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Por Rodrigo Coutinho — Rio de Janeiro/RJ

Fernando Moreno/AGIF

Foi o 11º jogo de Fernando Seabra no comando da Raposa. E a sequência de bons resultados e atuações organizadas não deixam mentir. O time melhorou! A vitória por 1x0 sobre a Universidad Católica de Quito, na noite desta quinta-feira, no Mineirão, corrobora a sensação. Principalmente pela confirmação da vaga direta nas oitavas de final da Sul-Americana.

Não se trata de dizer que o Cruzeiro fez um jogo perfeito ou se mostrou uma equipe de extrema qualidade nas últimas semanas, mas há crescimento em diferentes aspectos. Os padrões para atacar e defender são bem nítidos e na maioria das vezes bem executados. Isso ajuda a explicar o fato de uma única derrota ter sido sofrida desde o dia 20 de abril.

Escalações

Sem Arthur Gomes, Fernando Seabra não pôde repetir o time-base que vinha escalando. Deu chance para Gabriel Verón, que foi titular da equipe celeste pela primeira vez desde que chegou. A Raposa se armou num 4-2-3-1 Já o experiente técnico argentino Jorge Célico montou a Católica de Quito em um 4-3-3.

Como Cruzeiro e Universidad Católica de Quito iniciaram o duelo válido pela 6ª rodada do Grupo B da Copa Sul-Americana 2024 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

O Cruzeiro não conseguiu converter em gols o domínio que teve na 1ª etapa, mas apesar de alguns erros na construção das jogadas, deixou uma boa impressão antes do intervalo. Teve muito volume no campo de ataque. Boas associações com pontas e laterais pelos flancos. Ocupação de espaços organizada entre eles. Um centro de campo controlador com Romero, Lucas Silva e Matheus Pereira.

Pecou na afobação para definir algumas jogadas. Não especificamente e somente nas finalizações, mas nos passes trocados ao se aproximar da área rival. Alguns cruzamentos forçados e escolhas ruins de passes por dentro tiraram a capacidade de criar mais, e ofereceram dois contragolpes de muito perigo aos equatorianos.

Anderson salvou o Cruzeiro em batida cruzada de Ismael Diaz. O ponta-esquerda da Universidad nem sempre voltava para dobrar a marcação com Loor, e era o alvo de lançamentos no espaço deixado por William quando a Católica recuperava a bola. Criou um outro bom lance finalizado por Loor um pouco antes. Era o principal problema dos brasileiros. As coberturas de Zé Ivaldo não chegavam a tempo.

Faltava também o mesmo nível de pressão pós-perda visto em jogos recentes da equipe. Esse aspecto oscilou. O entrendimento entre Marlon e Barreal pela esquerda foi mais constante que o de William e Verón na direita. Não foram poucas as jogadas de linha de fundo do argentino, mas com pouca gente na área para finalizar.

Rafa Silva, do Cruzeiro, em tentativa no ataque diante do Universidad de Quito — Foto: Gustavo Aleixo

Verón e Rafa Silva tiveram as melhores chances da Raposa. Ambas em bolas retomadas rapidamente no campo de ataque. Um indício do que poderia ser o caminho para a vitória. Matheus Pereira foi um pouco menos preciso que o comum. Em determinados momentos recuou bastante para receber a bola. Não havia necessidade, o Cruzeiro conseguia sair bem de trás com os zagueiros e volantes.

João Marcelo esteve impecável nas coberturas a Marlon. Ganhou duelos e encaixou bons passes na saída de bola. Fernando Seabra sacou Barreal no intervalo e pôs Robert na ponta-esquerda. O cenário do jogo não se alterou após o intervalo. Lucas Silva passou a ser ainda mais participativo perto da área adversária e o Cruzeiro pressionou. Robert manteve o nível de agressividade de Barreal pela esquerda.

Matheus Pereira quase fez um golaço de meia-bicicleta dentro da área. Depois levou perigo em tentativa de gol olímpico. O goleiro venezuelano Romo começou a aparecer com destaque. Gabriel Verón, bem desgastado, cedeu lugar a Vitinho já segunda metade da 2ª etapa. A Raposa mantinha-se com a bola a poucos metros de uma congestionada área rival, mas esbarrava no bloco defensivo.

Rafa Silva, do Cruzeiro, comemora gol marcado diante da Universidad de Quito — Foto: Gustavo Aleixo

Quando as soluções dos mineiros já pareciam ser mais raras, o esperado gol aconteceu. Zé Ivaldo cabeceou em escanteio bem cobrado por Lucas Silva. Romo falhou e Rafa Silva marcou no rebote.Um prêmio a quem tanto lutou entre os zagueiros adversários.

O time celeste ainda teve chances claras para ampliar o resultado nos últimos minutos, já que os equatorianos se lançaram a frente em busca do empate que lhes daria a primeira posição, mas novamente faltou precisão no arremate ou no último passe. Ponto de melhoria para os próximos jogos.

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