar bem, o que ocorreu nas últimas rodadas.

Desta vez são 11 desfalques, o que é um absurdo para qualquer equipe: Everson, Rubens, Maurício Lemos e Saravia, Alisson (machucados), Otávio (em recuperação), Robert (infecção gastrointestinal), Igor Gomes (suspenso), mais Arana, Alan Franco e Eduardo Vargas (Copa América). Quem não sentiria? Para esta noite, em Criciúma, MIlito terá no banco dois goleiros e cinco jogadores de linha.

O Inter é mandante, está melhor no campeonato. Mas não dá para apontá-lo como favorito diante de um time que, mesmo todo quebrado, terá um campo um trio como Scarpa, Paulinho e Hulk. Que role a bola o quando antes...

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