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Por Redação do ge — São Paulo


Eliud Kipchoge vai em busca do tricampeonato olímpico inédito da maratona. O queniano de 39 anos foi confirmado na fortíssima equipe nacional do Quênia nesta quarta-feira, dia 1º de maio.

Eliud Kipchoge posa com uniforme do Quênia para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 — Foto: Stephanie Lecocq/Reuters

Ouro nos Jogos Olímpicos do Rio e de Tóquio, Kipchoge vai em busca do tri em Paris no dia 10 de agosto. Nunca entre homens ou mulheres, um maratonista conquistou mais do que duas medalhas em Olimpíadas. O etíope Abebe Bikila (1960-1964) e o alemão Waldemar Cierpinski (1976–1980) são os únicos com dois ouros olímpicos.

- Sempre digo que o sonho olímpico é um sonho especial. Os Jogos Olímpicos são o que todos nós sonhamos quando crianças, começando no esporte, e é o que mais nos motiva hoje. Estou muito orgulhoso de ter sido selecionado para a seleção queniana pela 5ª vez na minha vida. Depois de conquistar a medalha de ouro na maratona do Rio de Janeiro e de Tóquio, meu foco agora será Paris - afirmou Kipchoge.

Daniel Nascimento e queniano Kipchoge em maratona — Foto: Reprodução/Instagram

Em Paris, Kipchoge terá a companhia dos compatriotas Benson Kipruto e de Alexander Munyao, que acabou de vencer a Maratona de Londres. Hoje, na lista dos atletas que fizeram o índice olímpico, que classifica 70 dos 80 maratonistas para Paris, Kipruto tem o segundo melhor tempo (2h02min16), Kipchoge fica com o terceiro (2h02min42) e Munyao tem o sexto (2h03min11).

Ao todo, 77 quenianos fizeram o índice olímpico da maratona para Paris (2h08min10) no período que vai de 6 de novembro de 2022 até o próximo domingo, dia 5 de maior de 2024. Cada país pode levar no máximo três atletas por prova no atletismo olímpico, e o Quênia abriu mão, por exemplo, de Timothy Kipplagat (2h02min55), quarto melhor do mundo na maratona nesse período. Kiplagat foi convocado como reserva. O líder do ranking olímpico é Sisay Lemma, da Etiópia.

O atleta queniano Eliud Kipchoge aplaude corredores no pódio da "Maratona para Todos" no Arco do Triunfo, em Paris — Foto: REUTERS/Sarah Meyssonnier

Kipchoge chega a Paris como favorito da prova após a morte do recordista mundial Kelvin Kiptum, também do Quênia, em fevereiro passado. O recorde mundial da maratona segue com a marca de Kiptum (2h00min35). Kiptum morreu em um acidente de viário aos 24 anos, cinco meses depois de baixar o recorde mundial. Já Kipchoge correu os mesmos 42,195 metros em 2h01min09. Em uma prova não-oficial, porém, ele é o único homem a já ter percorrido a distância em menos de 2 horas (1h59min40).

A também atual campeã olímpica da maratona, Peres Jepchirchir lidera a equipe de maratona do Quênia nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Atual vencedora feminina da Maratona de Londres, Jepchirchir vai ter ao seu lado a campeã da Maratona de de Boston e de Nova York em 2024, Hellen Obiri.

A ex-recordista mundial Brigid Kosgei, que conquistou a prata nas Olimpíadas de Tóquio, fecha o time, que tem Sharon Lokedi como reserva. A prova olímpica feminina acontecerá no dia 11 de agosto, um dia após a maratona masculina, fechando os Jogos de Paris.

Na maratona masculina, brasileiro Daniel Nascimento cumprimenta sorridente o atleta Eliud Kipchoge, do Quênia

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BRASIL

O único brasileiro, entre homens e mulheres, com índice para correr a maratona olímpica de Paris é Daniel do Nascimento, o Danielzinho. Aos 25 anos, o atleta paulista é o 45º classificado para os Jogos, graças ao tempo de 2h07min06 feito na Maratona de Hamburgo, na Alemanha, em abril do ano passado.

Danielzinho e Kipchoge, inclusive, protagonizaram uma das cenas mais marcantes da maratona nas Olimpíadas de Tóquio quando, ainda no início da prova, dividindo a liderança, trocaram palavras e se cumprimentaram com um "soquinho" enquanto corriam. No fim, o queniano foi ouro e o brasileiro não terminou a prova.

Além das 70 vagas garantidas para quem fez o índice olímpico, o ranking ainda prevê dez vagas para atletas de acordo com a pontuação que acumularam nos últimos anos. Mesmo assim, o Brasil não tem um representante dentro dessa lista. O mais próximo, hoje, é Paulo Roberto Paula. Ele é o nono reserva e depende de desistência para ir às Olimpíadas de Paris. Nenhuma mulher brasileira sequer aparece na lista da World Athletics, a federação internacional que rege o atletismo mundial.

Com 1h19 de prova, Daniel Nascimento, que estava na cola dos líderes, se sente mal e recebe atendimento médico

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