TIMES

Por Ricardo Gonzalez

Comentarista dos canais sportv


Comentei neste domingo para o Premiere o clássico catarinense da Série B entre Avaí e Chapecoense, disputado na Ressacada. Os anfitriões entraram como favoritos, afinal, num recorte dos seis jogos anteriores, o Avaí estava invicto (cinco vitórias com o novo técnico, Gilmar dal Pozzo, e um empate) e a Chape também, só que sem vitória (quatro empates e duas derrotas). Mas quem conseguiu o que buscava foram os visitantes: 0 a 0, gostinho meio amargo para o Avaí, e para a Chape (que teve as duas chances mais claras em dois contra-ataques) um pontinho precioso - embora eu não considere um bom resultado porque o avanço da equipe na tabela anda muito lento, com viés de aproximação com o Z-4.

Avaí x Chapecoense - Melhores Momentos

Avaí x Chapecoense - Melhores Momentos

A resposta tão rápida do Avaí a Dal Pozzo surpreendeu o próprio treinador, que admitiu isso à reportagem do Premiere antes do jogo. Depois de um trabalho muito consistente de Eduardo Barroca - quase um ano, uma eternidade em se tratando de futebol brasileiro - a não conquista do Catarinense, um projeto muito importante para 2024, desgastou o treinador, que saiu depois de duas derrotas no início da Série B. Dal Pozzo não fez nenhuma revolução tática ou mudança radical com relação à proposta de jogo anterior. Seu grande mérito foi dar uma enorme confiança aos jogadores. O time voltou a jogar bem e de maneira impositiva dentro e fora de casa. Não foram cinco vitórias quaisquer, o Avaí bateu, por exemplo, equipes que postulam acesso - como Coritiba, Goiás e Sport.

Nesse cenário, o Avaí começou tentando partir para cima. Teve controle do meio-campo, conseguiu muitas conexões pelos lados, especialmente o direito, com o excelente lateral Marcos Vinícius. Mas... as coisas iam bem até o penúltimo passe. Aí, ou a opção final era errada, ou a Chapecoense não permitia avanços - o time de Chapecó sofreu muito pouco. Na verdade, a única chance claríssima desta etapa foi num contra-ataque do time de Umberto Louzer - passe da direita até a segunda trave, Marcinho domina, corta para dentro a marcação e chuta. O zagueiro Tiago Pagnussat correu para cobrir seu goleiro, tropeçou, mas conseguiu manter elevado o pé esquerdo, no qual a bola bateu e saiu a córner.

Na segunda fase, o panorama não mudou. O Avaí manteve a postura ofensiva, povoou o ataque, a bola andou passando mais perto do goleiro Cavichioli. Mas foi absolutamente incompetente para concluir uma jogadinha que fosse para fazer um gol. E ainda fez a torcida suar frio no finzinho num contra-ataque da Chapecoense, que Marcelinho concluiu de cabeça para fora.

Mesmo com a interrupção da sequência de vitórias, o empate não chega a ser motivo de crise, nem sequer de preocupação. O Avaí continua na parte de cima da tabela, e ainda vê concorrentes do tamanha do Santos atravessar um momento de séria turbulência. A Chape, a despeito de ter saído feli com um empate na casa de um adversário em boa fase, precisa voltar a vencer. Série B não dá imunidade a ninguém, por maior que seja o clube, contra instabilidade. O que faz a diferença entre quem sobe, quem cai e quem fica na zona morta no fim das contas é o tempo da volta ao prumo - quem sai mais rápido da fase ruim vai se dar melhor. E o time de Umberto Louzer (que até já subiu para a Série A com a Chape) aumentou para 7 o número de partidas sem vitória...

Veja também

Mais do ge