TIMES

Por Ricardo Gonzalez

Comentarista dos canais sportv


Comentei nesta segunda-feira o duelo entre Espanha e Japão, pelas oitavas de final da Copa do Mundo sub-17, na Indonésia. Adoro esse tipo de tarefa, porque invariavelmente é a chance de vermos o surgimento para o futebol de grandes jogadores, alguns craques. Como foi o caso de Cesc Fábregas, Tony Kroos, Phil Foden, entre outros vencedores do prêmio de melhor jogador da competição. Agora foi a chance de ver mais uma boa geração espanhola sendo consolidada. O time se classificou para as quartas - enfrentará a Alemanha - com uma boa vitória sobre os apenas esforçados japoneses por 2 a 1. Como acontece quase sempre, quem está esfregando as mãos é o Barcelona, que formou grande parte do elenco da Fúria neste Mundial - do time que começou o jogo, sete eram barcelonistas. E poderia ter mais um, se o jovem Yamine Lamal, 16 anos, já não estivesse incorporado à seleção profissional da Espanha.

Espanha 2 x 1 Japão - Gols - Oitavas de final do Mundial Sub-17

Espanha 2 x 1 Japão - Gols - Oitavas de final do Mundial Sub-17

Espanha e Japão tinham uma motivação a mais na Indonésia. Os asiáticos jamais haviam passado da fase de quartas de final numa Copa do Mundo sub-17. Já a Espanha havia batido na trave em quatro decisões: perdeu todas. Mas motivação era praticamente a única commodity japonesa. Esta Espanha tem também o respeito pela cultura do tiki-taka, o qual executam com muita competência e resiliência. Contra o Japão até mudaram um pouquinho, colocando velocidade e verticalidade no jogo, porque os orientais marcavam muito baixo, com duas linhas muito próximas da própria área - só saiam em bolas longas e, portanto, difíceis de dominar pelos escassos atacantes. Aos 7 minutos, Juan Hernandes (do Barça) arrancou e tocou em Guiu (do Barça). Este tentou dominar, mas a bola passou por sob seu pé. Junyent (do Barça) vinha na corrida, dominou, driblou o zagueiro e tocou seco, na saída do goleiro, fazendo Fúria 1 a 0.

Com o controle do jogo, a Espanha fazia o que mais gosta: trocar passes, cansar o adversário, fazer o tempo correr... mas não ligava muito para objetividade. Eis que, ali pelos 30 minutos o Japão conseguiu se equilibrar um pouco e tirar a bola da Fúria. Ok que faltava talento, mas aos 39 os nipônicos invadiram pela direita, bola rolada para a entrada da área e Nawata acerta um chute muito bem colocado. Empate inesperado e, digamos, um pouco injusto.

Na volta do intervalo, a Espanha retomou o controle do duelo. O bom treinador José Lana colocou dois pontas extremamente habilidosos para espaçar a última linha de marcação do adversário - mas não tirou nenhum barcelonista nessa troca : Paulo Iago (do Real Madrid), e Oyono (do Villareal), este com apenas 15 anos. O centroavante Guiu perdeu várias oportunidades, a ponto de eu questionar se não era o caso de uma troca. Mas o oportunista atacante calou os críticos aos 28. Junyent fez um lançamento espetacular a Guiu, que atacava o espaço entre a parelha de beques japoneses. Ele dominou e tocou para o fundo das redes na saída do goleiro Goto.

O técnico Yoshiro Moriama, campeão asiático da categoria sub-17, ainda tentou reagir colocando Takaoka no ataque. Ele foi pinçado na universidade, ainda não está contratado por um clube, mas havia feito os quatro gols do Japão na primeira fase do Mundial. Não adiantou. A Fúria administrou e agora terá um teste mais forte para sua nova geração diante da frieza dos alemães.

Mais do ge