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Por Rodrigo Coutinho — Rio de Janeiro/RJ


Polônia 1 x 2 Holanda | melhores momentos | Eurocopa 2024

Polônia 1 x 2 Holanda | melhores momentos | Eurocopa 2024

Para quem gosta de uma partida repleta de boas jogadas de ataque, os jogos da seleção holandesa serão imperdíveis nesta Eurocopa. Conhecida pelo seu jogo ofensivo e plástico, a Laranja entregou entretenimento na manhã deste domingo, em Hamburgo. A vitória sobre a Polônia veio com boas doses de drama, muitos deles gerados pelos próprios holandeses.

Foram mais de 30 finalizações e seis chances reais de gol. O 2x1 da Holanda sobre a Polônia poderia render mais bolas na rede, mas o ótimo nível dos goleiros impediu. A Laranja produziu mais! Revelou um sistema ofensivo talentoso e envolvente. Poderia, porém, ter feito sua torcida sofrer menos. Perdeu oportunidades claras e cedeu espaços bem aproveitados pelos adversários.

Escalações

Sem o lesionado Lewandowski, o técnico Michal Probierz montou a Polônia com Buksa, atacante do Antalyaspor, na referência ofensiva. Ao lado dele, Urbanski foi o atacante de maior movimentação. Já Ronald Koeman escalou a Holanda num 4-3-3 muito móvel. Gakpo, Xavi Simons e Memphis Depay no trio de ataque.

Como Polônia e Holanda iniciaram a partida de abertura do Grupo D da Eurocopa 2024 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

Se o sarrafo do nível desta Euro estava alto antes do início da partida, Polônia e Holanda fizeram questão de ir além. O 1º tempo foi execelente em Hamburgo! Os poloneses confirmaram o crescimento que tiveram desde a mudança no comando técnico da equipe. Foram competitivos e chegaram a abrir o placar, mas os holandeses foram superiores.

A mobilidade do time de Koeman chamou a atenção. Agressiva nos movimentos, coordenada para se mexer sem deixar de ocupar os espaços corretamente no campo de ataque, a equipe laranja confundiu a marcação rival. Dumfries era o lateral mais agudo. Avançava sempre bem aberto pela direita. Aké fazia a saída de bola alinhado a Van Dijk e De Vrij, mas depois se soltava como um meio-campista.

Gakpo guardava mais a posição bem aberto pela esquerda, mas arrastou várias bolas na direção da área, trocou de posição em alguns lances, pisou na área. Foi o atleta mais agudo da linha de frente. Depay transitava inteligentemente pelo centro do campo. Não servia de referência de marcação aos zagueiros adversários. Recuava um pouco para articular, infiltrava e finalizava.

Pena que faltou precisão aos holandeses como um todo, mas principalmente ao camisa 10, que teve pelo menos duas grandes chances de fazer a sua seleção descer para o vestiário vencendo. Falhou em lances cruciais.

Depay entre marcadores poloneses, Polônia x Holanda, Eurocopa — Foto: REUTERS/Carmen Jaspersen

Como Dumfries dava sempre amplitude ao time pela direita, Xavi Simons circulava para dentro. Trocava de posição com Reijnders, criava em tabelas e triangulações.O trio de meio-campo holandês também merece destaque pela velocidade que deu à circulação de bola do time.

Até mesmo Schoutten, teoricamente o homem mais recuado do setor, foi visto diversas vezes em ações quase dentro da área da Polônia. Os holandeses, porém, pecaram quando a marcação era feito dentro do próprio campo, faltava mais ''pegada'' para inibir os avanços da Polônia.

E eles nao foram tão raros quanto nas últimas competições oficiais disputadas pela seleção. A Polônia mostrou mais repertório ofensivo. Conseguiu aproximar as peças e trocar passes dentro do campo rival. Teve Zielinski influente na circulação da bola. Chegou ao gol em escanteio cobrado com perfeição pelo meia. Buksa, o susbtituto de Lewandowski, marcou um lindo tento de cabeça.

Gakpo empatou em uma das muitas boas jogadas de ataque da Holanda antes do intervalo. Perto da reta final da 1ª etapa, o atacante holandês passou a contar mais vezes com ultrapassagens de Aké, atacando o espaço entre Frankowski e Bednarek. Outras boas tramas foram produzidas assim.

Gapko chuta para empatar para a Holanda contra a Polônia, Eurocopa — Foto: REUTERS/Annegret Hilse

Sebastian Szymasnki, que não fez um bom 1º tempo, acabou sacado para a entrada de Moder no meio-campo polonês durante o intervalo. Logo no início da 2ª etapa, o atacante Swiderski foi a campo na vaga de Urbanski. O primeiro volante Romanczuk também foi sacado para que Slisz entrasse. Mudanças para tentar alterar a rota do jogo, que seguia favorável aos criativos holandeses.

As mexidas tiveram rápido efeito de melhora na Polônia, que passou a aproveitar com mais frequência os espaços cedidos pela Holanda na intermediária defensiva. Zalewski seguiu influente pelo lado esquerdo. Kiwior o auxiliava em algumas descidas. O zagueiro do Arsenal chegou muito perto de colocar sua seleção novamente no comando do placar.

Koeman percebe que era hora de renovar o fôlego de sua equipe. Pôs Malen e Wijnaldum em campo. Xavi Simons e Veerman saíram. O jogo retomou o caráter anterior. A Holanda voltou a se postar no ataque e rondar a área polaca. Malen entrou muito bem e se associou com o sempre presente Dumfries pela direita.

Memphis Depay Holanda Polônia — Foto: Annegret Hilse/Reuters

Antes que a parte física voltasse a atrapalhar a equipe, Koeman utilizou Weghorst e Frimpong como cartadas finais, e não demorou a funcionar. O centroavante marcou o gol da vitória da Holanda no primeiro toque na bola. Mais uma ótima jogada de Aké, que deu a assistência para o tento. O lateral-zagueiro do Manchester City foi o melhor jogador em campo.

A comprovação de que a Holanda precisa de ajustes defensivos, e que a Polônia pode dar trabalho nesta Euro, veio nos minutos finais. Verbuggen, o jovem goleiro do time laranja, fez duas ótimas defesas para impedir o empate. Um grande duelo no norte da Alemanha.

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