Se pudéssemos imaginar um torcedor hipotético, que estivesse acompanhando o futebol brasileiro até o fim do ano passado, e ali decidisse fazer um retiro espiritual para meditação, só voltando a ver o noticiário nesta semana. Ele veria este jogo e diria, sem medo de errar: "O Fluminense é muito favorito. Afinal, é o campeão da América do Sul e, em casa, enfrenta um time que está voltando da Série B". Mas nós que acompanhamos o futebol todo dia sabemos que as coisas não são bem assim. Tanto o time de Fernando Diniz como o de Jair Ventura vivem um mau momento, com vários problemas.

Desde que negociou Nino e perdeu André por contusão, o Fluminense não é o mesmo de 2023. Perdeu a saída de bola, que era uma marca vitoriosa de Diniz, e passou a ficar extremamente exposto. A ponte de, hoje, ter a terceira pior defesa do campeonato, 14 gols sofridos, só defendendo melhor do que Cuiabá e Vasco (este tomou 6 só do Flamengo). Outro número preocupante: no ano de 2024, o Tricolor jogou 13 vezes contra times de Série A. Teve... 1 vitória! No mais, 4 empates e 8 derrotas. A única vitoriazinha foi diante do... Vasco, sempre ele, 2 a 1 no Brasileiro.

No Atlético, os problemas são ofensivos. O técnico Jair Ventura já não aguenta mais ver tantas chances criadas e tão poucas convertidas. Contra o Corinthians, no meio de semana, o time teve o mérito de ir buscar uma igualdade em 2 a 2, depois de começar perdendo por 2 a 0. Mas ainda assim o gosto final foi amargo. Os goianos tiveram 72% de posse de bola, e pelo menos seis chances claríssimas desperdiçadas - metade, diga-se de passagem, salva pelo brilhante goleiro ainda corintiano, Carlos Miguel. O Fluminense tem sofrido com contra-ataques dos rivais (o Botafogo perdeu a oportunidade de conseguir uma goleado no clássico desta semana) e esse pode ser o caminho para o Atlético-GO. Mas é preciso reaprender a colocar a bola dentro do gol...