A segunda fase do programa de capacitação para startups do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) contará com a participação de investidores anjo, pessoas que apostam seu capital nos primeiros passos de uma empresa iniciante.

Voltado à capacitação de companhias novatas e empreendedores, o programa InovAtiva recebeu 1.635 projetos desde 15 de maio, quando começou sua primeira fase. Inteiramente on-line, o estágio continha orientações gerais como, por exemplo, sobre a formulação de planos de negócio. As pessoas inscritas agora fazem parte da rede social criada pelo projeto –não é possível se inscrever no programa, mas é possível entrar na comunidade e enviar sugestões de startups.

Nesta segunda-feira (5), começa a próxima etapa, quando os autores dos 50 melhores projetos irão receber um “banho de mercado”. Isso quer dizer que participarão de workshops, sessões de "coaching" e terão contato com investidores e empreendedores experientes. É aqui que entram os investidores anjo.

“Eles são os maiores beneficiários [com a capacitação] desses empreendedores, na medida em que há empreendedores com boas ideias, mas que não conseguem concentrar isso em bons projetos”, disse ao Start.up Nelson Fujimoto, secretário de Inovação do MDIC.

A entrada no projeto desses investidores, que geralmente são os primeiros a apostar em algum negócio, ocorreu por meio de um acordo assinado entre o ministério e a associação Anjos do Brasil. Muitos deles não gostam de revelar a identidade, seja para preservar seus investimentos, seja para se livrarem do assédio de novas empresas em busca de capital.

Segundo dados da entidade levantados junto a seus associados, um “anjo” geralmente é homem (98% dos casos), tem em média 44 anos (mas pode variar entre 25 e 67 anos) e é empresário na metade dos casos (mas pode ser investidor em 13% dos casos, profissional liberal, em 6%, executivo, em 29%, e exercer qualquer outra função, em 2% das ocorrências).

Além disso, já apostou em pouco mais de dois empreendimentos e possui, em média, US$ 416 mil para investir nos próximos dois anos. Negócios de tecnologia da informação, mobile, saúde/biotecnologia e comércio virtual são os preferidos.

No entanto, sofrem com o risco do negócio e as poucas formas de amparo legal e incentivo tributário. Na Inglaterra, é possível deduzir até 30% do valor investidor do imposto de renda. Nos EUA, dependendo do Estado, essa taxa varia de 10% a 100%.

O acordo com o MDIC, diz Fujimoto, também pretende passar pela construção marcos regulatórios. “Toda a parte de investimento em startup deveria ser um capítulo na Lei de Inovação”, diz Fujimoto, citando a legislação brasileira que caracteriza as entidades que fazem parte do ecossistema de inovação do país e podem receber benefícios fiscais por isso.

Leia mais sobre o assunto no G1:

Ministério anuncia programa para startups em parceria com Endeavor