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Por Marco Condez

Divulgação

O anuncio da renovação do contrato de Carlo Ancelotti com o Real Madrid, trouxe o fim do sonho de contar com o italiano, como o técnico da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026. E, torna urgente o estabelecimento de um planejamento responsável, após o retorno de Ednaldo Rodrigues à presidência da Confederação Brasileira de Futebol - CBF, através de liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal.

Na verdade, o técnico Ancelotti, em momento algum, confirmou o acerto com a CBF. O que existia era, apenas, a afirmação do dirigente brasileiro de que Ancelotti seria o técnico da Seleção Brasileira, após o término do atual vínculo com o Real Madrid.

A renovação com o Real Madrid era esperada pelo técnico italiano, que se esquivava sistematicamente em comentar a afirmação do dirigente brasileiro. Porém, várias ações foram tomadas com base na premissa de que Ancelotti viria, inclusive a contratação do técnico Fernando Diniz como interino da Seleção Canarinho.

Fernando Diniz também não obteve sucesso no início das Eliminatórias da Copa 2026 - América do Sul . A Seleção Brasileira está atualmente em sexto lugar na tabela de classificação das Eliminatórias, última posição que dá vaga direta para a participação na Copa do Mundo de 2026. Mas, como o processo classificatório ainda está em curso, há chances reais de que o Brasil participe do próximo torneio mundial que se realizará no México, Estados Unidos e Canadá.

Com a confirmação de que Ancelotti não virá comandar a Seleção Brasileira, é necessária decisão no sentido de definir um treinador efetivo, primeiramente para disputar da Copa América. Apesar deste torneio ser considerado data FIFA, o Campeonato Brasileiro não será interrompido nesse período, o que inviabiliza o comando simultâneo de Diniz pela Seleção Brasileira e pelo Fluminense, clube que atualmente, também, dirige.

Ednaldo Rodrigues, que foi reconduzido ao cargo de Presidente da CBF, mesmo tendo acusações de irregularidades na sua eleição, declarou que tem como prioridade a definição de um comandante efetivo para a Seleção Principal. Mencionou dois nomes: Dorival Júnior e Filipe Luís, recém aposentado no Flamengo, na posição de lateral.

Acredito que Dorival Júnior seria o mais indicado, pois é técnico experiente, conhece o futebol nacional profundamente e tem bom relacionamento nos grupos que trabalhou. Seu estilo de trabalho é facilmente adaptável a qualquer elenco, não sendo conservador e nem arrojado em demasia.

Além da capacidade tática, Dorival mostrou em trabalho no Flamengo, facilidade para adaptação de jogadores qualificados, que não haviam sido escalados juntos anteriormente. Essa versatilidade poderá ser um trunfo para nossa Seleção, que esbanja talentos individuais.

Filipe Luís, foi um excelente jogador em sua posição. É um líder nato, porém não tem experiência como treinador e isso poderá pesar muito nos momentos decisivos. Mas, por outro lado, conhece muito bem a dinâmica do futebol europeu e está livre no mercado.

A Seleção Masculina de Futebol precisa definir uma identidade tática, que só será adquirida com planejamento sério, treinador efetivo com dedicação exclusiva e treinamentos intensivos. Antes de pensar em filosofia de jogo, seria primordial que fosse estabelecida uma organização administrativa responsável, que possa ser refletida nos desempenhos em campo.

Foram perdidos dois anos de preparação para a Copa do Mundo, uma vez que seu último comandante efetivo, Tite, anunciou em fevereiro de 2022, que deixaria o cargo ao final da Copa do Mundo disputada no Catar, independente do resultado obtido pela equipe brasileira. E, a indefinição da gestão da CBF poderá atrapalhar, ainda mais, o acerto com o novo comandante técnico.

Já, o futebol da Seleção Feminina Brasileira, parece estar mais organizado que a masculina, pois possui linha de trabalho definida, mesmo que incipiente. Arthur Elias está acostumado a comandar times femininos sendo altamente produtivo, foi contratado para substituir Pia, que utilizava conceitos muito conservadores e não obteve o sucesso esperado na última Copa do Mundo Feminina, disputada na Austrália e Nova Zelândia, em 2023. A Seleção Feminina está conseguindo caminhar mesmo sem a presença de um gestor administrativo.

O momento vivido no futebol brasileiro masculino, o faz sofrer chacotas no cenário internacional, mesmo com a história que possui e com os cinco títulos mundiais conquistados. A unidade coletiva, cada vez mais, se torna necessária, mas a Seleção Brasileira mostra estar longe de adquiri-la. Talento individual é importante, mas não é tudo para se definir uma equipe vencedora.

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