Boston Celtics 106 x 88 Dallas Mavericks | Melhores momentos | Final da NBA
Muito criticado pela renovação de contrato mais cara da NBA, cerca de 1.4 bilhão de reais, pelo Boston Celtics, em 2023, Jaylen Brown calou os críticos e liderou a franquia à vitória em casa contra o Dallas Mavericks, nesta segunda-feira, por 106 a 88. Além de conquistar o título inédito da NBA em sua carreira, o astro também foi eleito MVP (most valuable player) das finais. Aos 27 anos, a terceira escolha do draft de 2016 provou seu talento e fechou a temporada 2023/24 com chave de ouro.
Com uma média de 29.5 pontos, 4.5 assistências e um aproveitamento de 57.1% de arremessos durante os quatro primeiros jogos das finais contra o Dallas Mavericks, Jaylen pontuou um pouco menos no último confronto que definiu a vitória, mas brilhou com jogadas eletrizantes, anotando 21 pontos, oito rebotes e seis assistências.
- Essa equipe confiou em mim, especialmente nos playoffs e nesses momentos, apenas sendo quem sou. Senti que consegui me sair bem, sendo paciente e mantendo a calma. Essas oportunidades apareceram e eu consegui aproveitá-las. Mas dou todo o crédito aos meus companheiros de equipe pela confiança que tiveram em mim para me passarem a bola e me permitirem fazer essas jogadas - disse o atleta.
Histórico de "quase vitórias" e críticas
Desde 2016 em ação pelo Boston Celtics, quando foi a quarta escolha do Draft, Jaylen Brown nunca havia sido campeão. Em cinco finais de conferência, a franquia apenas conseguiu sagrar-se campeã em 2022, com uma vitória apertada sobre o Miami Heat em 4 a 3. No entanto, o time foi derrotado nas finais contra o Golden State Warriors. O ala americano decepcionou e gerou rumores sobre uma possível troca.
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Em 2023, o Miami Heat fez a revanche sobre os Celtics e devolveu a série de 4 a 3 nas finais da Conferência Leste. Brown usou a derrota marcante como uma motivação para se tornar um jogador melhor.
- Ano passado, perder tão cedo em casa definitivamente doeu. Senti que a equipe estava contando comigo. JT se machucou no jogo 7 e eu deixei a bola cair. Para mim, foi constrangedor. Isso me deixou louco durante todo o verão - desabafou.
Esquerda fraca?
Um outro motivo de críticas a Brown, além do salário recorde, era a ineficácia do drible do atleta quando praticado com a mão esquerda. Em outubro de 2023, um vídeo mostrando o astro da NBA lutando durante uma sessão de treino de drible com a canhota viralizou. Com a fama do vídeo veio também a explosão de comentários e críticas dos fãs do Celtics, que faziam piadas e memes com a dificuldade do ala.
Um fã comentou sobre o alto salário de Brown, chamando o astro de "O braço direito de R$ 1,4 bilhões". Outro fã, depois de ver o vídeo, comentou: 'Eu consigo fazer o que ele estava fazendo no vídeo. Posso receber um salário de nove dígitos também?'.
Muito focado e sempre mais preocupado em evoluir do que em rebater críticas, Jaylen melhorou seu estilo de jogo em 2024, e fez uma exibição brilhante na varrida histórica de 4 a 0 em cima do Indiana Pacers, pelas finais da Conferência Leste. O atleta foi eleito o MVP da partida decisiva e recebeu o troféu Larry Bird, com médias de 29,8 pontos, 5 rebotes e 2 roubos de bola por partida nos quatro jogos.
Nesta segunda-feira, ele fez ainda mais. Jaylen não apenas exibiu o drible de esquerda aperfeiçoado, como conquistou o prêmio de MVP das finais da NBA. Um fã chegou a postar o vídeo com a legenda irônica: "Jaylen não consegue driblar com a mão esquerda".
Brown e Tatum: habilidades semelhantes que funcionam
A NBA tem um vasto histórico de duplas icônicas. John Stockton e Karl Malone, por exemplo, ficaram famosos pelo pick-and-roll mais encaixado da Liga. Stockton passava a bola com perfeição e Malone era praticamente imparável no ataque. Kobe Bryant e Shaquille O'Neal já funcionavam com um pouco mais de atrito. Os dois eram ótimos artilheiros: Bryant no perímetro e Shaq na quadra. No entanto, nem sempre o falecido ídolo dos Lakers gostava de passar a bola. Ainda assim, a dupla venceu três campeonatos.
Já com o duo de Boston, a história é um pouco diferente. Jogadores de posições semelhantes, Brown como ala e ala-armador e Tatum como ala e ala-pivô, os astros dos Celtics foram questionados desde o princípio sobre até que ponto seriam uma aposta de sucesso. Contudo, os dois jotas da franquia provaram ser muito mais complementares do que o esperado.
A crítica à contratação combinada dos dois jovens alas, Brown em 2016, e Tatum em 2017, era que seus conjuntos de habilidades se sobrepunham. Mais tarde, essa avaliação não apenas se mostrou equivocada, como o oposto da realidade. Um dos pontos fortes da franquia era ter dois jogadores que assumiam responsabilidades semelhantes e pesadas.
Brown e Tatum amadureceram e viraram verdadeiras ameaças para outras equipes como pontuadores isolados, finalizadores de jogadas e tomadores de decisões. Se a tarefa principal de um time é chegar ao aro em todos os jogos, a dupla certamente tem concluído a missão com maestria. A prova mais recente disto é o resultado final da campanha de 2023/24, o primeiro título dos dois atletas que saíram ovacionados de quadra ao levarem a vitória histórica para casa, depois de 16 anos.
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