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Por Rodrigo Coutinho — Rio de Janeiro/RJ

João Victor Teixeira

Quem gosta de futebol já ouviu a expressão: ''Final não se joga, final se ganha''. O autor é desconhecido e certamente estaria milionário se cobrasse royalties. O Grêmio cumpriu a risca o conteúdo da mensagem. Começou perdendo para o Juventude e atuando mal, mas se recuperou, e conseguiu resolver os problemas que apresentava com a vantagem no placar. Foi bem superior na 2ª etapa.

Renato Gaúcho chegou ao seu 10º título como treinador do clube, soma outros seis como jogador. É o maior nome da historia do Grêmio com alguma vantagem. Quem chega ao clube buscando a idolatria é Diego Costa. Se havia um jogador com personalidade e estofo para sustentar a pressão de substituir Suárez, ele era o nome. São seis gols e uma assistência nos seis primeiros jogos pelo clube.

Escalações

Renato Portaluppi teve Pedro Geromel em condições de jogo e escalou a dupla histórica entre ele e Kannemann. Mayk voltou a lateral-esquerda. Reinaldo segue lesionado. Caíque e Gustavo Nunes foram mantidos na equipe. Marchesín e Soteldo iniciaram entre os reservas. Roger Machado não teve mais uma vez o zagueiro Danilo Boza. Rodrigo Sam foi mantido na defesa.

Como Grêmio e Juventude iniciaram o duelo que decidiu o título do Gauchão 2024 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

Cada segundo abaixo do nível de concentração e intensidade necessários em uma final pode cobrar o seu preço, e o Grêmio conheceu rapidamente o amargo sabor disso. Em quatro minutos já perdia por 1x0 diante de mais de 54 mil torcedores, fruto de uma postura bem frouxa na marcação inicial, e da capacidade de avanço do Juventude com a bola de pé em pé.

Gilberto botou no fundo da rede uma bela jogada trabalhada desde o campo de defesa, e que contou com as participações de Zé Marcos, Alan Ruschel, Caíque, Jean Carlos e Lucas Barbosa. Um imenso clarão na frente da área tricolor chamou a atenção pouco antes da definição do lance. Um prêmio a quem evitou rifar a bola, mesmo diante dos momentos de pressão gremista.

Logo depois de ficar atrás no placar, o Imortal intensificou as suas ações com e sem a bola. Melhorou. Inibiu os avanços do Juventude, que tentava criar da mesma forma, e começou a retomar a posse mais vezes dentro do campo de ataque. O problema era a precisão nos passes, domínios, e consequentemente em como achar as conexões para furar a organizada defesa adversária.

O time da casa estava nitidamente pilhado. Reclamações acima do tom com a arbitragem, precipitado em fundamentos básicos. Até tinha conseguido assustar com Cristaldo e Gustavo Nunes, aproveitando duas boas descidas de Mayk pela esquerda, mas ficou quase 30 minutos sem atentar contra a meta de Gabriel Vasconcelos.

Grêmio x Juventude — Foto: João Victor Teixeira

Um jogador especificamente foi fundamental para tirar o Grêmio daquela situação: Pepê! O volante fazia jogo discreto até acertar uma rápida e precisa inversão para Pavón receber bem aberto e enfim conseguir uma jogada de enfrentamento contra Alan Ruschel. O cruzamento de canhota não foi cortado por Zé Marcos e Cristaldo empatou.

Mexer a bola rapidamente foi determinante para liberar espaços e encontrar uma situação favorável. Outra ação contundente de Pepê não demorou nem dois minutos para acontecer de novo. Ele roubou a bola de Jadson no lance que originou a finalização de Diego Costa da entrada da área e a virada gremista. Um perfeito desfecho para o 1º tempo que começou horrível.

Roger tirou Edson Carioca no intervalo e botou Rildo pelo lado esquerdo do ataque. Ele melhorou o nível técnico do setor e deu leveza. O Grêmio tentou manter uma marcação agressiva no início da 2ª etapa, mas aos poucos foi empurrado pelo Juventude para o próprio campo.

Grêmio x Juventude — Foto: Fernando Alves/EC Juventude

Menos mal que a marcação estava mais ajustada. Desta forma, os anfitriões sofreram pouco na defesa e levaram perigo nos contragolpes. Renato foi fazendo mexidas para renovar o fôlego de sua equipe e ter mais velocidade em ataques rápidos. De forma natural, construiu o terceiro gol em passe de Diego Costa para o jovem Nathan Fernandes marcar.

Gabriel ainda evitou uma derrota pior ao fazer boa defesa em finalização de Du Queiroz da entrada da área. O Juventude foi competitivo, mas sentiu demais a virada em um momento do jogo que não era exatamente inferior em campo. Mostrou que pode fazer um bom Brasileirão na Série A.

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